segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CIPÓ

Município baiano vocacionado para o turismo.

A sinfonia das águas termais
Vista parcial da cidade

História
Em 1730 O Padre Antônio Freire, donatário de uma sesmaria no sertão de Itapicuru de Cima, dirigiu uma representação ao Vice-rei do Brasil, a respeito da utilização das águas termais da região. Somente em 1829, porém o governo da Província mandou construir, pelo capitão-mor João Dantas, um estabelecimento de banhos nas fontes da Missão da Saúde, a um quilômetro da vila de Itapicuru, sendo concluídas as suas obras em 1833.
Já em 1831, a Lei provincial nº 186, mandava construir no lugar denominado Mãe-d’Água de Cipó, uma casa para abrigo dos doentes que procuravam aquelas fontes.
Piscina de água termal
Anos depois, por volta de 1843, a Assembléia mandou construir outra casa que, tal a primeira, passou a chamar-se “Casa da Nação”. Muito tempo depois, as duas casas abandonadas, ruíram devido a uma enchente do rio Itapicuru. Várias tentativas foram feitas para a construção de um balneário, mas somente em 1928 foi concedida permissão para a exploração das águas, fato que ocorreu em 19 de março do mesmo ano. Esta data assinala o início do progresso de Cipó que, a 8 de julho de 1931, foi elevado à categoria de município por força de decreto estadual de nº 7.479. Em virtude desse decreto foram anexados ao seu território os municípios de Nova Soure, ao qual Cipó pertencia na situação de povoado, Ribeira do Pombal, Tucano e Ribeira do Amparo.
Grande Hotel de Cipó
Em 27 de maio e 19 de setembro de 1933 e 18 de julho de 1935, pelos Decretos Estaduais nº 8.447, 8.643 e 9.600, respectivamente, os municípios de Tucano, Ribeira do Pombal e Nova Soure obtiveram autonomia. O município de Nova Soure, porém, perdeu toda a área necessária à formação do distrito sede de Cipó, que juntamente com território total de Ribeira do Amparo, que não logrou emancipação, formou o atual município de Cipó, ficando este, segundo a divisão administrativa do País vigente, composto de três distritos: Cipó, Ribeira do Amparo e Heliópolis.
Alguns anos depois, o governador do Estado, após verificar a situação de abandono em que permanecia o lugar, mandou concluir a rodovia Alagoinhas-Cipó e efetuar o levantamento semicadastral, com o objetivo de traçar o plano urbanístico da cidade.
Assim, em 16 de maio de 1935, Cipó era tornado Estância Hidromineral.
Histórico turístico
Em 1906, o Coronel Genésio Sales, o qual sofria de úlcera estomacal, foi aconselhado por amigo a passar uma temporada no Sertão Arraial da Mãe d’Água de Cipó, para tentar curar-se do seu problema de saúde. Com a cura mandou construir perto da Fonte Termal, um chalé, que mais tarde, foi transformado em Hotel Termal.
Em 1926, Genésio Sales com o fim de chamar a atenção dos poderes públicos para aquelas águas, empreendeu uma arrojada viagem de automóvel deAlagoinhas a Cipó, a primeira que se fazia ao Nordeste do Estado. Não havendo estradas, seguiu o caminho das cavalgadas, em muitos trechos, mandava abrir estradas, alargar as existentes, para que o automóvel pudesse passar. Nos diversos povoados, os tabaréus, desconhecendo a existência de veículos sem tração animal, recebiam-no com grandes manifestações, faziam promessas e colocavam dentro do carro “vinténs” e “ex-votos”, o automóvel que era novo ao iniciar a viagem ficou bastante danificado. A imprensa de todos os estados do nordeste deu grande publicação ao acontecimento; anos depois, o governo do Estado mandou concluir a rodovia Alagoinhas-Cipó.
Em 1928 o chalé foi transformado no primeiro hotel da cidade por Genésio de Seixas Sales Filho, sob a denominação de Hotel Thermal e após receber em concorrência pública a concessão de uso das águas de Cipó, iniciou suas atividades profissionais, montando um serviço de assistência médica, para atender o povo do arraial e adjacências.
Em 19 de março de 1928 foi concedida permissão para a exploração industrial das águas. Nas fontes termais, onde havia quatro banheiros de palha, Genésio Sales construiu um moderno balneário, composto de uma piscina de água quente (na época a única existente no Brasil), um consultório médico, salas de espera e de tratamentos
diversos, instalações sanitárias, “buvet” (chafariz para beber água termal) e dezessete banheiros, dos quais um era gratuito destinado aos pobres.
Em 1930, um bando chefiado por Lampião, o rei do cangaço, afastava os banhistas, causando grandes prejuízos, pois as pessoas o temiam, e por conseqüência disso, não apareciam para fazer uso das águas termais. Mais tarde, depois da morte de Lampião, a cidade voltou a atrair turistas, em busca de suas águas medicinais.
A 16 de maio de 1935, Cipó era tornada Estância Hidromineral, a partir de cuja época passou a exibir uma notável movimentação, tendo em vista o vertiginoso afluxo de veranistas.
Após esse acontecimento, o Rádium Hotel, de arquitetura art déco, foi inaugurado em 1938, o qual hospedava turistas de vários países. Anexo a ele havia um cassino, frequentado principalmente por hóspedes.
Com o grande número de turistas que passaram a visitar a cidade de Cipó, foi construído em 23 de julho de 1952 o Grande Hotel, conhecido como Elefante Branco da Terra, inaugurado pelo Presidente Getúlio Vargas.
Sua estrutura grandiosa atraiu muitos turistas que, além de desfrutar dos jogos e bailes que o Cassino proporcionava na época, usufruíam também das cascatas e piscinas situada no subsolo do Grande Hotel, sem contar o grande parque de diversão para crianças.

Os hotéis estão hoje em sua maioria fechados. Entretanto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional tem planos de identificar os edifícios da cidade para buscar algum tipo de proteção à rica arquitetura existente na cidade, notadamente no estilo art déco.
Lenda de como surgiu o nome da cidade de Cipó
Conta que um caçador andava pelas margens do rio Itapicuru. Nas suas andanças pelo sertão, atirou em direção de um pássaro que estava pousado numa árvore e então revoou um bando, o qual chamou atenção do mesmo, e ao chegar perto, ouviu um borbulho de água jorrando no solo de temperatura alta e gosto estranho. Assim, percebeu que naquele lugar havia enormes árvores de Cipó, um verdadeiro Cipoal.
O caçador ao seguir seu percurso em direção da cidade de Itapicuru da Missão, espalhou a notícia das águas descobertas e indicou a todos que a mesma estava na localidade de Cipó, no cipoal às margens do rio Itapicuru. Lenda à parte, vale citar aqui,no sentido de enriquecer detalhes sobre a história do município, o que nos relata o Poeta Raniery Caetano quando nos ensina que o gentílico CIPÓ tem origem no Tupy-guarani uma vez que CY = MÃE e YPÓ = ÁGUA, NASCENTE, FONTE... Para os primeiros moradores à margem do Rio Itapicurú, natural foi "aportuguesar" a palavra que na sua origem significava "mãe d'água". Esta versão do poeta e estudioso da historia do município é incontestavelmente elucidativa no que se refere à origem real do nome da cidade.


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