Quatorze juillet (Quatorze de Jullho)
A Tomada
da Bastilha (em francês: Prise
de la Bastille), também conhecida como Queda da Bastilha, foi um
evento central daRevolução Francesa, ocorrido em 14 de julho de 1789. Embora a Bastilha, fortaleza medieval utilizada
como prisão contivesse,
à época, apenas sete prisioneiros, sua queda é tida como um dos símbolos
daquela revolução, e tornou-se um ícone da República Francesa. NaFrança,
o quatorze juillet (14 de julho) é um feriado nacional,
conhecido formalmente como Fête de
la Fédération ("Festa da
Federação"), conhecido também como Dia da Bastilha em
outros idiomas. O evento provocou uma onda de reações em toda a França, assim
como na Europa,
que se estendeu até a distante Rússia Imperial.
reorganizou
na forma da Assembleia Nacional, uma entidade cujo propósito era a criação de uma constituição francesa.
O rei inicialmente opôs-se a este acontecimento, porém eventualmente foi obrigado
a reconhecer a autoridade da assembleia, que passou a ser chamada de Assembleia
Nacional Constituinte.
A invasão da Bastilha e a consequente Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão formaram
o terceiro evento desta fase inicial da revolução. A primeira havia sido a
revolta da nobreza, ao se recusar a ajudar o rei através do pagamento de impostos. A segunda havia sido a formação da
Assembleia Nacional e o Juramento da Sala do Jogo da Péla.
A
classe média havia formado a Guarda Nacional,
ostentado rosetas tricolores,
em azul, branco e vermelho, que logo se tornariam o símbolo da revolução.
Paris estava à beira da insurreição e, nas
palavras de François Mignet, "intoxicada com liberdade e
entusiasmo", mostrando amplo apoio à
Assembleia. A imprensa publicava os debates realizados na Assembleia, e o
debate político acabou se espalhando para as praças públicas e salões da
capital. O Palais-Royal e seus jardins tornaram-se palco de uma reunião interminável; e a
multidão ali reunida, enfurecida, decidiu arrombar as prisões da
Abbaye para soltar alguns granadeiros que teriam sido presos por disparar contra
o povo. A Assembleia encaminhou os guardas presos à clemência do rei, e após
retornarem à prisão, acabaram por receber o perdão. As tropas, até então
consideradas confiáveis pelo rei, agora passaram a tender pela causa popular.
A
grande prisão do estado terminou sendo invadida porque um jornalista, Camille Desmoulins, até então desconhecido, discutiu em frente ao Palácio Real e pelas
ruas dizendo que as tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão
sangrenta sobre o povo de Paris. Todos deviam socorrer-se das armas para
defender-se. A multidão, num primeiro momento, dirigiu-se aos Inválidos, o
antigo hospital onde concentravam um razoável arsenal. Ali, apropriou-se de
vinte e oito mil mosquetes e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora
porém se encontrava estocada num outro lugar, na fortaleza da Bastilha.
Marcharam então para lá. A massa revoltosa era composta de soldados
desmobilizados, guardas, marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores,
operários, negociantes de vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos, o povo
de Paris enfim. A fortaleza, por sua vez, defendia-se com 32 guardas suíços e
82 "inválidos" de guerra, possuindo 15 canhões, dos quais apenas três
em funcionamento.
Durante
o assédio, o marquês de
Launay, o governador da Bastilha,
ainda tentou negociar. Os guardas, no entanto, descontrolaram-se, disparando na
multidão. Indignado, o povo reunido na praça em frente partiu para o assalto e
dali para o massacre. O tiroteio durou aproximadamente quatro horas. O número
de mortos foi incerto. Calculam que somaram 98 populares e apenas um defensor
da Bastilha.
Launay
teve um fim trágico. Foi decapitado e a sua cabeça espetada na ponta de uma
lança desfilou pelas ruas numa celebração macabra. Os presos, soltos,
arrastaram-se para fora sob o aplauso comovido da multidão postada nos
arredores da fortaleza devassada. Posteriormente a massa incendiou e destruiu a
Bastilha, localizada no bairro Santo Antônio, um dos mais populares de Paris. O
episódio, verdadeiramente
espetacular,
teve um efeito eletrizante. Não só na França mas onde a notícia chegou provocou
um efeito imediato. Todos perceberam que alguma coisa espetacular havia
ocorrido. Mesmo na longínqua Königsberg (hoje Kaliningrado,
na Prússia Oriental), atingida pelo eco de que o povo de Paris assaltara um dos símbolos do
rei, fez com que o filósofo Immanuel Kant,
exultante com o acontecimento, pela primeira vez na sua vida se atrasasse no
seu passeio diário das 18 horas.
A queda da Bastilha, no 14 de Julho de 1789,
ainda hoje é comemorada como o principal feriado francês.
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