Os tambores são utilizados desde as mais remotas
eras da humanidade. Acredita-se que os primeiros tambores fossem
troncos ocos de árvores tocados com os pés ou galhos. Posteriormente, quando o
homem aprendeu a caçar e as patas de animais passaram a ser utilizadas na
fabricação roupas e outros objetos, percebeu-se que ao esticar um pé sobre o
tronco, o som produzido era mais agudo. Pela
simplicidade de construção e execução, tipos diferentes de tambores existem
principalmente no Brasil. A variedade de formatos, tamanhos e elementos
decorativos depende dos materiais encontrados em cada região e dizem muito
sobre a cultura que os produziu.
Os tambores exerciam nas civilizações primitivas
diversos papéis. Além da produção de música para rituais e festas,
os tambores, devido à sua grande potência sonora,
também foram usados como meios de comunicação.
Nos textos bíblicos é
possível encontrar várias referências ao tambor. Entre
muitas, de destacar, no antigo testamento, alguns exemplos: Após a passagem pelo mar Vermelho, Miriam e as mulheres de Israel dançaram ao som
de tamboris (Êxodo 15:20).
Outras mulheres dançaram com tamboris após as vitórias de Saul e David (1 Samuel 18:6).
O Salmo 149 (verso 3) incentiva a louvar ao Senhor com harpa e adufe.
Atualmente, além das peles de animais que continuam
sendo usadas nos tambores tradicionais, utilizam-se também peles sintéticas ou
membranas plásticas, que têm a vantagem de serem menos sujeitas às
variações de temperatura e precisam de menos tensão para produzir sons com
bastante qualidade.
Os tambores exercem também um papel mais utilitário
na marcação rítmica de marchas ou na comunicação de comandos militares.
Um par de bongôs.
Todos os
tambores são membranofones, mas existem muitas características que podem
variar:
O formato
do corpo dos tambores varia devido à sua forma de construção. Tambores feitos
de troncos de árvores escavados ou ripas de madeira fixadas por anéis como um
barril têm formato cônico, como os atabaques ou
bojudos, como as congas.
Tambores
com corpo metálico normalmente possuem o corpo totalmente cilíndrico, como
os timbales, caixas e tom-tons. Os tímpanos, por sua vez, possuem corpo esférico.
Existem
ainda muitos outros formatos possíveis. Alguns, como o djembê possuem
corpo em formato de cálice (mais
largos em uma das extremidades). Outros, como o tambor falante possuem
corpo em forma de ampulheta (mais
largos nas extremidades).
Dundun, Dunun ou Djun, djun, instrumento de percussão de duas partes e que pode ter uma sineta. Muitas vezes, é o instrumento central de uma
orquestra djembê, encarregado dos
golpes mais graves.
golpes mais graves.
A maior
parte dos tambores produz sons sem altura definida,
mas alguns são afináveis e
permitem produzir notas definidas.
Os tímpanos permitem a afinação precisa e a variação da
nota produzida através de pedais que
alteram a tensão da pele. Os ton-tons e timbales permitem
uma afinação um pouco menos precisa e cada tambor só produz uma nota. Isso
significa que para obter a mesma quantidade de notas que dois ou três tímpanos
produzem, seria necessária uma quantidade muito maior de ton-tons. Alguns
outros instrumentos permitem que o percussionista controle a altura da nota
produzida alterando com as mãos a tensão da pele, tal como ocorre nas tablas e
nos tambores falantes (embora nestes casos as notas não sejam
precisamente afinadas).
Toque com escova de arame.
Os tambores
podem ter pele em apenas uma ou em ambas as extremidades. Os que possuem duas
peles, podem ser executados pela percussão simultânea de ambas as peles, como
em uma zabumba. A segunda
pele pode ter apenas papel estético ou contribuir para o timbre do instrumento,
como ocorre com a caixa, que possui esteiras na segunda pele.
Os tambores
podem ser percutidos com baquetas, escovas
de arame ou diretamente com as mãos, que exercem ainda o papel de abafadores
para alterar o timbre, a altura ou
a intensidade do
som produzido.
Tambores de
grande porte como o japonês Taiko, normalmente necessitam de grandes baquetas, enquanto
que as baquetas de tambores menores, como um tamborim não
passam de pequenas varetas.
Os tambores
são utilizados em todos os tipos de música, como instrumentos rítmicos,
contribuindo para a marcação do tempo da música. Cada cultura e gênero musical,
no entanto, utiliza um conjunto diferente de tambores, que servem para definir
sua personalidade rítmica. Para mais detalhes sobre a utilização de cada tipo
de tambor, consulte os verbetes correspondentes a cada um na lista abaixo.
Também é
muito importante a utilização dos tambores em rituais religiosos, sobretudo
nas religiões afro-brasileiras, tais como o Candomblé, Umbanda, Batuque, Xambá e Tambor-de-Mina, onde são
chamados de atabaque,
ilú, ngoma,
inhã dependendo da nação. Não só são utilizados para acompanhamento dos
cânticos e danças, mas assumem também um papel sagrado de ligação com as
divindades.
A música Arará
é caracterizada por particulares estilos percussivos, incluindo drum,
palmas e percussão corporal.
No Caribe, os Arará cujos
instrumentos incluem o Ogan (um sino de ferro que no Brasil é chamado de Gã
ou agogô]), que
pode ser substituído por um guataca (lâmina de enxada), Cachimbo (tambor
menor, volume do som elevado), Mula (tambor médio), e Caja (tambor
maior, volume do som baixo). Os tambores são cabeça-única e fechados no fundo,
sintonizado com pinos. Outros nomes para estes tambores são
também usados em algumas partes de Republica Dominicana, como hungan para o Caja. O líder é
tocado com um vareta e uma mão, enquanto os outros são tocados com pares de
varetas por tocadores sentados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário