segunda-feira, 14 de julho de 2014

LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA

Colaboração de Edson Valadares*
Manhã de inverno.
Um vento frio invade
o recinto do meu lar.
Num instante, lembrei-me
de uma cena vivida
na minha infância no sertão.
Era uma noite de inverno.
Chovia. Um vento frio
invadia o casarão da
fazenda dos meus avós.
Acendi a lareira. Ao pé
do fogo, dormi. E, então,
tive um sonho fantástico.
Sonhei que era adulto
e encontrava-me com
uma linda fada num
lugar místico onde havia
um jardim divino e um
lago fantástico.
Por ela apaixonei-me, e
fui correspondido.
Exalava perfume mágico.
Abraçamo-nos e fizemos
juras de amor eterno.
Para minha tristeza,
o idílio durou apenas segundos,
porém, jamais o esquecerei.

Aracaju, manhã de
8-7-2014.
 *Edson Valadares é um poeta sergipano, que denomino de “poeta extemporâneo”. Tem 89 anos de plena atividade física e intelectual. É remanescente dos deuses do Olimpo.  De formação cartesiana, aderiu ao humanismo quando, ao aposentar-se, descobriu os livros. Uma descoberta voluptuosa e apaixonante que o levou aos clássicos da literatura mundial, e, com eles, caminhou por todos os seus gêneros: poesia, prosa, crítica, diário, biografia, epistolografia, e a produzir os seus primeiros textos.  A princípio, embora corretos, foram tíbios e nada criativos, mas, com o correr do tempo, ganharam corpo e estatura, como que tocados por uma musa de sobeja intuição e elevada perspicácia, quiçá, inspiração.
Hoje, Valadares é um seguidor de Thecov, e o faz com estremada desenvoltura. Mas, nada o impede de buscar em outros autores tão importantes quanto. Quem há de fazê-lo... 
Ao cabo desses últimos trinta anos em que o acompanho, vi crescer, no amigo que tanto aprecio, algumas vezes surpreso, sua biblioteca: de reles cinco livros, para mais de mil e quinhentos. Belíssima coleção! Todos lidos, anotados.
Só não o acompanho quando derrama, em pronunciamentos escritos e orais, biles contra alguns escritores respeitados pela critica internacional.
Vá em frente Valadares. Seus dias não estão contados. Só os deuses do Olimpo decidirão quando você deverá parar. E que não seja tão cedo...
“Luiz Carlos Facó”

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