Eu ainda não
cansei de ser liberal, o que vale dizer não cansei de crer na realidade de uma
força superior que nos descobre um mundo melhor, que nos impele para ele; ainda
não me senti obrigado a ajoelhar-me diante dos ídolos e pedir perdão da minha
virtude, a única, talvez, de que me posso lisonjear, a virtude de poder de
poder pensar no povo sem pensar no rei.
O verdadeiro
solar do liberalismo é a democracia. Ou seja, o governo de todos por todos,
como se exprime em fórmula absoluta, como melhor se compreende, o governo de
todos pelos eleitos de todos. O cidadão é a forma social do homem, como o
Estado é a forma social do povo; e, pois que em toda a natureza as formas são
expressões das forças, e as forças não existem sem produzir as formas, é mister
que o cidadão exprima o homem, como o Estado deve exprimir o povo; é mister que
o homem faça o cidadão, como o povo deve fazer o Estado. Mas notemos que a ação
de governar-se a si mesmo, exercida pelos povos, não é para eles menos do que
para os indivíduos uma coisa indivisível; não se concede aos poucos. Onde o povo não é tudo, ele torna-se nada.
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