quarta-feira, 19 de março de 2014

TRATE BEM A SUA ESCOLA



Por Conrado Matos

Na minha infância, quando comecei a estudar na minha primeira escola do primário, lembro-me que, no início das aulas do ano letivo, o aluno era obrigado a fazer uso do fardamento, caso contrário, não
usando, retornava para casa, e só entrava na escola, devidamente, fardado. Hoje, essa quebra de regra, quanto ao uso do uniforme escolar, muitas escolas têm deixado o aluno entrar sem o fardamento. Tem aluno que chega a fazer do uinforme uma espécie de abadá, amarrando na cintura, feito um nó, e escrevendo frases nas costas. A regra de entrar na escola com o uniforme tem que começar logo no início das aulas. Todos têm que cumprir e usar o informe adequadamente. O uso do uniforme faz com que o aluno seja identificado no estabelecimento escolar.
Comprar um uniforme escolar atualmente é muito fácil, e não é tão caro assim. As coisas mudaram, e todas as escolas têm adotado o uso de calças jeans, camiseta gola polo, e tênis de qualquer cor, sem fazer tanta exigência, como era antigamente.
Lembro-me que, o fardamento escolar da minha época, quando comecei a estudar, o modelo era social, e usávamos, no caso dos meninos, calça social azul marinho, camisa manga curta social branca, uma gravatinha azul marinho, para combinar com a cor da calça, e um sapato preto vulcabras, sem ou com cadarço. Assim ocorria também com as meninas, que se vestiam com saia azul marinho abaixo dos joelhos, e usando blusa branca de manga, estilo social, com gravatinha azul marinho, sapato preto vulcabras sem cadarço.
Esse era o traje da época e, com o passar do tempo foi sendo substituído pela calça jeans, kichute cor preta, ou conga, e camiseta gola polo de malha. Outras escolas adotavam a camisa de tecido (tergal) branca, embora já bem parecida com o modelo da gola polo, com o escudo da escola fixado no bolso da camisa. Mas a regra do aluno entrar na escola, fardado, continuava a mesma de antes, e quem não viesse devidamente fardado, voltava pra casa.
Tinha aluno, que gostava de usar seu fardamento novo. Muitos alunos detestavam fazer uso do fardamento do ano passado. O uso da farda nova e uma tiracolo elevava a autoestima de qualquer aluno no início das aulas, e era motivo de alegria. O normal era ter duas fardas, porque quando uma farda ficava suja, tinha outra para substituí-la. E outra, a farda era engomada todos os dias, proporcionando um aspecto de bem limpa e bem cuidada que, comparando com o fardamento de alguns alunos de hoje, muitos são vistos com calças sujas e rasgadas, parecendo que está indo trabalhar em uma obra de construção civil, ou numa oficina mecânica.
Já passaram os tempos que o aluno e a escola valorizavam tanto o fardamento escolar. Recordo que até minha primeira professora, dona Lindinalva, usava uma saia verde social abaixo dos joelhos, meia cumprida nas pernas, sapato de salto alto preto, blusa social  branca, e uma gravatinha verde, para combinar com a cor da saia. O cabelo era amarrado e bem penteado, estilo coque.
Como os tempos mudaram, e vimos atualmente os professores vestidos de calça jeans, camisa de malha e tênis, como no meu caso, quando estou dando aula de filosofia.
Não sou contra a esse estilo de vestimenta, mas acho que, a limpeza, o cuidado e a aparência, devem ser mantidos. Aparência é algo que vem sendo cobrado em nossa era pós-moderna e, quanto mais bela a pessoa, é bem aceita. Tem que seguir a moda do tempo, porque senão, fica pra trás.
Recordo-me que quando ganhei da minha mãe, a primeira tiracolo para ir a escola, fiquei muito feliz. Lembro bem que tive que sair de uma cidade de nome Canhoba, sertão de Sergipe, e atravessei um riacho, para poder chegar, no povoado de nome Porção, local onde nasci, município de Nossa Senhora de Lourdes-SE. Nessa época, eu tinha cinco anos de idade, e a água do riacho batia bem no meu pescoço, deixando apenas a minha cabeça do lado de fora. Mas, a minha tiracolo, eu carregava na cabeça com todo cuidado, para não encharcá-la de água. Minha primeira tiracolo, para levar o meu material escolar foi um dos maiores presentes que ganhei na minha vida. Nunca esqueço da minha tiracolo preta, do período em que comecei a estudar.
O aluno de hoje, não é mais como o de antigamente, que gostava do uniforme limpo, forrava a capa dos livros e, no final do ano estava ainda novinho.
Muitas coisas atualmente estão sendo descartadas, principalmente às que marcaram a nossa vida e a nossa história, como no caso, da nossa escola, que nos deu uma formação. Trate bem a sua escola!

Conrado Matos é Psicanalista, Professor de Filosofia e Colaborador do Blog do Facó (lcfaco.blogspot.com.br).
Tels: (71) 9910-6845(71) 9910-6845/8103-9431 – E-mail: psicanaliseconrado@hotmail.com



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