terça-feira, 20 de maio de 2014

OLGA METTIG: HISTÓRIA DE VIDA, PENSAMENTO PEDAGÓGICO E FORMAÇÃO DOCENTE.

Série: mestres da educação baiana



Liane Cristina Figueiredo Soares
Universidade do Estado da Bahia


RESUMO

O interesse em pesquisar a história de vida da educadora baiana Olga Mettig é mobilizado pelo reconhecimento de que não é possível escrever a história da educação sem passar por aqueles que a fizeram e a pensaram, assim, tendo como ponto de partida sua concepção de homem, mundo, natureza, sociedade e a estrutura sócio-político-econômica que coexistiu e coexiste, marcando e sendo marcada pelos educadores
nesse processo histórico, este trabalho tem por finalidade destacar a importância da professora Olga Mettig para a educação na Bahia. Para tanto, analisamos sua história de vida, resgatando os saberes, seu pensamento pedagógico e, procuramos compreender a realidade educacional da Bahia durante os anos de 1950 a 1970, época de maior produção intelectual da educadora. A pesquisa foi estruturada pelo ponto de vista da história da educação, utilizando a abordagem biográfica como metodologia, que privilegia a coleta de informações contidas na vida pessoal, não se tratando de mera descrição ou arrumação de fatos, mas um esforço de construção dos  itinerários passados. Delineando a narrativa, utilizamos pesquisa documental, e do ponto de vista dos procedimentos técnicos desenvolvemos pesquisa bibliográfica, bem como desenvolvimento de etapas mais concretas de planejamento, pesquisa de campo, análise documental, entrevistas a ex-alunos, familiares, amigos e colaboradores, com uma visão analítica, reflexiva e interpretativa da história de vida de Olga Metting, o que permitiu traduzir em dados concretos o seu legado para a
educação, que  inclui escolas, Faculdades, cursos, centro de educação e livros, que são parte integrante da educação de milhares de pessoas, há mais de sete décadas.


Em 15 de março de 1948 fundou a Escola Nossa Senhora do Carmo, de ensino primário, surgida de sua inquietação com os padrões metodológicos da época; ao lado da também professora e amiga, Lígia Magalhães escreveu livros didáticos amplamente adotados na Bahia e em outros estados brasileiros, entre 1950 e 1985. Foram quatrocentas edições de mais de trinta livros de geografia, história do Brasil e gramática, ultrapassando a marca de um milhão e oitocentos mil exemplares. Em 1967, inaugurou a Faculdade de Educação da Bahia (FEBA), a primeira do Norte/Nordeste, a Faculdade de Turismo (FACTUR), a Faculdade de Administração (FACEX), o Centro de estudos de pós-graduação Olga Mettig (CEPPOM), o Instituto de Educação Musical e a Faculdade Livre da Terceira idade (que completou dez anos), que juntos compõe as Faculdades Integradas Olga Mettig, mantidas pela Associação Cultural e Educacional da Bahia (ACEBA), que têm mais de 1500 alunos e já formaram outros 3600 para a educação e turismo. Falar da professora Olga sem destacar seu aspecto empreendedor é impossível, visto que todas essas obras surgiram em uma sociedade patriarcal, em que as mulheres eram educadas para o lar e sequer  completavam os estudos. Ao constatar resultados como estes, associados ao interesse desta educadora em primar pela educação por meio do ensino que desenvolva nas pessoas uma visão crítica, capaz de agregar valores sustentados por princípios éticos, democráticos e de cidadania, conseguimos traduzir a importância da professora Olga. O estudo procura contribuir para a pesquisa em história da educação na Bahia, levando em consideração as contribuições de professora Olga Mettig ao processo de formação docente, e procurando entender os percursos formativos e as decorrências do pensamento pedagógico na constituição do magistério baiano num espaço-tempo histórico.

Fonte: http://www2.faced.ufu.br/

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