Por
Conrado Matos
Na minha infância, quando
comecei a estudar na minha primeira escola do primário, lembro-me que, no
início das aulas do ano letivo, o aluno era obrigado a fazer uso do fardamento,
caso contrário, não
usando, retornava para casa, e só entrava na escola, devidamente,
fardado. Hoje, essa quebra de regra, quanto ao uso do uniforme escolar, muitas
escolas têm deixado o aluno entrar sem o fardamento. Tem aluno que chega a
fazer do uinforme uma espécie de abadá, amarrando na cintura, feito um nó, e
escrevendo frases nas costas. A regra de entrar na escola com o uniforme tem
que começar logo no início das aulas. Todos têm que cumprir e usar o informe
adequadamente. O uso do uniforme faz com que o aluno seja identificado no
estabelecimento escolar.
Comprar um uniforme escolar
atualmente é muito fácil, e não é tão caro assim. As coisas mudaram, e todas as
escolas têm adotado o uso de calças jeans, camiseta gola polo, e tênis de
qualquer cor, sem fazer tanta exigência, como era antigamente.
Lembro-me que, o fardamento
escolar da minha época, quando comecei a estudar, o modelo era social, e
usávamos, no caso dos meninos, calça social azul marinho, camisa manga curta
social branca, uma gravatinha azul marinho, para combinar com a cor da calça, e
um sapato preto vulcabras, sem ou com cadarço. Assim ocorria também com as
meninas, que se vestiam com saia azul marinho abaixo dos joelhos, e usando
blusa branca de manga, estilo social, com gravatinha azul marinho, sapato preto
vulcabras sem cadarço.
Esse era o traje da época e,
com o passar do tempo foi sendo substituído pela calça jeans, kichute cor
preta, ou conga, e camiseta gola polo de malha. Outras escolas adotavam a
camisa de tecido (tergal) branca, embora já bem parecida com o modelo da gola
polo, com o escudo da escola fixado no bolso da camisa. Mas a regra do aluno
entrar na escola, fardado, continuava a mesma de antes, e quem não viesse
devidamente fardado, voltava pra casa.
Tinha aluno, que gostava de
usar seu fardamento novo. Muitos alunos detestavam fazer uso do fardamento do
ano passado. O uso da farda nova e uma tiracolo elevava a autoestima de
qualquer aluno no início das aulas, e era motivo de alegria. O normal era ter
duas fardas, porque quando uma farda ficava suja, tinha outra para
substituí-la. E outra, a farda era engomada todos os dias, proporcionando um
aspecto de bem limpa e bem cuidada que, comparando com o fardamento de alguns
alunos de hoje, muitos são vistos com calças sujas e rasgadas, parecendo que
está indo trabalhar em uma obra de construção civil, ou numa oficina mecânica.
Já passaram os tempos que o
aluno e a escola valorizavam tanto o fardamento escolar. Recordo que até minha
primeira professora, dona Lindinalva, usava uma saia verde social abaixo dos
joelhos, meia cumprida nas pernas, sapato de salto alto preto, blusa
social branca, e uma gravatinha verde,
para combinar com a cor da saia. O cabelo era amarrado e bem penteado, estilo
coque.
Como os tempos mudaram, e
vimos atualmente os professores vestidos de calça jeans, camisa de malha e
tênis, como no meu caso, quando estou dando aula de filosofia.
Não sou contra a esse estilo
de vestimenta, mas acho que, a limpeza, o cuidado e a aparência, devem ser
mantidos. Aparência é algo que vem sendo cobrado em nossa era pós-moderna e,
quanto mais bela a pessoa, é bem aceita. Tem que seguir a moda do tempo, porque
senão, fica pra trás.
Recordo-me que quando ganhei
da minha mãe, a primeira tiracolo para ir a escola, fiquei muito feliz. Lembro
bem que tive que sair de uma cidade de nome Canhoba, sertão de Sergipe, e
atravessei um riacho, para poder chegar, no povoado de nome Porção, local onde
nasci, município de Nossa Senhora de Lourdes-SE. Nessa época, eu tinha cinco
anos de idade, e a água do riacho batia bem no meu pescoço, deixando apenas a
minha cabeça do lado de fora. Mas, a minha tiracolo, eu carregava na cabeça com
todo cuidado, para não encharcá-la de água. Minha primeira tiracolo, para levar
o meu material escolar foi um dos maiores presentes que ganhei na minha vida.
Nunca esqueço da minha tiracolo preta, do período em que comecei a estudar.
O aluno de hoje, não é mais
como o de antigamente, que gostava do uniforme limpo, forrava a capa dos livros
e, no final do ano estava ainda novinho.
Muitas coisas atualmente
estão sendo descartadas, principalmente às que marcaram a
nossa vida e a nossa história, como no caso, da nossa escola, que nos deu uma
formação. Trate bem a sua escola!
Conrado Matos é
Psicanalista, Professor de Filosofia e Colaborador do Blog do Facó
(lcfaco.blogspot.com.br).
Tels: (71) 9910-6845
(71) 9910-6845/8103-9431
– E-mail: psicanaliseconrado@hotmail.com

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