por Manuela
A Pemba é objeto
permanente nos rituais africanos mais antigos que se conhece. Fabricada com o
pó extraído dos Montes Brancos KABANDA e água do Rio Divino U SIL, é empregue
em quase todos os
ritos e cerimónias, festas, reuniões ou solenidades
africanas.
Nas tribos de
Bacongo e Congos, é usada a Pemba sob todos os pretextos quando é declarada
guerra – Os chefes esfregam o corpo todo com Pemba para vencer os inimigos; por
ocasião dos casamentos – os noivos são esfregados pelos padrinhos com a Pemba
para que sejam felizes; o negociante que quer conseguir um bom negócio esfrega
um pouco de Pemba nas mãos; em questões de amor então, é bem grande a
influência da Pemba, usando-a as jovens como se fosse o pó de arroz, porque
dizem trazer felicidade no amor e atrair aquele a quem se deseja.
Contam as Lendas
das Tribos Africanas o seguinte sobre a Pemba.
M. Pemba era o nome
de uma gentil filha do Soba Li-u-Thab. Poderoso dono de grande região e
exercendo a sua autoridade sobre um grande número de tribos. M. Pemba estava
destinada a ser conservada virgem para ser oferecida às divindades da tribo,
acontece, porém que um audaz jovem estrangeiro, conseguiu penetrar nos sertões
da África, e enamorou-se perdidamente de M. Pemba. M. Pemba por sua vez,
correspondeu fervorosamente a este amor e durante algum tempo gozaram as
delícias que estão reservadas aos que se amam.
Porém, não há bem que
sempre dure, o Soba poderoso foi sabedor deste amor e então, numa noite de luar
mandou degolar o jovem estrangeiro e também que lançassem o seu corpo no Rio
Sagrado U SIL, para que os crocodilos o devorassem.
Não se pode
descrever o desespero de M. Pemba, que como prova da sua dor esfregava todas as
manhãs o seu corpo e rosto com o pó extraído dos Montes Brancos Kabanda e, à
noite, para que seu pai não soubesse dessa sua demonstração de pesar pela morte
de seu amante, lavava-se nas margens do rio divino. Assim fez durante algum
tempo, porém, um dia as pessoas de sua tribo que sabiam desta paixão e que
assistiam ao seu banho, viram com assombro que ela se elevava no espaço ficando
em seu lugar uma grande quantidade de massa branca lembrando um tubo.
Apavorados,
correram a contar ao Soba o que viram, e este, desesperado quis mandar degolar
todos, porém, como eles tinham passado o pó deixado por ela no rio, nas suas
mãos e corpo, notaram que a cólera do Soba se esvaía tornando-o bom, e não
castigando os seus servos.
Começou a
correr a fama das qualidades milagrosas da massa deixada por M. Pemba e, com o
nome simples de Pemba, esta atravessou muitas gerações, chegando até aos nossos
dias, prestando grandes benefícios àqueles que dela se têm utilizado.
Extraído do Candomblé – o Mundo dos Orixás
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