De
bemaventurado a santo
Sendo
um sacerdote católico desde 1904, ele iniciou a sua vida sacerdotal em Itália, onde foi secretário particular do bispo de Bérgamo D. Giacomo Radini-Tedeschi (1905-1914), professor do Seminário de
Bérgamo e estudioso da vida e obra de São Carlos Borromeu, capelão militar do Exército italiano durante a Primeira
Guerra Mundial e presidente italiano do
"Conselho das Obras Pontifícias para a Propagação da Fé"
(1921-1925). Em 1925,
sendo já um arcebispo-titular, iniciou-se a sua longa carreira diplomática, onde o levou à Bulgária como visitador apostólico (1925-1935),
à Grécia e Turquia como delegado apostólico (1935-1944) e à França como núncio apostólico (1944-1953). Em todos estes países, ele destacou-se pela sua
enorme capacidade conciliadora, pela sua maneira simples e sincera de diálogo,
pelo seu empenho ecuménico e pela sua bondade corajosa em salvar judeus durante a Segunda
Guerra Mundial. Em 1953, foi nomeado cardeal e Patriarca de Veneza.
Foi
eleito Papa no
dia 28 de outubro de 1958.
Considerado inicialmente um Papa de transição, depois do longo pontificado
de Pio XII, ele
convocou, para surpresa de muitos, o Concílio Vaticano II, que visava a renovação da Igreja e à formulação de uma nova forma de explicar pastoralmente a doutrina católica ao mundo moderno. No seu curto pontificado de cinco anos
escreveu oito encíclicas,
sendo as principais a Mater et Magistra (Mãe e Mestra) e a Pacem in Terris (Paz na Terra).
Devido
à sua bondade, simpatia, sorriso, jovialidade e simplicidade, João XXIII era
aclamado e elogiado mundialmente como o "Papa bom" ou o "Papa
da bondade". Mas, mesmo assim, vários grupos minoritários
de católicos
tradicionalistas acusavam-no de ser maçom, radical esquerdista e herege modernista por
ter convocado o Concílio Vaticano II e promovido a liberdade religiosa e o ecumenismo. Ele
foi declarado Beato pelo Papa João Paulo II no dia 3 de Setembro de 2000. É considerado o patrono dos delegados
pontifícios e a sua festa litúrgica é celebrada no dia 11 de Outubro. Foi
canonizado em 27 de Abril de 2014, domingo da Divina Misericórdia, juntamente com o também Papa João Paulo II.
A missa de canonização foi presidida pelo Papa Francisco e
concelebrada pelo Papa Emérito Bento
XVI.
Angelo
Giuseppe Roncalli nasceu e foi batizado em Sotto il
Monte (província de Bérgamo, Itália),
no dia 25 de novembro de 1881.
Era o terceiro filho duma família agrícola pobre e numerosa. Devido à fervorosa
vida religosa da família e da sua paróquia local, Roncalli acabou por ingressar
no Seminário de Bérgamo. Ali, ele começou a escrever o seu "Diário da
Alma" (ou Jornal da Alma), um livro auto-biográfico muito famoso onde
estão reunidos os seus escritos espirituais, datados entre 1895 a 1961.
Em 1897,
ele professou a regra da Ordem
Franciscana Secular. Entre 1901 e 1905, devido a uma bolsa de estudos da Diocese de Bérgamo, ele conseguiu ser aluno do Pontifício Seminário Romano.
Finalmente,
após vários anos de estudo, Roncalli doutorou-se em teologia e foi ordenado sacerdote católico em Roma, no dia 10 de Agosto de 1904. Em1905, foi nomeado secretário do então Bispo de
Bérgamo, D. Giacomo Radini-Tedeschi, que o influenciou na sua maneira de lidar
com as questões sociais. Durante estes anos em Bérgamo, Roncalli foi também
professor do Seminário de Bérgamo e aprofundou-se no estudo da vida e da obra
de São Carlos Borromeu, de São
Francisco de Sales e do Beato Gregório Barbarigo (este último foi canonizado por ele em 1960). Este estudo
aprofundado levou-o a editar os documentos arquivados de Carlos Borromeu, que
tinha participado como arcebispo de Milão no Concílio de Trento. Este projeto, que demorou muitos anos, visto que o último volume
destes documentos só foi publicado em 1957, levou-o a perceber mais sobre a
dinâmica conciliar e a compreender que o Concílio de Trento era mais reformista
do que anti-protestante.
Em 1915, quando a Itália entrou na Primeira
Guerra Mundial, ele foi alistado como sargento do corpo médico e capelão militar dos
soldados feridos. Em1919,
foi nomeado diretor espiritual do Seminário de Bérgamo. Em 1921, o Papa Bento XV nomeou-o
presidente italiano do "Conselho das Obras Pontifícias para a
Propagação da Fé". No exercício deste cargo, Roncalli visitou
muitas dioceses
da Itália, organizou vários círculos
missionários, estabeleceu contactos com várias ordens missionárias e
compreendeu melhor a dinâmica e situação das missões católicas espalhadas pelo
mundo.1 12 Devido
ao seu sucesso nesta obra pontifícia, mas especialmente devido ao seu projecto
de estudo relacionado com Carlos Borromeu, ele tornou-se amigo de Achilles
Ratti, o futuro Papa Pio XI.
Na
sequência da morte do Papa Pio XII,
em 1958,
realizou-se rapidamente um conclave, onde se reuniram os cardeais-eleitores para
escolherem um novo Papa. Ao contrário do que se sucedeu no conclave de 1939 (onde
Pio XII foi quase unanimamente eleito Papa), o conclave de 1958 tinha
vários candidatos favoritos (ou papabiles). Devido a este fato, os cardeais-eleitores
procuraram escolher um candidato idoso e de compromisso, acabando assim por
eleger Angelo Roncalli, que era precisamente um homem modesto e idoso (já tinha
77 anos). Por esta razão, ele era apenas considerado um Papa "de
transição".
Assim
sendo, Angelo Roncalli foi eleito Papa em 28 de Outubro de 1958, na 11ª votação, e tomou o nome papal de João
XXIII (Ioannes PP. XXIII, pela grafia latina). Perante os
cardeais, ele justificou a sua escolha da seguinte maneira:
Eu escolho João... um nome doce para Nós, pois é
o nome do nosso pai; querida para mim, porque é o nome da humilde igreja
paroquial onde fui batizado; o nome solene de inúmeras catedrais espalhadas
pelo mundo, incluindo a nossa própria basílica. Vinte e
dois Joões
[ou Joãos] de legitimidade indiscutível tivemos, e
quase todos tiveram um breve pontificado. Nós temos preferido esconder a
pequenez do nosso nome por trás desta magnífica sucessão de Romanos Papas.
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Apesar
dos seus argumentos, a escolha desse nome causou surpresa. Isto porque, afinal,
o último papa a chamar-se João fora o francês Jacques D'Euse, ainda na Idade Média (Papa João XXII);
e ainda porque existiu, também na Idade Média, um antipapa com o nome de João XXIII.
Seu
pontificado teve início no dia 4 de novembro de 1958, data escolhida por ele
para coincidir com a festa litúrgica de São Carlos Borromeu. No seu curto pontificado de cinco anos, João XXIII convocou
precisamente cinco
consistórios, criando ao todo mais de 50
cardeais e quase duplicando o número de membros do Colégio dos Cardeais. No primeiro consistório (1958),
ele elevou o Arcebispo Montini (um candidato favorito no conclave de 1958)
a Cardeal, tornando-o apto para o próximo conclave (de fato, Montini iria
tornar-se no Papa Paulo VI). Quando foi eleito Papa, João XXIII insistiu queDomenico Tardini fosse
seu secretário
de Estado, mesmo sabendo que ele não
gostava muito de si. Tardini, que trabalhou durante muitos anos na Cúria Romana,
ficou muito admirado e surpreendido com esse gesto generoso do Papa.
Tendo
já desde cedo um espírito de tolerância e de ecumenismo, João XXIII procurou cooperar e dialogar com
outras crenças e religiões, nomedamente com os protestantes,
os ortodoxos,
os judeus,
os anglicanos e
até com os xintoístas.
Neste campo, ele recebeu em audiência privada grupos de judeus, oarcebispo
da Cantuária, um representante da Igreja da Escócia e um importante sacerdote xintoísta. Ele criou
inclusivamente, em 1960,
o Secretariado para a Promoção da Unidade dos Cristãos, que tinha por função recompor a unidade entre
os cristãos separados. Durante o seu pontificado, ele instituiu
também uma Comissão para a revisão do Código de
Direito Canónico e convocou, em 1960, o primeiro sínodo da Diocese de Roma.
Ele também retirou da liturgia de Sexta-feira Santa as duras expressões relativas aos judeus e inaugurou uma nova era de relacionamento
e diálogo judaico-católico. Ele também influenciou a composição da
declaração Nostra Aetate, aprovada pelo Concílio Vaticano II após a sua morte e que trata essencialmente das relações da Igreja
Católica com os não-cristãos, particularmente os judeus. Neste documento, a
Igreja rejeitou de vez as acusações de deicídio ao povo judaico e condenou o anti-semitismo.
Em
1959, João XXIII, através do documento Dubium do Santo Ofício,
confirmou o Decreto
contra o Comunismo,
aprovado pelo Papa Pio XII em 1949 e que proibia os católicos de defenderem
o comunismo ou
de votarem em candidatos, organizações ou partidos comunistas ou aliados de
comunistas. Segundo fontes tradicionalistas, baseado neste decreto, Fidel Castro,
que instaurou o comunismo em Cuba, foi por isso excomungado no
dia 3 de janeiro de 1962 por João XXIII. Contudo, a excomunhão de Castro é
ainda imerso em divergência, em face do caráter francamente diplomático
assumido pelo Papa, havendo quem afirme (o que seria corroborado por relatos de
seu secretário particular, Loris Capovilla) que este fato nunca teria ocorrido.
Fortalece esta conclusão o fato de o Papa ter recebido e dialogado, em 1963, com a filha e o genro de Khrushchev (líder da União Soviética), numa tentativa
de diminuir as tensões entre a Igreja Católica e
a União Soviética. Com um grande amor à Turquia, foi justamente durante o seu pontificado que
este país estabeleceu relações diplomáticas com a Santa Sé, em 1960. Para tal,
muito contribuiu a sua longa e exemplar estadia na Turquia, onde deixou amigos
e abundantes impressões positivas acerca da sua pessoa. Por isso, passou também
a ser apelidado de "Papa turco".
Em
1962, durante a Crise dos Mísseis em Cuba,
o Papa pediu a todos os governantes do mundo para se esforçarem a salvaguardar
a paz, que é querida pela humanidade. Algumas pessoas acreditam que esta
mensagem, difundida pela Rádio Vaticano,
teve muita importância na diminuição de tensões entre a União Soviética e os Estados Unidos e
na consequente decisão de Khrushchev de iniciar o diálogo com os EUA. Em
reconhecimento pelo seu trabalho em prol da paz e da humanidade, João XXIII foi
agraciado com o Prémio Balzan,
que lhe foi entregue no dia 10 de Maio de 1963. Em Dezembro de 1963, ele foi também
condecorado postumamente com a Medalha
Presidencial da Liberdade,
atribuída pelo presidente
norte-americano Lyndon Johnson.
O Papa João XXIII também tornou-se na Pessoa do Ano de 1962.
Apesar
de ter um pontificado curto, que durou menos de cinco anos, João XXIII é
considerado um dos mais populares e amados Papas, não só dentro da Igreja
Católica, mas também por entre os não-católicos. Ele deixou para o mundo uma
imagem de "bom Pastor" que quer abraçar e amar todos os homens
(quer eles sejam católicos ou não).A Santa Sé caracterizou
João XXIII como um Papa "manso e atento, empreendedor e corajoso,
simples e cordial, [que] praticou cristãmente as obras de
misericórdia corporais e espirituais,
[…] recebendo homens de todas as nações e crenças e cultivando um
extraordinário sentimento de paternidade para com todos. […] Sustentava-o um
profundo espírito de oração,
e a sua pessoa, iniciadora duma grande renovação na Igreja, irradiava a paz própria de quem confia sempre no Senhor".1 Durante
as celebrações dos 50 anos da eleição de João XXIII (2008), o Papa Bento XVI afirmou
que "a fé em Cristo e na Igreja foi o segredo que fez do beato João
XXIII uma figura mundial da paz".
João
XXIII acreditava que a Igreja Católica não devia ser só uma instituição com
leis e doutrinas, mas que devia ser, acima de tudo, uma autêntica comunhão do
género humano com o amor de Deus.
Ele também acreditava que a renovação da Igreja era necessária e fruto da atuação sobrenatural do Espírito Santo sobre
a Igreja. Esta sua convicção e confiança na ação do Espírito Santo, ou seja,
na Divina Providência, deu-lhe coragem e determinação em convocar o Concílio Vaticano II (1962-1965), cuja ideia ele afirmava ser uma inspiração súbita do
Espírito Santo.
Como
Papa, João XXIII preocupou-se muito com as responsabilidades pastorais do
clero. Por isso, para dar o exemplo, ele visitou os doentes, os encarcerados e
muitas paróquias da Diocese de Roma,
sobretudo as dos bairros mais novos. Aliando à sua preferência pelo título
papal deServus
Servorum Dei e às suas encíclicas e
discursos reconciliadores e defensores do diálogo e da paz, estas visitas
pretenderam também mostrar a Igreja como uma força espiritual suprapolítica e
humanizadora no mundo, tentando assim despolitizar a Igreja, que se envolveu
várias vezes no início da Guerra Fria na
política para travar o avanço do comunismo.
Como
por exemplo, no dia 25 de Dezembro de 1958, cerca de dois meses depois da sua eleição,
visitou as crianças gravemente doentes internadas no Hospital Bambin
Gesù e no Hospital Santo Spirito, onde confortou
amavelmente as crianças e conversou com algumas delas. No dia seguinte (26
de Dezembro), ele foi visitar os encarcerados da prisão Regina Coeli.
Lá, conseguiu criar um ambiente familiar, comovente e fraternal, ao afirmar que
"sou Giuseppe, vosso irmão" e que "aqui [na prisão]
estamos na Casa do Pai". Ele disse também aos prisioneiros que
"pus meus olhos nos vossos olhos, coloquei meu coração junto ao vosso
coração". Com as suas poucas palavras e os seus simples gestos, ele
conseguiu transmitir aos presos a infinita misericórdia de Deus. Este seu
discurso foi tão poderoso que um encarcerado, condenado por homicídio, perguntou,
entre lágrimas, que" o que o senhor [o Papa] disse antes, vale também
para mim?". João XXIII, comovido, deu-lhe surpreendentemente um grande
e amoroso abraço como resposta.
Estas
visitas pastorais são de grande valor e significado, porque, desde 1870, nenhum Papa tinha saído do Vaticano para ir visitar a sua diocese (o
Papa também é Bispo de Roma), devido à Questão Romana.
João XXIII preocupou-se também com a condição social dos trabalhadores, dos
pobres, dos órfãos e dos marginalizados.
João
XXIII inaugurou em 1962 um concílio ecuménico - o Concílio
do Vaticano II - menos de 90 anos após
o último (Concílio Vaticano I, convocado porPio IX para
afirmar o dogma da infalibilidade papal). Mas, a intenção em realizar este concílio foi já anunciado por João
XXIII no dia 25 de Janeiro de1959.
João
XXIII idealizou o Concílio Vaticano II "como um «novo Pentecostes» […]; uma grande experiência espiritual que reconstituiria a Igreja Católica" não apenas como instituição, mas sim "como um
movimento evangélico dinâmico […]; e uma conversa aberta entre os bispos de todo o mundo sobre como renovar o Catolicismo como estilo de vida inevitável e vital". O próprio Papa João XXIII afirmou que "o que mais
importa ao Concílio Ecumênico é o seguinte: que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz". Para satisfazer esta sua intenção,
João XXIII queria ardentemente que a Igreja mudasse de mentalidade e adoptasse
uma postura mais positiva e ativa, para poder melhor enfrentar e acompanhar as
transformações do mundo moderno. Apesar de ter um câncer inoperável no estômago, que foi
diagnosticado em Setembro de 1962, João XXIII quis continuar, com todas as suas
débeis forças, a dirigir o Concílio Vaticano II.
A
partir deste Concílio, que só terminou em 1965, a Igreja Católica, através da sua renovação,
abriu-se mais ao mundo moderno. Por isso, houve várias mudanças significativas
que João XXIII não conseguiu ver: uma grande reforma litúrgica (revisão
e simplificação da Missa de rito romano); uma nova perspectiva sobre a liberdade religiosa, a natureza e constituição da Igreja, o apostolado dos leigos e a dignidade dos fiéis, a colegialidade dosbispos e a relação entre a Revelação divina e a Tradição;
novos rumos para o ecumenismo e
a pastoral católica; e uma nova abordagem aos problemas do Mundo moderno.
A
centralização do poder no Vaticano, iniciada no final do século XIX,
foi revista, sendo a Igreja vista como uma comunidade de cristãos em todo o
mundo. O Concílio, todavia, não firmoudogmas, mas sim serviu de orientação pastoral à Igreja
Católica, sendo seus efeitos vistos de forma controversa por alguns
praticantes do catolicismo, nomeadamente pelos católicos
tradicionalistas.
No
seu curto pontificado de cinco anos, João XXIII escreveu oito encíclicas,
que possuem um carácter mais pastoral do que dogmático:
Apesar
de ser amado, aclamado e homenageado por muitos, o Papa João XXIII é também
alvo de várias críticas, acusações e teorias de conspiração, que são feitas e
defendidas maioritariamente por alguns grupos de pseudo - católicos
tradicionalistas, entre os quais se destacam
os sedevacantistas e os conclavistas. Como por exemplo, estes grupos
minoritários e marginalizados defendem que João XXIII era maçom ou rosacruciano; era simpatizante ou cúmplice do comunismo, do socialismo e de correntes radicais
anticatólicos; e era um herege modernista por
defender o ecumenismo,
a liberdade religiosa e a realização do Concílio Vaticano II. Por acusá-lo de ser um herege, alguns até defendem a teoria
conspiratória de que João XXIII era um antipapa que usurpou ilegalmente a cátedra de São Pedro, que devia pertencer ao cardeal Giuseppe Siri.
Existem
também alguns grupos, ligados à ufologia ou à deteção e crença de profecias
apocalípticas, que defendem que João XXIII teve vários contatos com extraterrestres e
redigiu um conjunto de profecias com muitas metáforas que abrangem desde a
Segunda Guerra Mundial até ao fim do mundo.
Parte destas profecias obscuras foram registadas no livro "As Profecias
do Papa João XXIII", de Pier Carpi.
Os
verdadeiros católicos não acreditam ou negam todas estas críticas, teorias e
especulações conspiratórias supramencionadas. A Igreja Católica nunca se deu ao
trabalho de oficialmente refutar as críticas dos grupos católicos
tradicionalistas. Esta afirma que todas as dúvidas importantes acerca da santidade, catolicidade e conduta de João XXIII foram clarificadas
ou refutadas directa ou indiretamente pela sua beatificação. A Igreja conseguiu
beatificá-lo sem grandes problemas e escândalos, sendo um forte sinal revelador
do pouco impacto que estas críticas e acusações conspiratórias apresentam.
Segundo
o historiador italiano Sérgio Luzzatto, a relação entre João XXIII e São Pio de
Pietrelcina (ou "Padre
Pio") era controversa e
caracterizada pelo cepticismo e pelas críticas em relação ao Padre Pio feitas
por João XXIII. Este Papa chegou mesmo a acusar e a acreditar que Padre Pio era
uma fraude e
uma alma perdida que tinha uma fé quase medieval e
relações incorretas com várias mulheres.
Mas,
uma outra fonte afirmava que a atitude de João XXIII em relação ao Padre Pio
era, em geral, muito positiva. Mas, devido às informações erradas e negativas
que ele recebeu, João XXIII tornou-se por isso bastante céptico e crítico.
Contudo, segundo esta mesma fonte, pouco antes da sua morte, o Papa confessou
que tinha sido informado erroneamente e reconheceu a santidade do Padre Pio. Ele pediu mesmo ao Padre Pio
para rezar por ele.
Fonte:
Wikipédia
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