A história tarda, mas não falha.
Não basta ter uma boa ideia, é preciso colocá-la em
prática e deixar registrado para o mundo, de
preferência usando vias jurídicas,
que você é o verdadeiro autor. Se na atualidade a guerra de patentes é uma
notícia constante nos meios de comunicação, em outras épocas, quando era muito
mais difícil tanto o registro quanto a propagação da informação, a situação era
ainda pior.
Para quem imagina que os brasileiros não têm boas
ideias ou que tudo que é inovador surge apenas em outros países, basta dar uma
olhada na história das invenções para perceber que a situação não é bem essa.
Nossos cientistas e pesquisadores sempre tiveram bons projetos, mas por falta
de reconhecimento e apoio, muito acabaram ficando pelo caminho e as glórias
pela novidade acabaram indo parar em outras terras.
Conheça algumas das invenções que poderiam ter
nascido no Brasil ou mesmo que surgiram por aqui, mas por alguma razão não
deram aos seus criadores os devidos créditos pela genialidade.
Fotografia
O primeiro homem a descobrir uma forma de gravar imagens com o uso da
luz não era brasileiro, mas vivia em nosso território. Morador da cidade de
Campinas, interior de São Paulo, o francês Hercules Florence descobriu um
método para imprimir fotos usando papel sensibilizado com nitrato de prata.
O princípio fotográfico é utilizado até hoje em revelações de imagens,
porém basta pesquisar em qualquer livro de história para perceber que o nome de
Florence não está entre os inventores da fotografia. Isso aconteceu porque,
enquanto ele desenvolvia seu trabalho em silêncio por aqui, uma pesquisa
similar estava em andamento na França.
As pesquisas de Louis Daguerre e Joseph Niépce são consideradas o ponto
inicial da fotografia e ambos herdaram o título de paternidade da invenção. Ao
saber das conquistas da dupla francesa, Florence abandonou as suas pesquisas.
Máquina de escrever
Hoje as máquinas de escrever já são praticamente
peças de museu, mas antes dos computadores era comum encontrar em qualquer
escritório diversos aparelhos como esses. Essa invenção também nasceu no
Brasil, ainda no século XIX.
O padre João Francisco de Azevedo teve a ideia de
adaptar um piano de 24 teclas para que ele pudesse imprimir letras em um papel.
Para mudar de linha era preciso pisar no pedal, localizado na parte de baixo do
aparelho. Sem dúvida, a ideia era bastante promissora.
Velho e doente, Azevedo confiou a sua invenção ao
negociante George Napoleon, que dizia ter possíveis interessados em fabricá-la
nos Estados Unidos. O padre nunca mais teve notícias do vendedor, mas alguns anos
depois um modelo quase igual foi apresentado em solo americano por Christofer
Sholes. Em seguida, a empresa Remington comprou a ideia e passou a fabricá-las
em escala comercial.
Radiotransmissão
Embora hoje o nome do padre Roberto Landell de Moura
seja associado com mais frequência à invenção da radiotransmissão, nem sempre
foi assim, e ele morreu sem ser creditado pela sua invenção. De acordo com os
relatos, o padre teria sido o precursor na transferência de voz por ondas de
rádio.
A partir da Avenida Paulista, em São Paulo, uma
mensagem dizendo “alô, alô” foi ouvida a oito quilômetros de distância em um
telefone sem fio. No mesmo ano, o italino Guglielmo Marconi, considerado o
pioneiro da radiotransmissão, conseguiu apenas transmitir sinais telegráficos a
algumas centenas de metros.
O nome de Landell de Moura só veio à tona na década
de 40, quando a justiça norte-americana decidiu que Marconi não era o inventor.
Apesar de não ter colhido os louros da fama em vida, hoje seu nome é citado
como um dos prováveis criadores do rádio.
Extraída do Blog tecmundo.com.br
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