História
Luis XIV, com uma
gravata primitiva, em 1667.
A gravata é
uma tira de tecido, estreita e longa, que se usa em torno do pescoço e que é
presa por um laço ou nó na parte da frente. Peça predominantemente do vestuário
masculino, mas que foi introduzida ao vestuário feminino como símbolo de
igualdade e independência do sexo.
O termo gravata
deriva do francês "cravate", que por sua vez é uma
corruptela de "croat", em referência aos mercenários croatas, que
primeiro apresentaram a indumentária à sociedade parisiense.
Provavelmente, a
primeira utilização de objetos de forma semelhantes às gravatas hoje conhecidas
foram identificadas entre os egípcios. Arqueólogos identificaram em torno do
pescoço de múmias egípcias uma espécie de amuleto conhecido como “Sangue de Ísis”.
Esse objeto em ouro ou cerâmica possuía a forma de um cordão arrematado com um
nó, cuja função seria de proteger o finado dos “perigos da eternidade".
Outra possível
origem da gravata remonta há milhares de anos, quando os guerreiros do
imperador chinês Shih Huang Ti usavam um cachecol com um nó em volta do pescoço
como símbolo de status e de elite entre as tropas, de forma semelhante à
gravata hoje conhecida.
Até uma época
recente, imaginava-se que os romanos fossem os pioneiros no uso da gravata, como
ilustra a famosa coluna de Trajano, em que pode ser visualizada ao nível do
pescoço uma peça semelhante à gravata, conhecida como focale.
Acredita-se que este acessório tenha sido utilizado pelos oradores romanos com
o objetivo de aquecer suas gargantas. Atribui-se a introdução da gravata aos
soldados mercenários croatas a
serviço da França durante
a Guerra dos Trinta Anos. Os pedaços de
tecidos, atados ao pescoço dos soldados com distintivos laços, teriam causado
enorme alvoroço em toda a sociedade parisiense. Tal
acessório era usado como distintivo militar pelos croatas, sendo de tecido
rústico para os soldados e de algodão ou seda para
os superiores.
Esses
acontecimentos encontram-se no livro francês “La Grande Histoire de la Cravate”
(Flamarion, Paris, 1994), conforme a seguinte passagem:
“Por volta do ano
1635, cerca de seis mil soldados e cavaleiros vieram a Paris para dar suporte
ao rei Luis XIV e ao Cardeal Richelieu. Entre
eles, estava um grande número de mercenários croatas. O traje tradicional
destes soldados despertou interesse por causa dos cachecóis incomuns e
pitorescos enlaçados em seu pescoço. Os cachecóis eram feitos de vários
tecidos, variando de material grosseiro para soldados comuns a seda e algodão
para oficiais”. Os franceses logo se encantaram com esse adereço elegante e
desconhecido, que chamaram de cravat, que significa croata. O próprio rei Luis XIV ordenou
que seu alfaiate particular criasse uma peça semelhante ao dos croatas e que a
incorporasse aos trajes reais.
Existem dezenas,
mas os mais conhecidos são sem dúvida o nó de Windsor, o meio-Windsor, o nó americano ("Four-in-Hand")
e o nó de Shelby, também
conhecido com nó de Pratt.
Os nós de gravata
são geralmente executados com movimentos da ponta mais larga da gravata,
partindo de uma posição inicial em que ambas as pontas ficam caídas ao longo do
corpo, até um ponto que varia conforme o comprimento da gravata e a
complexidade do nó desejado. No entanto, alguns nós mais complexos são
executados com movimentos da ponta fina da gravata. Os nós mais usados
iniciam-se com a costura da gravata voltada para dentro, mas existem alguns
excelentes nós de gravata (como o nó ordinário e o
nó de Shelby (ou de Pratt)) que precisam ser iniciados com a costura exposta
para fora.
Curiosamente, o nó
mais simples possível é pouco conhecido. É chamado, na análise de Fink e Mao, "nó
3.1" e, pelos franceses, "Petit Noeud". Talvez isso se deva ao
fato de, ao contrário dos nós de gravata mais conhecidos, o "Nó
Ordinário" ser iniciado com a costura da gravata exposta para fora em vez
de voltada para o corpo, e o movimento inicial é feito por baixo da ponta mais
estreita (em vez de por cima). A seguir, a ponta larga é movida horizontalmente
por cima para o lado oposto do corpo, e por fim completa-se o nó propriamente
dito ao passar a ponta larga por dentro do anel assim formado, descendo-o em
seguida por entre o anel e o laço horizontal que foi formado inicialmente.
Nesse ponto resta apenas ajustar o comprimento e a tensão do nó. O resultado
final é literalmente apenas um nó simples em volta da ponta estreita da
gravata, mas em muitos sentidos é mais satisfatório do que o popular nó
americano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário