quinta-feira, 3 de julho de 2014

PAJELANÇA

Herança indígena


A pajelança é uma cerimônia xamanística, de procedência tupi-guarani, que sobrevive entre as populações da região amazônica. O pajé é o feiticeiro que dirige a invocação da “alma do bicho” (o jacaretinga, a cobra grande), que nele se encarna para responder às consultas dos crentes.  A bebida ritual usada durante a cerimônia é o tafiá, cachaça. Há cânticos e danças, de regra convulsivas, próprias das cerimônias xamanísticas.


Há na pajelança alguma influência negra, pois, durante o tempo em que vigorou a escravatura, foram levados para a Amazônia grandes contingentes de elementos africanos. O maracá é o instrumento típico, e cabe ao pajé manejá-lo. O feiticeiro promove também a  defumação do local e dos presentes. Às vezes um feixe de penas de ema para espantar os maus espíritos. Após os cânticos e danças, o pajé recebe da “alma do bicho” a receita para a cura do doente. A essa receita dá-se o nome de “puçanga”.




O xamanismo atravessou fronteiras. Na zona do catimbó há influxos da pajelança e até na região de influência negro-africana (candomblé), revelam-se reminiscências daqueles rituais. No sul do país verifica-se também  um consistente movimento xamanista. Intimamente ligada à pajelança está a utilização, pelo curandeiros das plantas medicinais da flora nativa, utilização que é feita, nas camadas populares, mediante a ação da mágica dos feiticeiros, que geralmente usam o alucinógeno (natural) Ayahuasca.

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