Herança indígena
A pajelança
é uma cerimônia xamanística, de procedência tupi-guarani, que sobrevive entre
as populações da região amazônica. O pajé é o feiticeiro que dirige a invocação
da “alma do bicho” (o jacaretinga, a cobra grande), que nele se encarna para
responder às consultas dos crentes. A
bebida ritual usada durante a cerimônia é o tafiá, cachaça. Há cânticos e
danças, de regra convulsivas, próprias das cerimônias xamanísticas.
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Há na
pajelança alguma influência negra, pois, durante o tempo em que vigorou a
escravatura, foram levados para a Amazônia grandes contingentes de elementos
africanos. O maracá é o instrumento típico, e cabe ao pajé manejá-lo. O
feiticeiro promove também a defumação do
local e dos presentes. Às vezes um feixe de penas de ema para espantar os maus
espíritos. Após os cânticos e danças, o pajé recebe da “alma do bicho” a
receita para a cura do doente. A essa receita dá-se o nome de “puçanga”.
O xamanismo
atravessou fronteiras. Na zona do catimbó há influxos da pajelança e até na
região de influência negro-africana (candomblé), revelam-se reminiscências
daqueles rituais. No sul do país verifica-se também um consistente movimento xamanista.
Intimamente ligada à pajelança está a utilização, pelo curandeiros das plantas
medicinais da flora nativa, utilização que é feita, nas camadas populares,
mediante a ação da mágica dos feiticeiros, que geralmente usam o alucinógeno
(natural) Ayahuasca.
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