terça-feira, 8 de abril de 2014

HISTÓRIA EM QUADRINHOS NO BRASIL

A primeira revista editada especializada no tema: O Tico – Tico




 As Aventuras de Zé Caipora, de Angelo Agostini, uma das primeiras histórias em quadrinhos do Brasil
As histórias em quadrinhos no Brasil começaram a ser publicadas no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartunscharges oucaricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A edição de revistas próprias de histórias em quadrinhos no país começou no início do século XX. Mas, apesar do Brasil contar com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editoral dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses.

As histórias em quadrinhos no Brasil começaram a ser publicadas no século XIX. Em 1837, circulou o primeiro desenho em formato de charge, de autoria de Manuel de Araújo Porto-Alegre, que foi produzida através do processo de litografia e vendida em papel avulso. O autor criaria mais tarde, em 1844, uma revista de humor político.
No final da década de 1860, Angelo Agostini continuou a tradição de introduzir nas publicações jornalísticas e populares brasileiras, desenhos com temas de sátira política e social. Entre suas personagens populares, desenhadas como protagonistas de histórias em quadrinhos propriamente ditas, estavam o "Nhô Quim" (1869) e "Zé Caipora" (1883). Agostini publicou nas revistas Vida Fluminense, O Malho e Don Quixote.

Lançada em 11 de outubro de 1905, a revista O Tico-Tico é considerada a primeira revista em quadrinhos do país, concebida pelo desenhista Renato de Castro, tendo o projeto sido apresentado a Luiz Bartolomeu de Souza, proprietário da revista O Malho (onde Angelo Agostini trabalhou, após o encerramento de Don Quixote); após aprovada, a revista teve a participação de Angelo Agostini, que criou o logotipo e ilustrou algumas histórias da revista . O formato de O Tico Tico foi inspirado na revista infantil francesa La Semaine de Suzette; a personagem Suzette foi publicada na revista brasileira com o nome de Felismina; Bécassine, outra personagem da revista, foi chamada de Chiquita. Tico-Tico é considerada a primeira revista em quadrinhos no Brasil, e teve a colaboração de artistas de renome como J. Carlos (responsável pelas mudanças gráficas da revista em1922), Max Yantok e Alfredo Storni .

O personagem de maior sucesso da revista era Chiquinho (publicado entre 1905 e 1958), considerado por muitos anos como uma criação brasileira até que, na década de 1950, um grupo de cartunistas alegou que este era, na verdade, uma cópia do americano Buster Brown de Richard Felton Outcault (algo parecido aconteceu na Holanda, onde Buster Brown serviu de inspiração para criação de Sjors van de Rebellenclub). Durante a época da Primeira Guerra Mundial, o Chiquinho também teve inspiração nas histórias de Little Nemo in Slumberland. Também figuraram na revistaReco-Reco, Bolão e Azeitona de Luiz Sá, Lamparina de J. Carlos, Kaximbown de Max Yantok, Max Muller de A. Rocha entre outros.
Em 1930, alguns personagens das tiras americanas foram publicados na revista como Mickey Mouse (chamado de Ratinho Curioso), Krazy Kat, (chamado de Gato Maluco) e Gato Félix. J.Carlos foi o primeiro desenhista brasileiro a desenhar personagens da Disney nas páginas de O Tico-Tico .
A revista foi perdendo popularidade na década de 1930, na medida em que surgiram os suplementos de quadrinhos publicados em jornais e diversas revistas em quadrinhos surgidas nessa época; na década de 1950 investiu no humor gráfico, publicando cartuns de artistas como Bosc e Sempé. A revista foi publicada até 1957 (após isso O Malho publicou edições especiais com o título "O Tico-Tico Aprsenta" até 1977), e nos últimos quadrinhos de sua existência voltou a ter o foco educativo de outrora.

Fonte: Wikipédia


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