sábado, 11 de janeiro de 2014

O PREÇO DA INTOLERÂNCIA

Deu na Revista VEJA

Perdão tardio

Alan Mathison Turing

“Perdoado postumamente pela rainha Elizabeth II da condenação por prática homossexual o matemático britânico Alan Turing, considerado o pai da computação moderna. Ele decifrou o Enigma, código utilizado
pelos nazistas, dando assim aos aliados uma vantagem que permitiu a eles derrotar mais depressa a Alemanha na II Guerra Mundial. Até 1967, a homossexualidade era ilegal no Reino Unido. Turing foi condenado em 1952, destituído do seu posto no Bletchley Park, o centro inglês de decodificação, e castrado quimicamente (com injeções de hormônios femininos). Morreu em 1954, aos 41 anos, por intoxicação de cianeto. A princípio, acreditou-se que Turing havia se suicidado, mas estudiosos concluíram que o envenenamento se deveu a remédios que ele compulsoriamente tomava. O perdão ao matemático – que chegou a passar um período de trabalho nos laboratórios da Bell, nos Estados Unidos – coroou o esforço de cientistas de peso como Stephen Hawking, que se desdobraram numa campanha para alcançar tal objetivo. Paul Nurse, presidente da Royal Society e um dos engajados no esforço para que Turing fosse perdoado, declarou que a perseguição a ele “foi trágica” e agora é possível “focar apenas o seu legado”. Em 2009, o então primeiro-ministro inglês Gordon Brown, já tinha se desculpado em nome do governo pela “maneira terrível” com que o matemático havia sido tratado. Para o atual premiê da Inglaterra, David Cameron, Turing ”teve um papel indispensável; suas ações salvaram incontáveis vidas”.
Episódio vergonhoso. E assim tem caminhado a humanidade...

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