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sexta-feira, 14 de março de 2014

CONCEITOS QUE AJUDAM A REFLETIR

Por CONSUELO PONDÉ


Morrer é simples, viver não, é muito complicado. Acredito que jamais existiu uma época tão emocionante, tão perturbada, tão fértil em desastres e hecatombes como a que vivemos. Época intensa e perturbada, fértil
de guerras internas e escaramuças, de instabilidade política no Oriente na Crimeia, nas duas Coreias, em outros cantos do mundo, de desastres financeiros e de corrupção desenfreada, de desmoronamento das instituições, de licenciosidade e quebra de padrões éticos e morais, enfim, de desarranjos de toda sorte e de toda natureza. Serão males do século?
O mundo inteiro sofre de inquietação. Seria difícil enumerar, pois são muitas as causas de tantos desacertos, nelas cabendo, entre outros, motivos econômicos, políticos e financeiros.
Os acontecimentos inquietantes de junho de 2013, em várias capitais brasileiras, foram contagiosos. Propagaram-se por outros quadrantes do país e desconhecemos se serão repetidas.
Cultivamos, por gênese e formação, emoções fortes. Reparem como as mais cruéis são procuradas, como a mídia propaga, à exaustão, os desastres ecológicos, os crimes bárbaros, as ameaças anunciadas. Imaginem se houvéssemos padecido dos horrores das guerras que destruíram tantas vidas e desmoronaram tantas cidades na Europa, em 1914 e 1939.
Há poucos dias, assistindo o filme “A menina que roubava livros”, rememorei fatos conhecidos, lembrei-me do Diário de Anne Frank e percebi o quanto padeceram os perseguidos pelo nazismo, o tamanho do sofrimento das crianças apartadas de seus pais, adotadas por outras pessoas, mas que, por sua origem judaica, viviam em constantes sobressaltos.
Apesar de todos esses males e contratempos não se deve cultivar o medo. É preciso manter o equilíbrio neste turbilhão que nos arrasta; é imprescindível cultivar o bom humor e resguardar as fontes puras da felicidade. Isto porque, a confiança na vida opera milagres e é capaz de preparar o caminho do sucesso.
Afastar o estigma da depressão, esquecer-se das decepções, abandonar o pessimismo, repudiar o desejo doentio de ganhar dinheiro, para satisfazer caprichos ou ambições, obter coisas sem importância para atender ambições ínfimas e vaidades ridículas, ajudam as pessoas a refletir sobre o valor da vida.
O bom humor está ao alcance de todos. Para isso é preciso aprender a nos exteriorizarmos, dizermos o que sentimos e pensamos. É suficiente reprimir os pequenos impulsos de irritabilidade, obrigar-se a palavras indulgentes, aprender a sorrir.
Sabem por que? Porque o sorriso traduz a cólera vencida, o desaparecimento do mal estar que tolhe a boa vontade. Há pessoas que são muito susceptíveis de encolerizar-se, que são incapazes de esclarecer aborrecimentos sem elevar a voz. 
Mesmo porque, não são os grandes infortúnios, os fracassos marcantes, as enormes decepções que enfraquecem a nossa vontade. O desgaste da força nervosa pode ser feito pelas denominadas “fugas“ cotidianas, como bater o pé, impacientar-se com as pessoas de casa, inquietar-se, enfim, gastar energias acumuladas. Jamais sentir-se vencido, declarar que determinada circunstância é irremediável, crer que vai vencer todos os obstáculos, porque somente a morte é inevitável. 
Nada de prever o futuro, pois ele não nos pertence; nada de imaginar catástrofes que jamais podem ser previstas, pois elementos desconhecidos sempre intervêm para modificar as coisas. Tomemos a decisão de não nos queixarmos, de não escutar lamentações, de afastar todo e qualquer hábito de remoer desânimo e contrariedade. Antes devemos agir com firmeza, sem hesitação, e revelar confiança no futuro. 
Cada pessoa é um mundo. Muitas são fortes e, embora, emotivas e sensíveis, sabem defender-se. Possuem reservas interiores que lhes ajudam a projetar suas personalidades e vencer as dores da vida. Por mais injustas que sejam, por mais que lhe tirem o sono, por mais que somem problemas. 
O certo é que os homens de hoje estão cada vez mais sobrecarregados, direi mais, arrastados para além dos limites de suas forças físicas e psíquicas, bem assim, dos ritmos da natureza.
Têm que suportar o barulho que o rodeia, suportar os ruídos das grandes cidades, os insuportáveis alto-falantes, o buzinaço do trânsito, enfim, esse enorme desequilíbrio frente ao repouso. Muito teria ainda que considerar não fosse essa limitação de espaço. Fica para outra vez.


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