O negrinho do pastoreio
Grande
Otelo, pseudônimo de Sebastião
Bernardes de Souza Prata (Uberlândia, 18 de outubro de 1915 — Paris, 26 de novembro de 1993) foi
um ator,comediante, cantor e compositor brasileiro. Grande artista de cassinos cariocas e do chamado teatro de revista, participou de diversos filmes brasileiros de sucesso, entre os quais as
famosas comédias nas
décadas de 1940 e 1950,
que estrelou em parceria com o cômico Oscarito, e a versão cinematográfica deMacunaíma,
realizada em 1969.
Sua
vida teve várias tragédias. Seu pai morreu esfaqueado e a mãe era alcoólatra. Quando já era um ator consagrado, sua mulher
se suicidou logo
após matar com veneno seu
filho de seis anos de idade, que era enteado do ator.
Com
Oscarito em Matar ou Correr
Grande
Otelo vivia em Uberlândia quando conheceu uma companhia de teatro
mambembe e foi embora com eles,
com o consentimento da diretora do grupo, Abigail Parecis, que o levou
para São Paulo.
Ele voltou a fugir, foi para o Juizado de Menores, onde foi adotado pela
família do político Antonio de Queiroz. Otelo estudou então no Liceu
Coração de Jesus até a terceira série
ginasial.
Participou
na década de 1920 da Companhia Negra de Revistas, que tinha Pixinguinha como maestro.
Foi
em 1932 que
entrou para a Companhia Jardel Jércolis, um dos pioneiros do teatro de revista.
Foi nessa época que ganhou o apelido de Grande Otelo, como ficou conhecido.
No cinema, participou em 1942 do filme It's All True,
de Orson
Welles. O intérprete e diretor estadunidense considerava
Grande Otelo o maior ator brasileiro.
Otelo
fez inúmeras parcerias no cinema, sendo a mais conhecida a com Oscarito.
Depois
os produtores formariam uma nova dupla dele com o cômico paulista Ankito. No final dos anos 50, Grande Otelo
apareceria em dupla em vários espetáculos musicais e também no cinema com Vera
Regina, uma negra alta com semelhanças com a famosa dançarina americana Josephine Baker.
Com o fim da dupla com Vera Regina, Otelo passaria por um período de crise até
que voltaria ao sucesso no cinema com sua grande atuação do personagens título
de Macunaíma (1969), filme baseadao na obra de Mário de Andrade. Participou também do filme de Werner Herzog, Fitzcarraldo,
de 1982,
filmado na floresta amazônica.
Teve
cinco filhos, um deles o também ator José Prata.
A
partir dos anos 1960 Otelo
passou a ser contratado da TV
Globo, onde atuou em diversas
telenovelas de grande sucesso, como Uma Rosa com Amor, entre várias
outras. Também trabalhou no humorísticoEscolinha
do Professor Raimundo,
no início dos anos 1990.
Seu último trabalho foi uma participação na telenovela Renascer,
pouco antes de morrer.
Grande
Otelo morreu em 1993 de um ataque do coração fulminante, quando viajava para Paris para uma homenagem que
receberia no Festival de Nantes.
Já
está disponível para acesso pela web grande parte do Acervo Grande Otelo,
recebido oficialmente pela Fundação
Nacional da Arte (FUNARTE) em dezembro
de 2007.7 O
acervo de Grande Otelo encontrava-se há vários anos em um apartamento da Tijuca, guardado em caixas de papelão, nas quais foram
descobertos manuscritos, livros de autoria do ator, e outros com dedicatórias
de amigos e personalidades
Otelo
em Macunaíma
reconhecidas
da cultura brasileira; letras de música compostas por ele e parcerias, discos
em vinil, fitas-cassete com os mais variados conteúdos (entrevistas, músicas e
programas apresentados pelo artista); prêmios e homenagens (troféus, placas,
diplomas e certificados) recebidos durante a sua carreira, roteiros de cinema,
TV, teatro, rádio, shows, partituras, correspondências, livros, monografias,
poemas, fotos, obras de arte, recortes de jornais e revistas.
O
trabalho de restauração e catalogação do material se iniciou em 2004. O material catalogado foi fundamental para o
conteúdo do Projeto 90 anos de Grande Otelo, fornecendo informações inéditas
sobre o ator para a biografia feita
pelo escritor Sérgio Cabral,
um site,
um documentário e um espetáculo teatral. Após o término do projeto, o acervo
restaurado, higienizado e digitalizado foi entregue à Funarte.
Otelo
com Carmem Miranda
Nenhum comentário:
Postar um comentário