terça-feira, 8 de abril de 2014

GRANADA – ESPANHA

Granada é uma cidade e município espanhol, capital da homónima e da comarca da Veiga de Granada. Tem 88 km² de área e em 2012 tinha 239 017 habitantes (densidade: 2 716,1 hab./km²). Em 2011, a área metropolitana de Granada tinha 523 845 habitantes.

A cidade situa-se na ampla depressão de Granada formada pelo rio Genil, para o qual confluem na cidade os rios Darro e Beiro. A planície fértil da Veiga de Granada é limitada pelas serras de Huétor, situado a nordeste da cidade, TejedaAlmijara e Alhama a sudoeste e pela Serra Nevada a sudeste. Nesta última encontram-se as montanhas mais altas da península Ibérica.
Granada é sede da arquidiocese homónima, do “Tribunal Superior de Justiça da Andaluzia, Ceuta e Melilla” e do “Conselho Consultivo da Andaluzia”. Estes últimos são órgãos autonómicos da comunidade da Andaluzia, apesar da capital oficial ser Sevilha.
A cidade destacou-se na história como capital dos reinos muçulmanos Zirida (século XI) e Nasrida (séculos XIII a XV). Após a conquistapelos Reis Católicos em 1492, manteve-se como capital do reino castelhano de Granada, que mais não era que uma jurisdição territorial que perdurou até 1833, quando foi levada a cabo a divisão da Espanha em províncias que ainda vigora atualmente. O seu escudomunicipal ostenta os títulos de "Mui nobre, mui leal, nomeada, grande, celebérrima e heroica cidade de Granada".
Atualmente é um centro turístico importante, devido aos seus monumentos e à proximidade da estância de esqui, bem como da região histórica das Alpujarras e também da zona balnear mediterrânica conhecida como Costa Tropical. Dentre os seus numerosos monumentos, destaca-se a Alhambra, um dos célebres de Espanha, classificado como Património da Humanidade pela UNESCO em 1984 juntamente com os vizinhos jardim do Generalife e bairro de Albaicín. A catedral é considerada a primeira igreja renascentista espanhola.
Em 2007 a Universidade de Granada era a quarta maior universidade de Espanha em número de alunos e era um dos cinco destinos mais populares dos universitários do programa europeu Erasmus. A cidade é servida pelo Aeroporto Federico García Lorca, situado 15 km a oeste do núcleo urbano. Foi inaugurado em 1973 e remodelado na década de 1990. Em 2007 serviu 1 467 590 passageiros, mas desde então o tráfego tem vindo a diminuir e em 2011 teve 872 752 passageiros.
No século XI os Ziridas transferiram a sua capital ibérica de Medina Elvira (Cidade Elvira), situada 13 km a noroeste do centro atual de Granada, para Medina Garnata (Cidade Garnata). A etimologia do topónimo é controversa e tanto pode ter origem no árabe Gar-anat(colina de peregrinos) como do latim granatum (romã ou, em espanhol, granada). Há também uma lenda fantasiosa muito antiga que atribui a origem do nome a uma filha de Noé de nome Grana.
Os símbolos do município de Granada foram oficializados em 2009 pela Junta da Andaluzia.
O escudo foi outorgado pelos Reis Católicos pouco depois de terem tomado a cidade no final do século XV. Outrora era formado por doisquartéis onde eram representados os Reis Católicos e uma romã, mas em 1843 a rainha Isabel II juntou um terceiro quartel com a Torre da Vela (da Alhambra) e uma bandeira espanhola, juntamente os novos títulos, representados na fita dourada que o rodeia. Com isso quis premiar a atitude do povo granadino pelo levantamento a seu favor contra o regente Baldomero Espartero. No documento então lavrado, o escudo é definido da seguinte forma:
O escudo oficial da cidade de Granada é coberto pela Coroa Real, orlado por uma fita rematada na sua parte inferior por uma borla de ouro, em que estão gravados no mesmo metal os Títulos da cidade, e o seu interior divide-se em três quartéis, o que ocupa a sua metade superior com os Reis Católicos sentados nos seus tronos, com coroa e manto, nas suas cores naturais, o rei Fernando V à direita, com uma espada na mão destra e a Rainha Isabel I com um cetro na sua, ambos sobre campo de prata e cobertos “

por um dossel vermelho. A parte inferior divide-se em dois quartéis, o da esquerda com a Torre da Vela em prata, ondulando na sua parte superior a bandeira de Espanha, vermelha e amarela sobre um fundo de ouro. No quartel inferior esquerdo, há uma romã aberta nas suas cores naturais, sobre fundo de prata. Tudo é rodeado com dois castelos no centro da sua parte superior e inferior da orla, em prata, com duas bandeiras de Espanha vermelhas e amarelas no alto de cada uma e em diagonal, sobre fundo de ouro; alternado nos lados com um total de seis leões nas suas cores naturais e voltados para o interior, com quatro torres de ouro sobre fundo vermelho.

Bandeira
A descrição oficial da bandeira, cujas cores têm origem na bandeira da dinastia Nasrida e cuja versão atual (2012) está em vigor desde 1983, é a seguinte:
De cor carmesim e verde, é formada por duas franjas verticais iguais; a primeira, junto ao mastro, de cor vermelha carmesim, e a segunda franja de cor verde. No centro, e em bordado sobreposto, o escudo da cidade de Granada.
Os vestígios arqueológicos mais antigos escavados em Granada datam de meados do século VII a.C. e correspondem a habitações dum ópido (povoado) ibero chamado Ilturir. Não se conhecem assentamentos anteriores a essa época, embora nos arredores tenha, existido povoados importantes, como o assentamento argárico (2º milénio a.C.) do Cerro de la Encina, emMonachil, a cerca de 7 km a leste, que foi abandonado cerca de 1 200 a.C. O Cerro dos Infantes, em Pinos Puente, a cerca de 10 km a oeste, data do final da Idade do Bronze, entre 800 e700 a.C. e depois continuou a ser povoado com o nome de Ilurco.
Ilturir ocupava aproximadamente cinco hectares no cimo da colina de San Nicolás, na margem direita do rio Darro, na curva da veiga do rio Genil. Era rodeada por uma muralha que foi ampliada no século VI a.C. devido ao crescimento da população. No século IV ou III a.C. passou a ser conhecida como Ilíberis, sendo então incluído na área controlada pelos Bastetanos e, numa perspetiva mais económica do que militar, pelos Cartagineses.
A derrota definitiva de Cartago na Segunda Guerra Púnica em 201 a.C. abriu as portas da cidade aos Romanos. Baseando-se em Tito Lívio, alguns autores relatam que as tropas de Emílio Paulo foram derrotadas em Ilurco ca. 190 a.C., antes de Tibério Semprónio Graco ca. 180 a.C. No entanto, aparentemente a submissão a Roma deveu-se mais a um pacto ou acordo do que a uma verdadeira conquista militar. Incluída na província romana da Hispânia Ulterior, Ilíberis obteve de Júlio César o título de município com o nome de Município Florentino Iliberitano (em latimMunicipium Florentinum Iliberitanum), pelo que as fontes romanas dos séculos seguintes a citam quase sempre como "Florentia". Mais tarde foi incorporada na província da Béticae, no século I d.C., no Conventus Astigitanus.

Para alguns autores tratou-se duma cidade com grande relevância. Todavia, as escavações arqueológicas não confirmam esse carácter de cidade importante, que deus três senadores e um cônsul a Roma, além de ter sido a sede dum concílio cristão (Concílio de Elvira) cerca do ano 304 d.C. De qualquer forma, deve ter caído em ruínas em algum momento da Alta Idade Média, pois no início do século VIII a área da atual cidade estava despovoada. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário