(Amor homossexual?)
O pintor holandês
Vicent van Gogh é considerado hoje como um dos maiores artistas da história
pictórica, anda que só tenha vendido uma tela, em vida, ao próprio irmão. Além
de obras como “Noite Estrelada” e “Os
Girassóis”, Van Gogh é lembrado também por um episódio curioso: no dia 23 de
dezembro de 1888, em um momento (de forte depressão?), o pintor cortou fora um
pedaço da própria orelha. A
respeito desse dia ele viria a pintar o quadro
conhecido como “Autorretrato com a orelha cortada”.Fonte: Reprodução/Wikipedia
Van Gogh foi uma
pessoa de vida simples e de personalidade forte, nervosa. Ele chegou a
trabalhar em uma galeria de arte, mas nunca teve sucesso. Além disso, atuou
como pregador em algumas minas na Bélgica. A vontade de se dedicar inteiramente
à vida de artista veio em 1880 e, nessa fase, os quadros de Van Gogh eram
escuros e sombrios, como “Os comedores de batatas”, de 1885.
No ano seguinte, em
1886, o pintor foi morar em Paris, onde vivia seu irmão mais novo, Theo. O
irmão, que era um comerciante de arte, deu suporte financeiro a Van Gogh e,
inclusive, o apresentou a muitos artistas, como Paul Gauguin, Camille Pisarro e
Georges Seurat. Depois de ficar mais por dentro do mundo das artes, as obras de
Van Gogh começaram a ficar mais iluminadas e coloridas.
O pintor alugou uma
casa em 1888 no sul da França. Lá, ele fez pinturas mais vívidas que retratavam
a vida no interior. Ele ainda contou com a companhia de Gaunguin, que ficou
dois meses trabalhando ao lado dele. Foi durante a estadia do amigo que Van
Gogh teve um surto psicótico e ameaçou Gaunguin com uma faca. A briga terminou
com Van Gogh cortando um pedaço da própria orelha.
Como se isso tudo
não fosse bizarro o suficiente, o pintor holandês enrolou o pedaço que arrancou
de sua orelha e entregou a uma prostituta nas proximidades de um bordel – ela
teria desmaiado quando viu o que era o “presentinho”.
Quando chegou em
casa, Van Gogh deitou e quase morreu devido ao grande sangramento de sua
orelha. A mulher que havia recebido o presente bizarro do pintor avisou a
polícia e, graças a isso, ele foi encontrado e levado até um hospital
psiquiátrico em seguida.
Ao acordar, o
artista pediu para ver o amigo Gaunguin, que se recusou a atender ao pedido de
Van Gogh. Nesse hospital, o pintor ficou internado por um ano. Durante o
período em que esteve recluso, o artista teve ciclos de intensa criatividade e
também de extrema violência. Foi nessa época que ele produziu o famoso “Noite
Estrelada” e “Íris”.
Depois de sair do
hospital o pintor se mudou para Auvers-sur-Oise, uma comuna francesa próxima a
Paris. Lá, ele continuou perturbado por momentos de extrema solidão e
depressão. No dia 27 de julho de 1890 ele disparou um tiro contra si mesmo e
morreu dois dias depois, aos 37 anos.
Uma publicação
alemã recente a respeito da vida de Van Gogh, feita pelos historiadores Hans
Kaufmann e Rita Widegans, defende a possibilidade de que o pintor possa ter
inventado toda essa história da orelha para defender o amigo Gaunguin, que era
um ótimo lutador de esgrima e, em um surto de raiva, teria atingido o pintor.
Segundo essa
teoria, a verdade sobre os acontecidos nunca veio à tona porque os dois amigos
mantiveram seu pacto de silêncio. Gaunguin obviamente não queria ser acusado de
um atentado e Van Gogh estaria apaixonado pelo amigo e queria mantê-lo sempre
por perto.
“Nós reexaminamos com cuidado os depoimentos
das testemunhas e as cartas escritas pelos dois artistas e nós chegamos à
conclusão de que Van Gogh estava terrivelmente triste com o plano de Gaunguin
de voltar a Paris, depois dos dois terem passado uma estadia infeliz juntos na
Casa Amarela”, disse Kaufmann em declaração publicada na ABC News.
O historiador
explica que não tem pistas que o levem a saber se Gaunguin feriu Vincent
propositalmente ou não. O que se sabe é que os dois tiveram uma briga feia, a
orelha do pintor foi cortada e, no dia seguinte, Gaunguin voltou a Paris e
nunca mais viu Van Gogh de novo.
Na primeira carta
que Vincent enviou ao amigo depois do ocorrido, ele escreveu: “eu vou me manter
calado sobre isso e você também vai”. Em uma carta escrita por Gaunguin anos
depois do acidente e direcionada a outro amigo, quando falou sobre Van Gogh,
ele se referiu ao artista como “um homem com os lábios selados, não posso
reclamar dele”.
Kaufmann afirma que
há muitas dicas de que a história que sabemos a respeito do acidente não é a
verdadeira. Segundo ele, essa história precisa ser recontada. E aí, você já
sabia disso?
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