Salas de ambar
O âmbar é
uma resina fóssil muito usada para a manufatura de objetos
ornamentais. Embora não seja um mineral, às vezes é considerado e usado como uma gema.
Sabe-se
que as árvores (principalmente os pinheiros) cuja resina se transformou em
âmbar viveram em regiões de clima temperado. Nas zonas cujo clima era tropical,
o âmbar foi formado por plantas leguminosas.
Baltic amber Coleoptera Anobiidae
As
resinas produzidas pelos vegetais agiam como proteção contra a ação das
bactérias e contra o ataque de insetos que perfuravam a casca até atingir o
cerne das árvores. A resina que saía da madeira acabou por perder o ar e a água
de seu interior. Com o passar do tempo as substâncias orgânicas formadoras do
âmbar acabaram se polimerizando, formando assim uma resina endurecida e
resistente ao tempo e à água.
Desde
a pré-história, as regiões banhadas pelo Mar Báltico, como Lituânia, Letônia e Estônia, são a principal fonte de
âmbar. Acredita-se que o material foi utilizado desde a Idade da Pedra. Foram
encontrados também objetos de origem báltica nos túmulos egípcios datando 3200
a. C. Outra pista importante foram objetos encontrados na Escandinávia que eram
utilizados por vikings dos anos 800 até 1000 d. C.
O
nome vem do arábico anbar, provavelmente através do espanhol, porém
esta palavra referia-se originalmente a ambargris, a qual é uma substância animal completamente
distinta do âmbar amarelo. O âmbar verdadeiro tem sido chamado às vezes
de karabe, uma palavra da derivação oriental significando "o
que atrai a palha", em alusão ao poder que o âmbar possui de adquirir uma
carga elétrica pela fricção. Esta propriedade, observada primeiramente
por Tales de Mileto, sugeriu a palavra "eletricidade",
do grego elektron nome aplicado, entretanto, ao âmbar e a uma liga de ouro e prata.
O
âmbar é chamado também de electro, sucinum (succinum),
e glaesum ou glesum por escritores latinos.
Em hebreu arcaico hashmal significar âmbar, embora o hebreu
moderno use a palavra i'nbar, inspirada do árabe. A palavra
em alemão é Bernstein,
e em letão é Dzintars.
Em lituano o
âmbar é chamado "Gintaras".
Durante
o século 13,
os Cavaleiros Teutônicos controlaram a produção do âmbar na Europa, proibindo sua coleta
desautorizada das praias na costa do Báltico, sob sua jurisdição, punindo
infratores desta ordem com a morte.
O
âmbar é um mineralóide de
origem orgânica, heterogêneo na
composição, que consiste de diversos corpos resinosos mais ou menos solúveis no álcool, éter e clorofórmio,
associado com uma substância insolúvel betuminosa, derivado de resinas de árvores coníferas e
plantas leguminosas que, enterradas durante milhões de anos, sofreram um
processo de polimerização (Uma das formas de fossilização). É encontrado na
forma de nódulos irregulares de coloração amarelo-parda, às vezes turva devido
à inclusão de minúsculas bolhas de ar. Sua composição média é C10H16O.
Aquecido pouco abaixo 300 °C, sofre uma decomposição que gera o "óleo
do âmbar" deixando um resíduo marrom escuro ou negro chamado "amber
colophony", ou "amber pitch". Quando dissolvido em óleo "turpentina" ou em óleo de linhaça, forma-se o verniz
de âmbar ou laquê de âmbar.
Ao
ser aquecido até a queima, libera um odor agradável (almiscarado), se funde em
temperaturas entre 280 e 290 C. É insolúvel em água, porém se dissolve em éter
e clorofórmio. Quando transparente, apresenta um índice de refração entre 1,53
e 1,55, sua dureza varia entre 2 e 3 (bem maior que outras resinas fósseis) e a
massa específica varia 1,05 a 1,10.
O
âmbar báltico (alguns chamam de verdadeiro) libera na destilação seca ácido succínico cuja emanação aromática, algumas vezes irritante, se dá
principalmente a este ácido nas variedades opaco pálidas ou ósseas,
numa proporção aproximada de 3 a 8% da massa total. A diferença de outros
similares de outras regiões do planeta é justamente a quantidade emanada de
ácido succínico. Outras resinas fósseis denominadas frequentemente de âmbar não
contêm o referido ácido, ou somente uma proporção muito pequena. Foi por este
motivo que o professor J. D. Dana propôs o nome succinite somente
para o âmbar báltico.
Geralmente
em trabalhos científicos o termo específico para o âmbar báltico é "ambar
prussiano".
O
chamado succinite é encontrado como nódulos irregulares em uma areia
glauconítica marinha, conhecida
como terra azul, ocorrendo no início do período oligoceno na região de Sambia no Mar Báltico,
no Oblast de
Kaliningrado, onde é explorado até a
atualidade.
Acredita-se,
entretanto, ter sido derivado do período Terciário e
com depósitos do Eoceno.
Ocorre como derivado mineral em
antigas formações. Sabe-se que existem resquícios de uma flora abundante que
ocorre na época da formação do âmbar, sugerindo relações com o flora oriental
da Ásiae
a parte do sul da América do Norte.
H. R.
Goppert nomeou o pinheiro
"amber-yielding" comum nas florestas do Báltico Pinites
succiniter. A madeira encontrada fossilizada não parece diferir
geneticamente da existente também chamada de Pinius succinifera.
É
improvável, entretanto, que a produção do âmbar esteve limitada a uma única
espécie, um grande número de coníferas que pertencem a gêneros diferentes
produziram a resina.
Pendentes de âmbar. O pendente oval tem a
dimensão de 52 por 32 mm.
Muitas
peças encontradas contém além de espécimes vegetais em seu interior belamente
preservados, também numerosos insetos, aranhas, anelídeos, crustáceos e outros
organismos minúsculos que foram envoltos quando a exudação era fluídica.
Na
maioria dos casos a estrutura orgânica desapareceu, deixando somente uma
cavidade oca. Porém, pelos, penas, fragmentos de madeira, (com os tecidos
bem-preservados pela impregnação da resina), flores e frutos foram encontrados
ocasionalmente em perfeito estado.
Às
vezes o âmbar retém a forma de gotas e de stalactites, às vezes na forma como
ele saiu dos dutos e dos receptáculos das árvores feridas. O desenvolvimento
anormal da resina foi chamado succinosis.
As
impurezas são frequentemente mais recentes, em especial quando a resina caiu
sobre à terra, de modo que o material foi contaminado. Excepcionalmente ocorreu
um envernizamento, quando o âmbar impuro é chamado de firniss.
Os
cercos de piritas podem
dar uma cor azulada ao âmbar. O âmbar preto é chamado de jet
sonte. O âmbar ósseo deve sua opacidade à bolhas de ar minúsculas.
Árvore
de âmbar
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