O Rio
Vermelho é um bairro de classe média-alta,
localizado na orla marítima da cidade de Salvador,
no Estado da Bahia,
no Brasil.
É o bairro boêmio de Salvador. Para ele convergem: hotelaria, gastronomia,
religiosidade e festas.
Localização e descrição
Localizado
entre os bairros de Ondina e Amaralina,
tendo ao norte o Engenho
Velho da Federação, Santa Cruz e
o Nordeste
de Amaralina.
Neste
bairro estão situados luxuosos hotéis e pousadas, sendo intensa sua vida
noturna.
Conhecido
pelo clima boêmio,
pelos acarajés de
Cira, de Regina e de Dinha, e pela colônia de pescadores, seus moradores comemoram anualmente, no
dia 2 de fevereiro, a Festa de Iemanjá, rainha do mar.
Em
razão de suas estreitas vias, mesmo as principais (ruas Oswaldo Cruz e Odilon
Santos) possui um tráfego de veículos difícil.
Confluindo
para o Largo de Santana - onde a capela dedicada a esta santa
situa-se bem ao meio do caminho, a Rua da Paciência (que
recebe o intenso tráfego da Avenida Oceânica), a Avenida Cardeal da Silva
e Rua João Gomes - o trânsito sofre ali um afunilamento que em
certos horários fica praticamente estagnado. Nas imediações do Largo há outro
templo dedicado a Santana.
O Rio
Vermelho, que dá nome ao bairro mas também é conhecido como Rio
Lucaia, margeia a Avenida Juracy Magalhães Júnior. Próximo a
sua foz, existe uma estação de condicionamento prévio de esgotos domésticos,
onde resíduos sólidos e partículas em suspensão são separadas do efluente
final, que é lançado a 2,7 quilômetros da costa pelo emissário submarino do Rio
Vermelho, evitando a contaminação da praia.
Apesar
do grande crescimento vertical verificado noutras áreas da capital, o Rio
Vermelho ainda conserva-se um bairro essencialmente de casas. As estreitas vias
mais antigas receberam nomes que homenageiam importantes cidades baianas,
como Caetité, Itabuna, Ilhéus, etc.
Na
rua Alagoinhas está
a casa que foi a residência do falecido escritor Jorge Amado e
de sua esposa Zélia Gattai,
e onde estão guardadas as cinzas do Imortal.
Outro
importante logradouro do bairro é o Largo da Mariquita, onde está
situado o Mercado do Rio Vermelho, antiga e tradicional feira
livre.
História
O
Rio Vermelho tem sua história iniciada no século XVI,
com o naufrágio de Caramuru ao seu território. Aqui viviam os tupinambás e
Caramuru foi o elo de comunicação entre os nativos e os europeus. Quando o primeiro governador-geral chegou a Salvador,
as terras a uma légua para o norte e duas léguas para o sertão do Rio Camarajipe foram
doadas a Antônio de Ataíde. E assim nasceu o Rio Vermelho. Inicialmente a
região tinha poucos habitantes, com uma paisagem de currais, armação de pesca
e jesuítas.
Com
a invasão
holandesa de 1624, muito moradores vieram para o Rio Vermelho,
pela distância do local invadido. Aproveitando o clima tenso e a desorganização
dos brancos, alguns escravos fugiram para as matas frondosas, formando em 1629 um quilombo no Rio Vermelho. Este quilombo foi
esmagado três anos depois
pelos
capitães-do-mato Francisco
Dias de Ávila e João
Barbosa Almeida. Os pescadores, que tem
presença marcante até hoje, dominavam o lugar no século XVII.
Nas palavras do visitante francês Tollenare: " é um povoado de pescadores,
de umas 100 cabanas, na foz de um pequeno rio que se lança no mar a uma légua a
leste do Cabo de Santo Antônio. Os arredores são encantadores e um forte muito
arruinado contribui para o pitoresco da paisagem". Com o passar dos anos,
em meados do século XIX,
o Rio Vermelho tinha três núcleos de povoamento definidos: Paciência, Mariquita
e Santana. No último havia a igreja velha da matriz, e atraía pessoas de todos
os cantos da cidade devido aos festejos religiosos.
Cultura e religiosidade
O
bairro é referido na canção Onde o Rio é mais baiano de Caetano Veloso:
"E
agora estamos aqui / Do outro lado do espelho / Com o coração na mão / Pensando
em jamelão no Rio Vermelho".
O
bairro concentrou as festas de devoção a Santana e, com a mística da
religiosidade afro-descendente, também reuniu o culto a Iemanjá, divindade protetora dos pescadores, ambas com
festejos anuais bastante populares na Capital.
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