Por Ana Lucia Santana – Info Escola
A tapeçaria é a arte de se
imprimir em lãs de todas as cores pinturas concebidas por distintos artistas,
com o objetivo de
decorar os ambientes mais ricos. A princípio o pintor elabora sua obra, depois
os artesãos se
debruçam sobre sua matéria-prima e procuram imitar esta imagem e
todas as suas nuances.
Os tecidos são tramados manualmente, compondo
figuras de todo tipo. Esta arte lembra o bordado, mas este se distingue por se
moldar ao suporte da talagarça, enquanto na tapeçaria a imagem é esboçada pelos
mesmos fios da textura utilizada. É importante também perceber que a pintura e
a tessitura são etapas diferentes e ao artífice cabe reproduzir nas lãs as
tonalidades e os contrastes presentes no quadro do pintor, através do ofício de
tecer.
A tapeçaria tem seu berço e sua
principal expressão na França, embora já fosse exercitada pelos gregos e
romanos na Antiguidade. Não deixou de ser cultivada na era medieval, mas
floresceu durante o Renascimento e no século que se seguiu a este movimento
artístico-cultural, agora em território francês. Ela alcançou sua maior
expressão no reinado de Luís XIV, mantida
pelo Estado,
principalmente na famosa manufatura dos Gobelins.
Esta arte teve seu início em meados do século XV,
pelas mãos desta família residente em Paris. A princípio eles se dedicavam à
produção e à coloração de tecidos, mas depois se devotaram ao ofício da
tapeçaria, até não resistirem mais aos problemas financeiros, quando então sua
arte foi assumida pelo Estado, ainda sob a liderança de Luís XIV. O célebre
pintor Charles Lebrun tornou-se responsável, neste momento, pela elaboração das
imagens e também da formação de sessenta aprendizes.
As iniciativas deste monarca permitiram que a
tapeçaria francesa conquistasse um patamar quase impossível de ser transcendido
por outros povos. As obras criadas pelos Gobelins se converteram em peças
clássicas que hoje são preservadas em vários
museus conhecidos. A maior tapeçaria do Planeta, O
Cristo em Majestade, foi elaborada em Aubusson, em 1962, para revestir a
Catedral de Conventry.
As sete tapeçarias compostas para as comemorações
de 50 anos da Dinamarca, em 1999, procedem também dos Gobelins. Hoje
encontramos tapeçarias originárias da França decorando os palácios
presidenciais de Abidjan e de Brasília, aeroportos em
Munique e Nova York, a ópera de Sydney, o Vaticano, e outros
tantos espaços públicos.
No Museu de Arte de São Paulo, o Masp, localizado
no Brasil, é possível contemplar um trabalho denominado O Caçador Descansando,
composto sobre temas tipicamente nacionais, doado a Luís XIV por Joan Mauritz
van Nassau-Siegen, mais conhecido como Maurício de Nassau, então estadista do
Brasil sob o domínio holandês. Em Portugal, a peça mais célebre é o Tapete de
Arraiolos.
Ainda hoje a tapeçaria prospera como as outras
artes, e com certeza a França ainda se destaca neste ofício, tanto na
composição das imagens como na riqueza e vivacidade das cores utilizadas.
Exposições no mundo todo são realizadas com peças provenientes principalmente
do Museu de Belas Artes de Paris, o Petit Palais, geralmente com a curadoria de
especialistas franceses.
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