quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

NAVEGABILIDADE DO RIO SÃO FRANCISCO

HISTÓRICO

Uma expedição confiada por Tomé de Souza, então governador do Brasil, a Francisco Bruzza de Espiñosa
marcou, sob o ponto de vista da navegação do Rio São Francisco, a primeira viagem histórica da qual se tem notícia. A entrada, formada por doze homens, partiu de Porto Seguro, em março de 1554, devassou os sertões sanfranciscanos atingindo um dos afluentes do São Francisco em sua margem direita, por ventura o Jequitaí, por onde puderam chegar ao “grande rio”, um ano e meio depois, tendo a primazia de sulcar suas águas em seu médio curso. Com canoas construídas por eles próprios a partir de recursos locais, a expedição desceu algumas léguas pelo rio com a intenção de se retornar a Bahia. Desistiram, porém, dessa idéia, atravessando por terra, desde o São Francisco ao rio Verde, até passar para a bacia do rio Pardo, por onde desceram até o mar. Nesta mesma época, nas águas do São Francisco, os índios provenientes dessa região já se utilizavam de canoas como meio transporte e pesca.


A partir do século XVII, a medida em que progredia a conquista do litoral e posteriormente dos sertões por homens brancos e mestiços que implantavam as atividades agropecuárias na região, crescia a necessidade de se ter uma via de transporte menos trabalhosa e arriscada que os caminhos terrestres. Assim, os colonizadores passaram a compartilhar o tráfego fluvial com os elementos indígenas. Muitos destes já haviam tido longos contatos com os europeus, o que propiciou a divulgação de conhecimentos desenvolvidos sobre a arte de navegar, dando forte impulso à navegação no médio São Francisco. Os indígenas não se interessavam pelo transporte de carga. Foi a partir do elemento civilizado que surgiram as embarcações de maior capacidade, destinadas ao transporte de cargas.

Surgiram assim os ajoulos, formados pela junção de duas ou mais canoas, suportando um estrado de madeira, sobre o qual se arrumavam as mercadorias. Apareceram as balsas e as próprias canoas melhoraram sensivelmente sua confecção, oferecendo maior segurança, maior aproveitamento da capacidade e melhor conforto. As embarcações de maior porte, conhecidas no Rio São Francisco pela denominação de barcas, somente surgiram ali em fins do século XVIII.

Em fins do século XIX, deu-se o início da navegação a vapor no Rio São Francisco. A iniciativa da construção do primeiro navio a vapor que sulcou as águas do “grande rio”, numa esplêndida demonstração prática das grandes possibilidades oferecidas por aquela artéria fluvial, partiu do então Presidente de Minas Gerais, Joaquim Saldanha Marinho. O vapor “Saldanha Marinho” foi adquirido e montado em Sabará (MG) e, em março de 1869, realizou sua primeira viagem experimental nas águas do Rio das Velhas. Em fevereiro de 1871, ele entrava como pioneiro no Rio São Francisco, cursando vitoriosamente suas águas no trecho entre a barra do Rio das Velhas, até a vila da Boa Vista, situada abaixo de Juazeiro.

Encomendado no Rio de Janeiro, pelo o então Presidente da Bahia, Souza Dantas, o vapor de ferro “Presidente Dantas” foi lançado nas águas do São Francisco em julho de 1872, junto às barrancas de Juazeiro. Este foi utilizado em 1879 na exploração do verso médio do rio e, em 1883 em diante, teve relevante contribuição nos trabalhos de desobstrução das cachoeiras.



Desde então a navegação a vapor e, mais recentemente, a navegação a diesel, vem se realizando no curso médio do rio e seus afluentes.
As “Gaiolas”, velhos navios a vapor com roda, remanescentes do Mississipi, trafegaram até meados dos anos 70. Atualmente, só resta um dos velhos “Gaiolas”, o vapor Benjamim Guimarães.


Os “Comboios”, integrados com empurradores, correspondem atualmente ao equipamento de transporte comercial que se utiliza da Hid

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