Municípios baianos vocacionados
para o turismo
Em princípios do século XVII, a corrida de
bandeirantes e portugueses às minas de ouro descobertas
em terras do atual
município (ao que se sabe, por Roberto Dias) foi à origem da corrente inicial
do devassamento e povoação de Jacobina. A notícia de exploração de minérios
fluir ao lugar numerosos contingentes humanos, vindo de recantos longínquos,
para aí se aglomerarem, sedentos de ouro fácil. Um dos primeiros a chegar foi
Belchior Dias Moreia. Depois dele, por volta de 1652, quando a mineração já
ocupava 700 bateias, ali chegou Antônio de Brito Correia e depois os Guedes de
Brito, estes acompanhados de muitos colonos e escravos.
Iniciaram-se, também, por essa época, as atividades
suplementares de criação de gado e de culturas agrícolas essenciais. À proporção
que novas levas de braço chegavam para o garimpo, o arruado a margem do
Itapicuru Mirim ia crescendo rapidamente, reunindo população inicial bastante
densa e heterogênea.
A exploração aurífera prosseguia fora do controle
oficial e em escala tão crescente que o governo da metrópole, para melhor
garantir a arrecadação do seu dízimo, por Provisão do Conselho Ultramarino de
13 de maio de 1726, determinou que o Governador da Província criasse duas casas
de fundição, sendo que uma devia instalar-se em Jacobina em 5 de janeiro de
1727 e outra em Rio de Contas. O resultado foi surpreendente e auspicioso,
arrecadando-se, na mina de Jacobina, em apenas dois anos, cerca de 3.841 libras
de ouro, não obstante a difícil fiscalização sobre atividade de tal natureza.
Entrementes o progresso opulento que emanava das minas
adquiria forma e a Coroa promoveu o barulhento arraial à categoria de vila
mediante Carta Régia de D. João V, datada de 5 de agosto de 1720. Com o nome de
Vila Santo Antônio de Jacobina a nova povoação integrava as freguesias de Santo
Antônio de Pambu e Santo Antônio do Urubu. O lugar escolhido para ser sede foi a chamada Missão
de Nossa Senhora das Neves do Say, aldeia indígena fundada por padres
franciscanos em 1697. A instalação deu-se em 2 de junho de 1722, em solenidade
presidida pelo coronel Pedro Barbosa Leal, na qualidade de representante do
Vice-Rei e do Governador da Província, Vasco Fernandes César. Por estar situada
em lugar distante das minas, a sede da vila foi mudada, em 15 de fevereiro de
1724, da Missão do Say (atualmente pertencente ao município de Senhor do
Bonfim) para a Missão do Bom Jesus da Glória, outra aldeia de índios, fundada
em 1706 também por missionários franciscanos, que tentaram promover a catequese
dos paiaiás. Nesse local, edificaram-se a Igreja e o Convento de Bom Jesus da
Glória.
A vila de Jacobina estendia-se por cerca de 300
léguas, em terras de propriedade da Casa da Ponte, dos Guedes de Brito,
abrangendo desde o Rio de Contas e indo até os limites de Sergipe, incluindo a
Cachoeira de Paulo Afonso. As terras onde se encontra atualmente a cidade
pertenceram a Antônio Guedes de Brito, Antônio da Silva Pimentel, João Peixoto
Veigas e Romão Gramacho Falcão. Em 1837, pela Lei Provincial n.49, de 15 de
março, o território do munícipio foi acrescido das terras de Mundo Novo,
atribuindo-se a José Carlos da Mota o seu primeiro contato com elas.
A partir de 1848, a notícia da descoberta de diamantes
na Chapada Diamantina, determinou o êxodo de grande número de mineiros, sempre
ávidos por novas aventuras. Seguiu-se então prolongada fase de paradeiro, que
provocou o declínio das atividades locais, causa da demora para a elevação da
vila à categoria de cidade, o que só ocorreu em 1880, pela Lei Provincial
2.049, de 28 de julho, valendo-lhe o título de Agrícola Cidade de Santo Antônio
de Jacobina. Sua instalação ocorreu a 11 de janeiro de 1893, no governo de
Joaquim Manoel Rodrigues Lima.
O primeiro prefeito de Jacobina, Antônio Manoel Alves
de Mesquita, tomou posse em 1893. Foi procedido na chefia do executivo, por
junta de cinco membros nomeados pelo Governador, que administrou o município
durante o período 1890/92.
Finamente, como fato histórico importante,
sobressai-se a atitude da Câmara Municipal, que, reunida extraordinariamente em
21 de outubro de 1822, prestou solidariedade e fidelidade ao Príncipe Regente,
por ocasião da Proclamação da Independência.
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