Por CONSUELO
PONDÉ
No mundo atual, todos padecem desse
mal. Observem as inquietações à sua volta, as incertezas de uma nova guerra, as
crises econômicas e financeiras mundiais, a confusão generalizada, o desespero
e o sofrimento. O pior é que, com os avanços dos meios de comunicação, a crise
mundial se prop
aga. Com efeito, todos sabemos que as emoções são contagiosas e
a repetição exaustiva de fatos desagradáveis só aumenta o sofrimento de todos.
Tragédias coletivas são anunciadas nas redes de notícias. Repetidas a cada momento,
sem que nada justifique tão trágica divulgação, pois as famílias das vítimas
são massacradas ao extremo.
Muitas pessoas sentem prazer em predizer as maiores catástrofes, os mais
terríveis acontecimentos. Tive um colega, na infância, que se perturbava
em classe, porque imaginava que sua casa iria pegar fogo, outra que roía as
unhas por tensões familiares, mais outra que fazia xixi na cama, porque tinha
receio que seus pais se separassem.
Apesar de nossos esforços, a razão não nos governa inteiramente. Mas,
repito, cultivamos o prazer das emoções fortes, sendo as mais cruéis, as que
têm maiores demandas. Nunca este fenômeno psicológico foi tão assinalado como
atualmente. Observem que o medo e o pânico estão na ordem do dia. Medo de ir à
rua, de entrar e sair numa agência financeira, de ser assaltado ou mesmo ter
sua morada invadida por meliantes. Esse é um produto dos nossos dias,
dessa atividade febril e agitada, que provoca a estafa em todos os aspectos:
cerebral, intelectual, muscular e emocional.
Curiosamente, teme-se menos a morte, a nossa maior probabilidade, do que
as dificuldades cotidianas. Mas, é preciso afastar o medo, deixar de lado as
ideias sombrias e agir de acordo com a consciência. Os homens de hoje estão
cada vez mais assoberbados de afazeres. Arrastados para muito além das suas
forças físicas e psíquicas, são mais “cobrados” pela família e pela sociedade.
As condições de vida alteraram completamente a rotina de uma família.
Não se come, como outrora, em companhia dos familiares. Come-se às pressas, nos
fast foods da vida, nos self services ou mesmo nos balcões. Muitos ainda têm o
hábito de comer em casa, mas para chegar ao seu destino têm que enfrentar o
trânsito, os desconfortos do transporte público, os empurrões e xingamentos.
Resultado, não dá para enfrentar tantos obstáculos.
Disse Montaigne o seguinte: “O homem é prejudicado não tanto pelos
acontecimentos, mas principalmente pela maneira como encara os mesmos“. Grande
verdade. A serenidade oriental ensina aceitar sempre o pior, pois o sucesso ou
o fracasso só depende daquele que os cultiva.
“É impossível, ao menos para mim, desconhecer a boa e a má sorte.” A boa
sorte, escreveu Saint Beuve, “significa possuir qualidades que não estão
nem acima nem abaixo das circunstâncias, mas se acham no nível exato”. O
importante é saber adaptar-se às circunstâncias, mas quando não se consegue
essa façanha atribui-se a culpa à má sorte. Ou não é verdade?.
Contudo, faço uma ressalva, tem ocasiões em que nossa vida dá uma
degringolada e, então, entra a má sorte, sendo nós mesmos, na maioria das
vezes, que contribuímos para a nossa infelicidade. Um inquérito feito há muitos
anos provou que 100 pessoas escolhem mal suas carreiras, de tal sorte que, num
grupo de estudantes, somente três obtiveram sucesso e 97 atingiram uma posição
inferior àquela que poderiam obter. A mesma pesquisa revelou que entre os 97
fracassados, somente três tinham sido mesmo azarados, mas que os outros 94 não
haviam se empenhado para obter o seu objetivo, fosse por negligência, falta de
adaptação e de harmonia.
Além disso, sucesso nem sempre garante a felicidade, pois essa se traduz
por harmonia e satisfação íntima. Lembrar que sentimentos negativos: ciúmes,
inquietação, ódio e inveja destroem a harmonia das nossas funções físicas e nos
tornam desagradáveis. Por sua vez, os sentimentos positivos: confiança,
otimismo, benevolência, estimulam nossas funções físicas e nos tornam
agradáveis.
Sinto-me privilegiada por ser mulher, por dar continuidade à vida, e
fazer um filho da minha carne e do meu sangue, de velar do seu sono, de
alimentá-lo da minha seiva e também do meu sofrimento.
A sensibilidade e a imaginação são condições inerentes à mulher. Capaz
de competir com o homem em diversos setores da atividade humana, antes de tudo,
ela jamais se esquece que é mulher. Sua verdadeira vocação é amar e proteger,
mesmo quando se instrui, se qualifica, passa a ocupar cargos relevantes não
deixa de ser mãe, de amparar, de acolher.
Mesmo quando disputa cargos e posições com os homens ela jamais perde seu encanto, é quase sempre faceira e sedutora. Bem, apesar dessas considerações, quero voltar ao título deste texto. Vivendo neste mundo de situações tão díspares, de inquietações tão borbulhantes, a mulher também está envolvida nessa neurastenia coletiva.
Mesmo quando disputa cargos e posições com os homens ela jamais perde seu encanto, é quase sempre faceira e sedutora. Bem, apesar dessas considerações, quero voltar ao título deste texto. Vivendo neste mundo de situações tão díspares, de inquietações tão borbulhantes, a mulher também está envolvida nessa neurastenia coletiva.
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