Por que os escravos comiam terra?
Os escravos utilizavam a geofagia – ato de comer
terra – para se enfraquecer e, em seguida, morrer. Era uma forma de suicídio. A
depressão causada pelo degredo dos africanos para as terras americanas chegava
a tal ponto que o escravo tentava, por meio desse ato extremo, libertar-se
dessa condição. Vários tipos de castigos físicos eram infligidos aos escravos
que tentavam o suicídio com a prática de comer terra: um deles era a utilização
de máscaras de ferro, para impedir a ingestão.
D. João, um rei negro? Saiba como o monarca foi descrito pela
embaixatriz francesa em Portugal.
As Memórias de Laure Junot, esposa do general Junot, embaixador
francês em Portugal em 1805, registram suas impressões acerca da família
Bragança após a primeira visita à Corte. Seu famoso retrato de D. Carlota
parece referir-se não a uma mulher apenas feia, mas a uma rara monstruosidade.
Menos conhecido é o relato da figura de D. João, assim descrito: “Mal pude
conter o riso ao vê-lo, gordo, com pernas grossas, a enorme cabeça coberta com
uma cabeleira de negro, que, aliás, combinava com seus lábios grossos, seu
nariz africano e sua cor de pele.” É estranho pensar em D. João, rei branco no
Brasil dos escravos, como rei negro na Europa de Napoleão. O preconceito, como
sempre, tinha razão política: a difamação da realeza lusa preparava a campanha
de legitimação da invasão francesa a Portugal, comandada pelo mesmo general
Junot dois anos após ter servido na embaixada daquele país.
Você sabia que a única coisa a que as princesas
tinham direito no casamento era uma mesada para os alfinetes? Saiba como eram
feitos os contratos nupciais.
“Alfinetes” era o nome dado à quantia, reservada por
contrato antenupcial, de que a mulher casada podia dispor. A designação era
aplicada também aos contratos de casamento entre Casas Reais, como o que
celebrou o noivado de D. Leopoldina com D. Pedro. Na época, todo o dinheiro de
um casal era administrado pelo marido. O nome “alfinetes”, que lembra
“miudeza”, sugeria que a mulher não tinha despesas sérias, mas isso não
significa que todas gastassem dinheiro com enxoval: os “alfinetes” de D.
Leopoldina, por exemplo, serviam para encomendar livros de mineralogia na
Europa.
Você sabia que ser maria-vai-com-as-outras podia
significar andar na companhia da realeza? Saiba como surgiu essa expressão.
Conta-se que a doença mental de D. Maria I
obrigava-a a viver quase sempre reclusa, só saindo acompanhada das damas de seu
serviço. Por isso, sempre que a via cercada de acompanhantes, a gente da cidade
falava “Lá vai a Maria com as outras”.
Uma anã negra paparicada por uma rainha: saiba quem
foi D. Rosa.
Era tido por costume original da realeza ibérica empregar
anões no serviço particular da família real. Na Corte portuguesa do final do
séc. XVIII uma dessas pequenas personagens gozava de um prestígio digno de
nobreza, era: D. Rosa, a anã negra favorita de D. Maria I. Um viajante inglês,
certa vez convidado para um sarau em companhia da rainha e seus filhos, conta
ter visto D. Rosa encostada a uma porta, vestindo uma saia de amazona escarlate
e namoriscando à distância um belo mouro, criado do Marquês de Marialva.
Influente nos mexericos da Corte. D. Rosa conseguiu ganhar a simpatia até mesmo
da mais temperamental das princesas: D. Carlota Joaquina, que costumava
cobri-la de mimos.
Origem: história cantada
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