O Theatro da Paz foi fundado em 15 de fevereiro de 1878, durante o
período áureo do Ciclo da Borracha, quando ocorreu um grande crescimento
econômico na região amazônica. Belém foi considerada “A Capital da
Borracha”. Mas, apesar desse progresso a cidade ainda não possuía um
teatro
de grande porte, capaz de receber espetáculos do gênero lírico. Buscando
satisfazer o anseio da sociedade da época, o governo da província contrata o
engenheiro militar José Tiburcio de Magalhães que dá inicio ao projeto
arquitetônico inspirado no Teatro Scalla de Milão (Itália).
Foi a primeira casa de espetáculos construída na Amazônia e tem
características grandiosas: 1.100 lugares, acústica perfeita, lustres de
cristal, piso em mosaico de madeiras nobres, afrescos nas paredes e teto,
dezenas de obras de arte, gradis e outros elementos decorativos revestidos
com folhas de ouro.
Localiza-se na cidade de Belém, no Estado do Pará. Atualmente, é o maior
Teatro da Região Norte e um dos mais luxuosos do Brasil. Com cerca de 130
anos de história, é considerado um dos Teatros-Monumentos do
País.
HALL DE ENTRADA
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O hall de entrada é composto por materiais decorativos importados da
Europa: ferro fundido inglês nos arcos das portas; escadaria em mármore
italiano; lustre francês; bustos em mármore de carrara dos escritores
brasileiros José de Alencar e Gonçalves Dias; estátuas em bronze francês;
piso com pedras portuguesas formando mosaico e coladas com o grude do
Gurijuba (peixe encontrado na região); paredes e teto pintados
representando as artes gregas.
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CORREDOR DAS FRISAS
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Em 1905 é fechada a porta principal de acesso ao salão de
Espetáculos, já que a mesma prejudicava a acústica, em seu lugar é colocado
um espelho em cristal francês. Além do espelho foram acrescentadas estátuas
em pedra francesa e nas paredes foram fixadas placas em ferro esmaltado
contendo o regulamento da época informando que “é proibido fumar”. O piso
foi decorado em Parquê, utilizando as madeiras regionais como acapú e pau
amarelo.
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SALÃO DE ESPETÁCULOS
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A Sala de
Espetáculos que originalmente possuía 1100 lugares, hoje comporta 900. As cadeiras
conservam o estilo da época em madeira e palhinha adequadas ao clima da
região. A balaustrada é toda em ferro inglês folheado a ouro. A pintura em
afresco do teto central apresenta elementos da mitologia greco-romana
fazendo uma alusão ao Deus Apolo conduzindo a Deusa Afrodite e as musas das
artes à Amazônia. No centro do teto foi adaptado o lustre em bronze
americano que substituiu um grande ventilador que ajudava amenizar o calor.
Nas paredes, com motivos florais, as pinturas imitam o papel de parede. O
forro dos camarotes foram pintados obedecendo à hierarquia social da época;
para a 1ª classe eram utilizadas as seguintes localidades: varanda,
plateia, frisas, camarotes e procênios de 1ª ordem; para a 2ª classe:
galerias, camarotes e procênios de 2ª ordem e para 3ª classe paraíso. Os
procênios eram reservados as autoridades como: Prefeito chefe de polícia e
diretores de escola. O Camarote Imperial, atualmente do Governador, situado
na 1ª ordem de camarotes é ornamentado com mobília em madeira regional. O
pano de boca pintado na França no ateliê Carpezat intitulado “Alegoria à
República“ foi inaugurado em 1890 em celebração a República
Brasileira.
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SALÃO NOBRE
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O Salão Nobre (Foyer), local onde a nobreza costumava se reunir,
para bailes, pequenos recitais e durantes os intervalos dos espetáculos, é
um espaço altamente decorado com espelhos e lustres em cristal francês e
bustos em mármore de carrara de dois grandes compositores da época: Carlos
Gomes e Henrique Gurjão. O mezanino do salão era o local usado pelos
músicos nos eventos sociais e frequentado pelas pessoas do paraíso em noite
de espetáculos. Quanto à pintura do teto feita em 1960 é do Pernambuco
Armando Baloni, que se inspira nas musas da música ladeadas pela fauna e
flora amazônica. As paredes, pintadas pelos italianos, retratam motivos
neoclássicos com buquês de flores.
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FRONTARIA
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No inicio do século XX a frontaria foi o ponto mais significativo da
reforma. Devido haver polêmico na norma do neoclássico italiano: na regra
colunas pares e entradas impares, mas inaugurou ao contrário, com sete
colunas e 6 entradas. Na reforma de 1905 foi recuado o frontão, retirando
uma coluna e uma entrada, para decorar colocaram medalhões de musas, que
representam as artes cênicas: comédia, poesia, música e tragédia; as
laterais a dança. No centro o Brasão do Estado do Pará. As luminárias da
balaustrada uma representam o dia e a outra à noite.
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