Granada é uma cidade e município espanhol, capital da homónima e
da comarca da Veiga de Granada.
Tem 88 km² de
área e em 2012 tinha 239 017 habitantes (densidade: 2 716,1 hab./km²). Em
2011, a área
metropolitana de Granada tinha
523 845 habitantes.
A cidade situa-se na ampla depressão de Granada formada pelo rio
Genil, para o qual confluem na
cidade os rios Darro e Beiro. A planície fértil da Veiga de Granada é
limitada pelas serras de Huétor, situado a nordeste da cidade, Tejeda, Almijara e Alhama a
sudoeste e pela Serra
Nevada a sudeste. Nesta última
encontram-se as montanhas mais
altas da península Ibérica.
Granada é sede da arquidiocese homónima, do “Tribunal Superior de Justiça da Andaluzia,
Ceuta e Melilla” e do “Conselho Consultivo da Andaluzia”. Estes últimos são
órgãos autonómicos da comunidade da Andaluzia, apesar da
capital oficial ser Sevilha.
A cidade destacou-se na história como capital dos reinos
muçulmanos Zirida (século
XI) e Nasrida (séculos
XIII a XV). Após a conquistapelos Reis Católicos em
1492, manteve-se como capital do reino
castelhano de Granada,
que mais não era que uma jurisdição territorial que perdurou até 1833, quando
foi levada a cabo a divisão da Espanha em províncias que ainda vigora
atualmente. O seu escudomunicipal
ostenta os títulos de "Mui nobre, mui leal, nomeada, grande, celebérrima e
heroica cidade de Granada".
Atualmente é um centro turístico importante, devido aos seus monumentos e à proximidade
da estância
de esqui, bem como da região histórica
das Alpujarras e
também da zona balnear mediterrânica conhecida como Costa Tropical.
Dentre os seus numerosos monumentos, destaca-se a Alhambra, um dos célebres de Espanha, classificado
como Património da Humanidade pela UNESCO em 1984 juntamente com os vizinhos jardim do Generalife e bairro de Albaicín. A catedral é
considerada a primeira igreja renascentista espanhola.
Em 2007 a Universidade
de Granada era a quarta maior universidade de
Espanha em número de alunos e era um dos cinco destinos mais populares dos
universitários do programa europeu Erasmus. A
cidade é servida pelo Aeroporto
Federico García Lorca,
situado 15 km a oeste do núcleo urbano. Foi inaugurado em 1973 e
remodelado na década de 1990. Em 2007 serviu 1 467 590 passageiros,
mas desde então o tráfego tem vindo a diminuir e em 2011 teve 872 752
passageiros.
No século XI os Ziridas transferiram a sua capital ibérica
de Medina Elvira (Cidade Elvira), situada 13 km a noroeste do centro atual de
Granada, para Medina Garnata (Cidade Garnata). A etimologia do topónimo é controversa e tanto pode ter origem
no árabe Gar-anat(colina
de peregrinos)
como do latim granatum (romã ou, em espanhol, granada). Há
também uma lenda fantasiosa muito antiga que atribui a origem do nome a uma
filha de Noé de
nome Grana.
Os símbolos do município de Granada foram oficializados em 2009
pela Junta da Andaluzia.
O escudo foi outorgado pelos Reis Católicos pouco
depois de terem tomado a cidade no final do século XV. Outrora era formado
por doisquartéis onde
eram representados os Reis Católicos e uma romã, mas em 1843 a rainha Isabel II juntou um terceiro quartel com a Torre da Vela (da Alhambra) e
uma bandeira espanhola, juntamente os novos títulos, representados na fita dourada que o
rodeia. Com isso quis premiar a atitude do povo granadino pelo levantamento a
seu favor contra o regente Baldomero Espartero. No documento então lavrado, o escudo é definido da seguinte forma:
“
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O escudo oficial da cidade de Granada é coberto pela Coroa Real,
orlado por uma fita rematada na sua parte inferior por uma borla de ouro, em
que estão gravados no mesmo metal os Títulos da cidade, e o seu interior
divide-se em três quartéis, o que ocupa a sua metade superior com os Reis
Católicos sentados nos seus tronos, com coroa e manto, nas suas cores
naturais, o rei Fernando V à direita, com uma espada na mão destra e a
Rainha Isabel I com um cetro na
sua, ambos sobre campo de prata e cobertos “
por um dossel vermelho. A parte inferior divide-se em dois quartéis, o
da esquerda com a Torre da Vela em prata, ondulando na sua parte superior a
bandeira de Espanha, vermelha e amarela sobre um fundo de ouro. No
quartel inferior esquerdo, há uma romã aberta nas suas cores naturais, sobre
fundo de prata. Tudo é rodeado com dois castelos no centro da sua parte
superior e inferior da orla, em prata, com duas bandeiras de Espanha
vermelhas e amarelas no alto de cada uma e em diagonal, sobre fundo de ouro;
alternado nos lados com um total de seis leões nas suas cores naturais e
voltados para o interior, com quatro torres de ouro sobre fundo vermelho.
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|
Bandeira
A descrição oficial da bandeira, cujas cores têm origem na bandeira
da dinastia Nasrida e cuja versão atual (2012) está em vigor desde 1983, é a
seguinte:
“
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De cor carmesim e
verde, é formada por duas franjas verticais iguais; a primeira, junto ao
mastro, de cor vermelha carmesim, e a segunda franja de cor verde. No centro,
e em bordado sobreposto, o escudo da cidade de Granada.
|
”
|
Os vestígios arqueológicos mais
antigos escavados em
Granada datam de meados do século VII a.C. e correspondem a
habitações dum ópido (povoado) ibero chamado Ilturir. Não se conhecem assentamentos
anteriores a essa época, embora nos arredores tenha, existido povoados
importantes, como o assentamento argárico (2º
milénio a.C.) do Cerro de
la Encina, emMonachil, a cerca de 7 km a leste, que foi
abandonado cerca de 1 200 a.C. O Cerro dos Infantes, em Pinos Puente, a cerca de 10 km a oeste, data do final da Idade do Bronze,
entre 800 e700 a.C. e depois continuou a ser povoado com o nome de Ilurco.
Ilturir ocupava aproximadamente cinco hectares no cimo da colina de San Nicolás, na
margem direita do rio Darro, na curva da veiga do rio Genil. Era rodeada por
uma muralha que
foi ampliada no século VI a.C. devido ao crescimento da população.
No século IV ou III a.C. passou a ser conhecida como Ilíberis, sendo então incluído na área controlada
pelos Bastetanos e,
numa perspetiva mais económica do que militar, pelos Cartagineses.
A derrota definitiva de Cartago na Segunda Guerra Púnica em 201 a.C. abriu as portas da cidade aos Romanos.
Baseando-se em Tito Lívio,
alguns autores relatam que as tropas de Emílio
Paulo foram derrotadas em
Ilurco ca. 190
a.C., antes de Tibério
Semprónio Graco ca. 180
a.C. No entanto, aparentemente a submissão a Roma deveu-se mais a um pacto ou acordo do que
a uma verdadeira conquista militar. Incluída na província romana da Hispânia Ulterior, Ilíberis obteve de Júlio César o
título de município com
o nome de Município Florentino Iliberitano (em latim: Municipium
Florentinum Iliberitanum),
pelo que as fontes romanas dos séculos seguintes a citam quase sempre como
"Florentia". Mais tarde foi incorporada na província da Béticae, no século I d.C., no Conventus
Astigitanus.
Para alguns autores tratou-se duma cidade com
grande relevância. Todavia, as escavações
arqueológicas não confirmam esse carácter de cidade importante, que deus
três senadores e
um cônsul a
Roma, além de ter sido a sede dum concílio cristão (Concílio de Elvira) cerca do ano 304 d.C. De qualquer forma, deve ter caído em
ruínas em algum momento da Alta Idade Média, pois no início do século VIII a área da atual cidade estava
despovoada.
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