Por
Conrado Matos
Quando você estiver com
raiva, não deixe que esse mal tire o seu sossego, libere um pouco a
adrenalina,
respire fundo, e aja como um palhaço, e ria o quanto pode. Faça de conta que
você estar no circo diante de uma grande plateia. Comece a contar piadas, dê
muita gargalhada, jogue todo lixo da raiva na cena, e recicle, transformando
todo esse mal em alegria. Você vai fazer que tudo isso, se torne um verdadeiro
espetáculo, deixando de ser fingido, e assumindo a sua formosura de criança,
sem se afastar, é claro, da responsabilidade com você e com os outros, nem tão
pouco com o amor e a afetividade. Fique no bem me quer, e evite ficar no mal me
quer. Na falsa alegria, se esconde o mal me quer que, pode estar associado a um
transtorno de humor, ou a um transtorno bipolar. Bem quero, mal quero. O melhor
da vida é se doar e aceitar o outro. É viver a regra do bom convívio.
Se alguém o achar imbecil,
não o dê ouvido, continue fazendo o que sempre fez que é ser criança. E que
nunca o deixará de falar besteiras, de brincar no parque, na praça, nas festas,
e de subir no pé de mangueira e se lambuzar de manga. Seu gingado de criança
mostrará quem você é em toda sua essência de vida. A sua identidade trará a
impressão digital de uma criança, como sempre foi desde quando veio do ventre.
Quando você agir como
criança, seu sorriso será mais autêntico e brilhoso. O verniz do fingimento da
sua falsa extroversão, não terá lugar para lhe deixar condenado à culpa, porque
você não mente para si mesmo, e sua criança vai dormir em paz. Quando acordar,
olhe para o espelho e veja sua face já cheia de rugas, mas com o espírito jovem
de uma criança.
Lágrimas e perdas, você faça
logo desses momentos tristes, a experiência ainda não vivida, e acumule bônus
para enfrentar as turbulências que virão pela frente. Mas não perca de vista o
jeito de ser palhaço, espalhe sorrisos, empatia, e faça com que as pessoas riam
de si, destravando esse seu jeito de ser durão. Porque tudo passa. E como diz a
canção de Lulu Santos: “Tudo sempre passará”. A dor da perda, a dor de cabeça e
o excesso de preocupações, tudo passa, e o que fica é o sorriso verdadeiro de
uma criança, que vai contagiando a si mesma e a todos.
Como é bom ser criança, na
hora que precisamos ser. No momento que estamos desprendidos da realidade.
Realidade? Sim! Realidade tem seu momento, e tem hora que temos que ser
rebeldes, e mergulharmos nas nossas fantasias, nos tornando um pouco mais
felizes.
Na nossa vida tem momento
pra tudo. Há sempre tempo para trabalhar, pagar contas, assumir compromissos,
planejar e organizar. Mas tem momento, que ser palhaço traz o gosto daquela
pimenta, que faz com que seja saboroso aquele repetido feijão com arroz, e o
azedo momento da nossa vida.
Tem gente que quando chega
em casa, quando vai para o trabalho, quando vai para praia, quando vai para a
casa de veraneio, quando vai para o sítio, quando vai para o teatro, para o
parque e o cinema, é sempre a mesma conversa, desse momento azedo da vida;
desse feijão com arroz que foi feito só com água e sal. Não sabe outra coisa, a
não ser, resmungar, e que deixou lá na mesa do escritório um serviço pra fazer.
Fala que está chateado com a empresa que trabalha, e não sabe como vai viver
quando estiver velho. Não sabe, porque os outros têm sorte de ganhar na
loteria, e que, não tem sorte com nada. Não sabe, porque fulano tem um carro
novo, e trabalha feito um condenado, e só tem um Corsinha 95. Acho meu amigo
que já chega por hoje, porque a lata de lixo já não cabe mais nada, e o jeito é
mudar de papo. Porque, agora, o momento é da criança que não pensa em nada, a
não ser, brincar de empinar pipa.
Conrado Matos é
Psicanalista, e Colaborador do Blog do Facó (lcfaco.blogspot.com.br)
E-mail: psicanaliseconrado@hotmail.com
– Tels: (71) 8717-3210/9910-6845
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