A Basílica
Nossa Senhora da Conceição da Praia, ou Igreja Nossa Senhora da
Conceição da Praia,
construída em 1623, é a uma
das paróquias mais antigas da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, sua
primeira igreja foi feita por determinação do primeiro governador-geral
do Brasil: Tomé de Sousa, sua atual
construção em estilo Barroco foi
feita toda de pedra de Lioz trazida de Portugal. Sua Elevação a
Sacrossanta basílica se
deu em 1946. O papa Pio XII declarou Nossa Senhora da Conceição padroeira única
e secular do Estado da Bahia.
Recebeu o título
de basílica
menor por meio da Carta Apostólica Coruscantis sideris, de 7 de outubro de 1946, do Papa Pio XII.
Sua localização
fica próxima ao Elevador Lacerda e
do Mercado Modelo sendo alvo de
História
Situada no sopé da
montanha que liga a cidade Alta à Baixa, é a terceira construída no local; e
todas, sobre o assentamento da primitiva ermida erigida
por Tomé de Sousa quando da fundação da cidade, em 1549.
Em 1623, o templo
é elevado à Matriz da Nova Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Praia e,
em 1736, as confrarias do
Santíssimo Sacramento da Imaculada Conceição decidem reedificá-lo. O projeto,
atribuído a Manuel Cardoso de Saldanha é enviado
de Portugal para
ser executado em lioz.
A atual igreja foi
iniciada em 1739 e
inaugurada em 1765, mas suas
obras só foram concluídas em 1849. As
plantas foram feitas pelo engenheiro militar Manuel Cardoso de Saldanha, sendo
que o executor dos materiais foi o mestre pedreiro Manuel Vicente. O mestre
pedreiro arquiteto Eugênio da Mota, de
Portugal, preparou as pedras e acompanhou seu transporte para Salvador, ficando
responsável também pela edificação do monumento.
O objetivo foi
criar uma edificação destinada ao culto religioso. A construção compreende além
da Igreja, dois corpos laterais que abrigam atividades das Irmandades do
Santíssimo Sacramento e da Imaculada Conceição.
Seu interior possui
a primeira demonstração mais completa do barroco de D. João V no Brasil, destacando-se a pintura do
teto da nave que obedece à concepção ilusionista barroca de origem italiana de
autoria de José Joaquim da Rocha. A monumentalidade de sua fachada, de
características neoclássicas, é realçada pela implantação das torres em diagonal.
Em 1942 foram
feitos reparos na Igreja e restauração de portas pelo IPHAN. Em 1947,
substituição das mesas de madeira dos oito altares laterais por mármore; 1956, obras de
conservação e limpeza: reparos de emergência; 1959, obras de
conservação e pintura; 1969/70, limpeza e recuperação da pintura e talha
dourada pelo IPHAN; 1971, obras de
estabilização e restauração da Igreja, realizadas sob orientação do IPHAN. A
última restauração ocorreu em 1991, quando o
templo teve sua estrutura totalmente recuperada com recursos das empresas do
polo petroquímico, repassados através do plano de comunicação social do COFIA
– Comitê de Fomento Industrial de
Camaçari.
A Igreja de Nossa
Senhora da Conceição da Praia é tombada pelo IPHAN desde 1938. É
dedicada à padroeira do Estado. Dela partem os cortejos das festas do Senhor Bom Jesus dos Navegantes (1º
de janeiro), Conceição da Praia (8 de dezembro) e de Santa Luzia (13
de dezembro).
O contexto espacial
A Igreja Nossa
Senhora da Conceição da Praia está localizada na Rua Conceição da Praia no
bairro do Comércio – Cidade Baixa em
Salvador. A Igreja é circundada também pelas ladeiras da Montanha e da
Preguiça, sendo que seu principal acesso é feito pela Avenida Contorno.
Primeiro
Desenvolvimento
O edifício foi
implantado próximo do porto, situado no sopé da montanha que liga à cidade Alta
à Baixa. O edifício está engastado na rocha viva.
A fachada da Igreja
está voltada para o noroeste, fazendo com que o sol incida diretamente sobre
mesma pelo período da tarde, porém isso não implica, necessariamente, num
desconforto térmico, já que o edifício recebe uma brisa marítima
constantemente.
Existe pouco
entorno natural, ficando restrito ao mar, algumas árvores à sua frente e
arbustos no topo da montanha atrás da Igreja.
Ao seu redor
existem alguns casarões antigos bem conservados, com funções comerciais,
apresentando cores variadas como bege, azul, amarelo, causando um contraste com
o local, e outros em estado de depreciação, necessitando urgentemente de
restauro.
A projeção da
construção mede aproximadamente 2562 m² (58,50 m x 43,80 m). A altura do
edifício é de aproximadamente 26 m, gerando um volume total de quase 67 mil
metros cúbicos.
O monumento está
aberto ao público, o que faz com que esteja constantemente ocupado. Nos
horários de missa, o edifício é ocupado quase que em sua totalidade. Dez
funcionários fazem a manutenção e limpeza da Igreja diariamente.
Aspecto em 1971
A forma
A igreja apresenta
características da arquitetura do Alentejo, adotando
partido de 3 corpos separadas por corredores longitudinais, dando, aquele da
esquerda, acesso a um pátio com chafariz, de onde parte escadaria em mármore
para a sala de Irmandade.
Sua planta de
transição apresenta capelas laterais, típicas do século XVII, e
corredores com tribunas superpostas, do começo do século XVIII, cujo
acesso se dá por galerias cegas, similares aos trifólios das igrejas medievais.
A nave oitavada é uma transição entre a forma retangular seiscentista e a
poligonal, frequente no século XVIII. Seu interior é a primeira demonstração
completa do barroco de D. João V no Brasil.
O teto da nave obedece à concepção ilusionista barroca de origem italiana.
A monumentalidade
de sua fachada, de características neoclássicas com
uma série de ornamentos joaninos, é realçada pela implantação das torres em
diagonal. A fachada excessivamente alta e estreita da igreja dá uma impressão
de alongamento do edifico. Além de possuir um contraste de superfícies
produzido pela colocação diagonal das duas torres, o que dá extraordinária
qualidade de movimento a toda a frontearia da Igreja.
Na Igreja aparece
um tipo de acabamento curvado de grande projeção, que se repete nas três portas
e quatro janelas da fachada principal, e na última cornija da torre, assim como
em todos os vãos do corredor lateral e, em combinação com janelas ovais, nas
paredes da nave e da capela-mor.
A implantação de
nichos ocupados pelos altares da nave aumenta a impressão de largura da nave,
produzindo uma estrutura quadrada, de espaço concentrado, dominado pela vasta
nave aberta, cuja forma sugere a alguns uma salão de festas, a outros um
armazém.
A planta da nave da
igreja é larga e comprida (28,50 m x 19,80 m), termina nas extremidades do eixo
principal com uma área poligonal de três faces. Entre estas paredes e quatro
portas, que dão comunicação com os corredores, há três altares laterais em cada
lado, instalados em capelas quadradas de bastante profundidade.
As aberturas das
capelas e portadas formam, na parte inferior da nave, uma cadeia de doze arcos
iguais, dominados pelo ritmo do arco imenso da capela-mor, erguendo-se
altíssimo para fazer a ligação com os arcos das tribunas do andar superior.
O restante da
estrutura representa uma solução ditada pelas convenções da arquitetura prévia
luso-brasileira. São dois corredores situados nas alas do edifício conduzindo
da entrada até o fundo da capela-mor. Toda a superfície da capela-mor é ocupada
por painéis retangulares, que vão até os óculos das paredes laterais.
Durante o dia a
iluminação da igreja é feita naturalmente através das janelas e dos óculos, com
destaque para o altar-mor, que é iluminado através da lanterna situada no teto.
À noite são usadas luminárias modernas instaladas recentemente.
Trata-se de uma
igreja pré-fabricada em Portugal, em pedra
de Lioz, que chegou ao Brasil em pedaços separados e numerados. Eugênio da Mota, como dito
anteriormente, foi expressamente contratado para montar o "quebra-cabeças
arquitetônico", e sua permanência no Brasil foi prolongada até o final dos
trabalhos.
O procedimento de
preparar as peças construtivas na mãe-pátria, não se limita aos elementos que
requerem a intervenção de artesãos especializados, mas também, frequentemente,
inclui as mais simples fundações que sustentam as paredes. As paredes de pedra
lioz da Igreja, quase sem enfeites, são divididas por uma grandiosa ordem
de pilastras dóricas,
sustentando ao redor da nave inteira a calha real.
Como tantas outras
construções coloniais de principal importância, a matriz da Conceição da Praia
oferece sua fachada como atração capital. A parte exterior é de pedra
importada, o resto sendo de pedra e cal irregularmente composto e pintado de
branco. A nave e a capela-mor são totalmente revestidas de pedra lioz, cujas
tonalidades projetam calor a todo o interior.
Ao lado das duas
sacristias da Igreja, separadas por um par de depósitos, segue um pátio com seu
chafariz de mármore. A ala da esquerda termina com a escadaria de amplas
proporções, a outra é de menos interesse, com exceção das belas abobadas das
salas de reunião e de depósito.
O pavimento da nave
é contemporâneo, composto de mármores policromos portugueses, que veio
substituir o primitivo, formado por tampas de madeira.
Detalhes e acabamentos
O piso, de mármore
em forma de estrelas, possui duas cores, alternando entre o branco e o
vermelho.
Nos batentes dos
marcos retalhados das portas da nave há uma sugestão da qualidade das linhas
das janelas de fora. Em cima das padieiras há quadros pintados postos em
molduras de madeira de linhas caprichosas e detalhes de estilo Rococó, da época
de 1760. Assim
também são as sanefas dos arcos, que estilisticamente conduzem aos lambrequins
e balaustradas de talha de madeira dourada da parte superior da nave, dando
relevo e animação. O altar-mor também é feito de madeira talhada e dourada.
O corredor esquerdo
conduz a um pátio com chafariz, onde nasce larga escadaria de mármore que leva
à sala dos irmãos. Possui na ante-sacristia azulejos tipo grinalda (século XVIII), e na
sacristia azulejos de 1960. Na
sacristia exibe um belo ladrilho em mármore com bacia em concha.
A pintura do forro
da nave é um vasto quadro tradicionalmente aceito como obra de José Joaquim da Rocha. Ela pertence à categoria chamada de "pintura
de perspectiva" ou ilusionista, porque procura enganar os olhos do
observador com falsa arquitetura e
espaço ilusório. O assunto do quadro é a glorificação da santíssima Virgem da Imaculada Conceição, que
aparece coroada de estrelas, em cima do seu símbolo particular – a lua nova.
Aos seus pés se vêm quatro mulheres festivamente vestidas para lhe fazer
homenagem. As duas à esquerda devem representar a América e a Europa. À
direita, a Ásia e a África completam o grupo das quatro partes do mundo. Em
cima da Virgem figura a SS. Trindade, com o Agnus Dei adorado por S. João
Evangelista e o Santo Precursor.
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