Princesa do Sertão
Feira
de Santana é um município do Estado da Bahia situado a 108 quilômetros de sua capital, Salvador,
a qual se liga através da BR-324.Feira, como comumente é apelidada, é
a segunda
cidade mais populosa do estado e
maior cidade do interior nordestino em população,
ou seja, é a maior cidade do interior das
regiões Norte/Nordeste/Centro Oeste e Sul do Brasil, e é também a sexta maior cidade
do interior do país, e com uma população maior que oito capitais
estaduais. Na Hierarquia
urbana do Brasil, Feira de Santana é uma Capital regional e
sede da maior região metropolitana do interior nordestino, a Região
Metropolitana de Feira de Santana,
que concentra cerca de 914 650 habitantes. Feira de Santana é uma cidade
consolidada no Agreste baiano, na borda ocidental do Recôncavo, a leste dos
planaltos semi-áridos. O distrito do centro de Feira de Santana está localizado
imediatamente a leste da confluência dos planaltos acidentados do oeste, com as
planícies que se limita com a zona da mata a leste, a cerca de 100 km de
distancia do Oceano Atlântico. O meridiano 39° oeste de Greenwich passa através da região central da cidade.
Feira
de Santana é o principal centro urbano, político, educacional, tecnológico,
econômico, imobiliário, industrial, financeiro, administrativo, cultural e
comercial do interior da Bahia e um dos principais do Nordeste, exercendo
influência sobre centenas de municípios do estado. Além de maior, é também a
principal e mais influente cidade do interior da região Nordeste. Feira de
Santana foi a primeira cidade da América Latina a
ter um plano diretor para planejar seu desenvolvimento e Infraestrutura, foi eleita pela revista Gazeta Mercantil a cidade mais dinâmica do país acima de 550 mil habitantes, e foi
destacada no jornal Folha de Londrina como uma das cidades que mais crescem no país atualmente.
Sua população recenseada
pelo censo do IBGE em2013 era de 606 139 habitantes,
sendo a unica Cidade grande do interior do Norte, Nordeste e Centro Oeste do
país, assim definida pelo IBGE na Rede urbana do
Brasil.
Feira de Santana tendo o 73º
maior produto interno bruto (PIB) municipal da nação, o terceiro
maior na Bahia e o maior
do interior do Norte-Nordeste,
com 8,27 bilhões de reais, é um importante centro industrial e comercial do
Brasil, com um grande poder de compra e um forte comércio. Feira de Santana
exerce um alto nível de influência econômica, comercial e política na Bahia e
na Região Nordeste brasileira. É sede de grandes empresas como a Le Biscuit, Paradise
Indústria Aeronáutica, R.Carvalho, L.Marquezzo, Brasfrut,
entre outras. A cidade é conhecida mundialmente por sediar o maior carnavalfora de época do país, a Micareta de Feira, e festejos como o São João de São José, São Pedro de Humildes, festa de Nossa Senhora de Sant'Ana, aExpoFeira (uma
das maiores feira de exposição agropecuária do Nordeste) além de ter
importantes monumentos, como o monumento do caminhoneiro que representa a
importância rodoviária do município, a estátua do tropeiro (um dos símbolos da
cidade fundada por tropeiros comerciantes no século XIX), o Relógio Rotary, a Igreja
Senhor dos Passos em estilo gótico, o museu parque do saber que possui um planetário de
última geração, com apenas outro existente na América Latina localizado
em Buenos Aires (Argentina),
o Observatório
Astronômico Antares e a Feiraguai,
um dos três maiores centros de comércio de produtos
piratas do país, em sua
maioria chineses,
perdendo apenas para a 25 de março em São Paulo e
a feira do Paraguai em Brasília.
Feira de Santana é um grande pólo educacional,
possui um bom ensino de base e fundamental, e algumas das melhores escolas
particulares do país, como o Colégio Helyos e Acesso, é sede da Universidade
Estadual de Feira de Santana (UEFS),
e possui mais de 30 Faculdades particulares, e aUniversidade
Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Ainda no ensino superior, a cidade conta também com instituições de educação
tecnológica como oInstituto
Federal da Bahia (IFBA) e o Centro
de Educação Tecnológica do Estado da Bahia (CETEB). Feira de Santana possui mais escolas que várias capitais
do país como Natal, Aracaju, Florianópolis, Maceió, Cuiabá, João Pessoa,
entre outras.
Feira
de Santana apresenta um grande crescimento em seus índices sociais, seu
índice FIRJAN de
desenvolvimento municipal é de 0,724 (médio), enquanto o seu Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH),
medido pelas Nações Unidas é de 0,712 (alto).
Apesar
de localizada no agreste baiano,
a cidade ganhou de Ruy Barbosa,
o Águia de Haia, a alcunha de "Princesa do Sertão". Há também outros
cognomes: "Porta Áurea da Bahia" (Pedro Calmon),
"Cidade Patriótica" (Heroína Maria Quitéria),
"Cidade Escola" (Padre Ovídio de São Boaventura), "Cidade
Formosa e Bendita" (Poetisa Georgina Erismann), "Nova York
Nordestina" (secretário de cultura e lazer Jailton Batista), "Cidade
Progresso" (Jânio Quadros),
e possui alguns dos melhores índices baianos: o segundo maior acesso à rede de esgoto do
estado; o maior centro de abastecimento do Norte-Nordeste; além de internet gratuita à população,
fornecida nas praças no centro da
cidade, no conjunto Feira V (ao
lado da Capela São Francisco de Assis), na rodoviária
municipal, e em várias praças da
cidade, servindo cerca de 40 mil usuários diários em média no município. A
cidade é um grande centro de referência regional na área da saúde, conta com
vários Hospitais públicos e particulares, alem de dezenas de postos de saúde,
UPAs e centros médicos espalhados por toda cidade, Feira possui mais
estabelecimentos de saúde que algumas capitais como Aracaju, Maceió e Cuiabá, a saúde e a
educação municipal de Feira de Santana possui parceria tecnológica com a Microsoft.
A cidade encontra-se no principal
entroncamento rodoviário do
Norte-Nordeste brasileiro, e o segundo do Brasil, atrás apenas de São Paulo,
é onde ocorre o encontro das BRs 101, 116 e 324, além de várias rodovias estaduais, funcionando
como ponto de passagem para o tráfego que vem do Sul, Sudeste e
do Centro-Oeste que se dirige para Salvador e
outras capitais e importantes cidades nordestinas. Graças a esta posição
privilegiada, possui um importante e diversificado setor de comércio e serviços, além de indústrias
de transformação, alimentícias, química,
materiais elétricos, materiais de transporte, na produção de biodiesel, mecânica, e aeronáutico.
A partir dos anos 1970, o perfil econômico feirense cresceu progressivamente,
tendo evoluído para um importante e diversificado centro industrial e econômico
regional, até se tornar uma das principais cidades do interior do Brasil.
A cidade sofreu uma grande urbanização a partir
da década de 1960, na foto vista do Bairro Kalilândia
A
cidade originou-se de uma fazenda da paróquia de São José das Itapororocas. A Fazenda
recebia o nome de Santana dos Olhos D'Água e ali passava
a estrada das boiadas,
onde se passava com o gado que deveria ser vendido em Salvador, Cachoeira e Santo Amaro.
Os donos daquela fazenda eram católicos fervorosos
e construíram uma capela em louvor a Nossa
Senhora Santana e São Domingos. Com o movimento de vaqueiros e viajantes, formou-se uma feirinha.
Quando da sua fundação no século XVIII os
poucos moradores existentes saciavam sua sede com a água existente nos
"Olhos D'Água", fonte localizada na fazenda dos colonizadores
Portugueses e fundadores da cidade: Domingos
Barbosa de Araújo e Ana
Brandoa, e ainda nos diversos minadouros
e tanques da
cidade. Afirma-se que o grande propulsor do desenvolvimento feirense foi
a atividade pecuária.
As
primeiras medidas para transformar no que é hoje Feira de Santana começaram com
a criação da vila em 13 de novembro de 1832. O Município e
a Vila foram criados no dia 9 de
maio de1833,30 quando
o governo elevou o então povoado a Vila, com a denominação de Villa
do Arraial de Feira de Sant’Anna, com o território desmembrado de Cachoeira,
constituídas pelas freguesias de São José das Itapororocas (sede), Sagrado
Coração de Jesus do Perdão e Santana do Camisão, atual município de Ipirá.
A
Lei provincial nº 1.320, de 16 de junho de 1873 elevou a vila à categoria de cidade, como
o nome de Comercial Cidade de Feira de Sant'Anna. Há controvérsias
quanto à data de emancipação do município. Segundo o IBGE, sua criação se deu
por decreto de 13/11/1832. Para a assembléia legislativa do estado ocorreu em
13/01/1833. Já a prefeitura oficializou a data de 09/05/1833. É preciso que a
câmara proceda uma pesquisa definitiva para esclarecer essa dúvida.
A arborização do município deu-se em 1888. Consta, ainda, que as praças e ruas existentes foram alargadas e iluminadas
com 120 lâmpadas. A iluminação era feita por um motor dinamarquês. O crescente ritmo de desenvolvimento do
povoado exigiu a construção de ruas largas, onde começaram a ser instaladas
casas comerciais em grande quantidade, para atender à população que crescia
somada a chegada de brasileiros e estrangeiros que adotaram Feira de Santana
como moradia.
Feira de Santana, "a Princesa do
Sertão", como foi apelidada por Ruy
Barbosa, em 1919, traz, então, desde
suas raízes, características que ainda hoje fazem parte de seu cotidiano: a
religiosidade de seu povo, a situação de entroncamento de estradas, e as
intensas atividades econômicas. Durante as décadas de 1931 e 1940, Feira de
Santana passou por uma série de transformações que atuaram sobre o Município,
permitindo uma modernização de caráter, a princípio, econômico, a qual
repercutiu sobre as feições agrárias que possuía até então. Em abril de 1937, a cidade realizou a primeira festa de Micaretado país. No ano de 1957, quando Feira de Santana já havia sido batizada
definitivamente com este nome que prevalece até os dias atuais, encanou-se
a água que
era captada da Lagoa
Grande, localizada perto do hoje
conhecido bairro Santo
Antônio dos Prazeres.
Esse processo de desenvolvimento cultural e econômico foi ainda maior durante
os anos 40, 50 e 60.
Maria
Quitéria, heroína da independência da Bahia, conhecida como "Joana
d'Arc brasileira", nasceu em São José das Itapororocas, na comarca
de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira, atual distrito que leva o
seu nome, no município de Feira de
Santana.
A
partir da década de 1960 a cidade intensificou seu crescimento
demográfico. A população da
cidade que era de 131.707 pessoas no censo de 1970, mais que quadruplicou em 40 anos, com uma
média de crescimento populacional de 4,76% ao ano, porcentagem de
crescimento inclusive maior do que a da maioria dascapitais brasileiras no mesmo período, quando a
média nacional era de 3,6%.35 De
fato, quem morou na cidade desde a década de 1970 se
lembra que a urbanizaçãoda
cidade começava a transpor a Avenida do
Contorno, havia poucas linhas de ônibus se comparado aos números atuais, não havia
distinção entre bairros residenciaise comerciais na cidade, edificações com
altura de no máximo cinco andares, além de não haver significativos
núcleos industriais,
e nem existia universidade e nemaeroporto na cidade.
Novas
entidades e realizações surgiram então: a fundação da Associação Comercial e do Feira Tênis Clube, a abertura de estradas municipais, o início da construção e
conclusão da nova Rodovia Feira-Salvador, a inauguração da Radio Sociedade de Feira de Santana, pavimentação de ruas arteriais da cidade, a
construção daBiblioteca Municipal e do Matadouro Municipal, a inauguração do Fórum Felinto Bastos, da atual Estação
Rodoviária e do Parque
Agropecuário João Martins da Silva. Em 1967 foi fundado o Centro
das Indústrias de Feira de Santana,
e em 1970 criou-se em Feira de Santana o Centro
Industrial do Subaé (CIS), que apoia asindústrias instaladas
proporcionando meios para que as novas indústrias sejam ampliadas. A recepção
de indústrias e sequenciais ganhos de infraestrutura no município desde então fizeram a cidade
ter características benéficas e maléficas de grandes centros urbanos, como por
um lado a demanda de mão-de-obraespecializada,
acentuação na desigualdade
social, aumento de ocorrências policiais, congestionamentos
de trânsito nas áreas centrais da
cidade, e por outro lado, ampliação de cursos de ensino superior (privados
e públicos), expansão do saneamento e do transporte público, etc; ou seja, a cidade ganhou típicas características de uma capital regional.
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