terça-feira, 6 de maio de 2014

EUGENE GLADSTONE O’NEILL

O resgate do teatro dos USA

(1888 -1953)

Dramaturgo norte-americano, o primeiro que elevou o teatro do seu país à mesma altura literária da poesia e do romance. Descendente de  irlandeses, filho de ator e de atriz, cresceu no ambiente teatral de Nova York, então dominado pelo dramalhão. Tornou-se marinheiro. Dessas experiências teatrais e marítimas nasceram
suas primeiras peças em um ato, como Rumo Leste Para Cardiff e outras.

O’Neill ainda não era, então, discípulo de Ibsen, embora já fosse diferente a atmosfera poética das suas peças. Ainda em 1920 e 22 continuou escrevendo em estilo realista, de modo que Além do Horizonte e Anna Christie podiam ser representadas em teatros comerciais de Nova York, muito embora sem nenhum sucesso. Mas depois entrou O’Neill – conforme suas próprias declarações – na esfera da influência de Strindberg, Wedekind e dos expressionistas alemães. Encontrou compreensão e ajuda dos Provincetown Players, um grupo de atores fora do circuito comercial e da ambição literária. Em Imperador Jones aparece totalmente transformado: fantástico, místico, expressionista. Mas o passo decisivo só foi dado em O Macaco Peludo (1922).   Em Desejo sob os Olmos, tragédia rural que se passa em Nova Inglaterra, aparecem como elementos novos a oposição ao puritanismo e suas restrições à vida erótica, sendo digno de realce o fato de o autor procurar a explicação dos motivos dos personagens pela psicanálise. O Macaco Peludo fora o primeiro grande sucesso de O’Neill; Desejo sob Olmos, de outro lado, tornou-se seu mais permanente sucesso nos teatros.
Desde então, repetiram-se as tentativas de O’Neill de aproveitar para o teatro os ensinamentos da psicanálise. Em Estranho Interlúdio (1927), peça enorme que se presta melhor para a leitura do que para a representação, falam alternadamente a consciência e o subconsciente dos personagens. Em Electra toma luto (1931), o velho tema grego de Clitemnestra, Orestes e de Electra. Essa adaptação do enredo esquiliano, transferido para personagens do tempo da Guerra de Sucessão norte-americana, é considerado a maior tragédia de O’Neill tendo, inclusive contribuído para qe lhe concedesse o Prêmio Nobel em 1936.
Depois o dramaturgo escreveu várias peças que não obtiveram sucesso, consideradas falhas. Como grande obra só se impôs O Geleiro Chega escrita em 1938, mas produzida em 1946, expressão de pessimismo profundamente desesperado.
Fonte: Enciclopédia Barsa. 

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