Os dados estão lançados
ou a sorte está lançada
Alea jacta est (grafia em latim: alea jacta est)
significa, em português, "Os dados estão lançados",
mas traduzido comumente como "A sorte está lançada". Na linguagem
popular, é uma expressão utilizada quando os fatores determinantes de um
resultado já foram realizados, restando apenas revelá-los ou descobri-los.
Foi a frase em latim supostamente proferida por Júlio
César ao tomar a decisão de cruzar com suas legiões o rio Rubicão, que delimitava a divisa entre a Gália
Cisalpina (Gália ao sul dos Alpes, que atualmente corresponde ao território do norte da península Itálica) e o território da Itália.
Na época romana, corria o rio para o Mar
Adriático entre Ariminum (atual Rimini) e Cesena. A identidade moderna do rio é discutida, mas as evidencias
sugerem correta a atual identificaçao com o rio Fiumicino, na Província de Forlì-Cesena.
O rio ficou conhecido pelo fato de que
as leis romanas no período da República proibia qualquer general romano de atravessá-lo acompanhado de suas tropas, retornando de
campanhas ao norte de Roma.
Tal medida visava impedir que os
generais manobrassem grandes contigentes de tropas no núcleo do Império Romano,
evitando riscos à estabilidade do poder central. O curso d´água marcava então a
divisão entre a província da Gália
Cisalpina e o território da cidade de Roma (posteriormente, província da Itália).
Quando Júlio
César atravessou o Rubicão, em 49 a.C., presumivelmente em 10 de
janeiro do calendário romano, em perseguição a Pompeu, violou a lei e tornou inevitável o
conflito armado. Segundo Suetônio, César teria então proferido a famosa frase Alea
jacta est ("a sorte está lançada" ou
"os dados estão lançados"). O mesmo autor também descreve como César
parecia indeciso ao se aproximar do rio e atribui a decisão de atravessar a uma
aparição sobrenatural.
A frase "atravessar o
Rubicão" passou a ser usada para referir-se a qualquer pessoa que tome uma
decisão arriscada de maneira irrevogável, sem volta.
O escritor brasileiro Machado
de Assis (1839-1908) cita a expressão em seu romance Helena, quando o personagem Estácio decide pedir a noiva Eugenia em
casamento:
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