O resgate do teatro dos
USA
(1888 -1953)
Dramaturgo
norte-americano, o primeiro que elevou o teatro do seu país à mesma altura
literária da poesia e do romance. Descendente de irlandeses, filho de ator e de atriz, cresceu
no ambiente teatral de Nova York, então dominado pelo dramalhão. Tornou-se
marinheiro. Dessas experiências teatrais e marítimas nasceram
suas primeiras
peças em um ato, como Rumo Leste Para
Cardiff e outras.
O’Neill
ainda não era, então, discípulo de Ibsen, embora já fosse diferente a atmosfera
poética das suas peças. Ainda em 1920 e 22 continuou escrevendo em estilo
realista, de modo que Além do Horizonte e
Anna Christie podiam ser representadas em teatros comerciais de Nova York,
muito embora sem nenhum sucesso. Mas depois entrou O’Neill – conforme suas
próprias declarações – na esfera da influência de Strindberg, Wedekind e dos
expressionistas alemães. Encontrou compreensão e ajuda dos Provincetown
Players, um grupo de atores fora do circuito comercial e da ambição literária.
Em Imperador Jones aparece totalmente
transformado: fantástico, místico, expressionista. Mas o passo decisivo só foi
dado em O Macaco Peludo (1922). Em Desejo
sob os Olmos, tragédia rural que se passa em Nova Inglaterra, aparecem como
elementos novos a oposição ao puritanismo e suas restrições à vida erótica,
sendo digno de realce o fato de o autor procurar a explicação dos motivos dos
personagens pela psicanálise. O Macaco Peludo fora o primeiro grande sucesso de
O’Neill; Desejo sob Olmos, de outro
lado, tornou-se seu mais permanente sucesso nos teatros.
Desde então,
repetiram-se as tentativas de O’Neill de aproveitar para o teatro os
ensinamentos da psicanálise. Em Estranho
Interlúdio (1927), peça enorme que se presta melhor para a leitura do que
para a representação, falam alternadamente a consciência e o subconsciente dos
personagens. Em Electra toma luto
(1931), o velho tema grego de Clitemnestra, Orestes e de Electra. Essa
adaptação do enredo esquiliano, transferido para personagens do tempo da Guerra
de Sucessão norte-americana, é considerado a maior tragédia de O’Neill tendo,
inclusive contribuído para qe lhe concedesse o Prêmio Nobel em 1936.
Depois o
dramaturgo escreveu várias peças que não obtiveram sucesso, consideradas
falhas. Como grande obra só se impôs O Geleiro Chega escrita em 1938, mas
produzida em 1946, expressão de pessimismo profundamente desesperado.
Fonte:
Enciclopédia Barsa.
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