terça-feira, 10 de dezembro de 2013

ARTESANATO DO BARRO


Regina Coeli Vieira Machado
Servidora da Fundação Joaquim Nabuco

A arte do barro é uma atividade milenar existente há mais de 3.000 anos antes de Cristo. No Brasil é uma prática muito representativa para a cultura popular.

       É uma herança deixada pelos índios. As índias faziam brinquedos de barro para os filhos e objetos domésticos como gamelas, tigelas, alguidares,
potes e modelavam de acordo com sua criatividade e/ou necessidade, e pintavam com tintas fortes e coloridas, inspiradas na natureza.
O artesanato de barro é uma produção espontânea que parte da sensibilidade e ingenuidade do artesão.
O matuto é astucioso e tem uma imaginação fértil para criar. Usa o barro para fazer algo que lhe proporcione prazer, beleza e arte, fazendo do artesanato uma fonte de renda para sua subsistência.
Os artesãos do barro são artistas anônimos espalhados pelos sertões do Norte e Nordeste do Brasil. Em muitos municípios do Nordeste do Brasil e, em particular, em Pernambuco, é grande a prática do artesanato de barro, fabricado de forma rústica em Caruaru, Tracunhahém e Goiana, que são as cidades que mais se destacam na produção de cerâmicas utilitárias e ornamentais no Estado.
Em Caruaru, a prática do artesanato de barro teve origem no Alto do Moura, lugar onde viveu o Mestre Vitalino, que foi destaque na produção de artesanato de Pernambuco e tornou-se o mais conhecido oleiro do Nordeste. Suas esculturas fizeram e ainda fazem sucesso no Brasil e no exterior.
Tracunhaém, localizado na mata Norte do estado de Pernambuco é conhecido como o "pólo cerâmico", porque a maioria da população dedica-se à produção de santos em barro.
Entre os principais artesãos desta região merece destaque Zezinho de Tracunhahém, que modela suas peças representando Santo Antônio, São Pedro, São José, Padre Cícero e outros.
Goiana, a terra do barro, localizada a 50 quilômetros do Recife, tem como principal atividade a modelagem de imagens de barro que lembram santos padroeiros da Igreja Católica (São Pedro, Santo Antônio, Santo Expedito) e de figuras representativas do folclore da Zona da Mata, tais como o pegador de caranguejo, o vendedor de abacaxi, o tirador de coco, o pescador. São também representadas as heroínas de Tejucupapo, o maracatu ruralo pastoril, as lavadeiras, os mendigos, os carvoeiros e diversas outras representações que expressam e enriquecem a cultura regional.
Os artistas que mais se sobressaem no artesanato de barro são Zé do Carmo e Gercino Santos, ambos conhecidos internacionalmente pelo talento e criatividade.


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