Série:
romances brasileiros
Resenha
A história se passa nos
"primeiros anos do reinado de D. Pedro II", inicialmente em uma
fazenda em Campos dos Goitacazes (RJ). Isaura, escrava branca e bem-educada, é
assediada pelo seu senhor, Leôncio, recém-casado com Malvina. Isaura se recusa
a ceder aos apelos de Leôncio, como já fizera, no passado, sua mãe, que, por
ter repelido o pai de Leôncio, fora submetida a um tratamento tão cruel que, em
pouco tempo, morrera.
Para
forçá-la a ceder, Leôncio manda Isaura para a senzala, trabalhar com as outras
escravas. Sempre resignada, suporta passivamente o seu destino, porém, não cede
a Leôncio, afirmando que ele, como proprietário, era senhor de seu corpo, mas
não de seu coração: " – “Não, por certo, meu senhor; o coração é livre;
ninguém pode escravizá-lo, nem o próprio dono." Leôncio, enfurecido,
ameaça colocá-la no tronco.
No
entanto, seu pai, ex-feitor da fazendo, consegue tirá-la de lá e foge com ela
para Recife (PE). Em Recife, Isaura usa o nome de Elvira e vive reclusa numa
pequena casa com seu pai. Então, conhece Álvaro, por quem se apaixona e é
correspondida.
Vai a
um baile com ele, onde é desmascarada e reconhecida. Álvaro, ainda que
surpreso, não se importa com o fato de ela ser uma escrava e resolve impedir
que Leôncio a leve de volta, inclusive tentando comprá-la. Mas não consegue
convencer o vilão, e este leva Isaura de volta ao cativeiro na fazenda.
Leôncio
está praticamente falido e, com o objetivo de conseguir um empréstimo do pai de
Malvina sua esposa, consegue se reconciliar com a mulher, afirmando que Isaura
é quem o assediava. Então, para punir Isaura, Leôncio manda que ela se case com
Belchior, jardineiro da fazenda.
Entretanto,
Álvaro descobre a falência de Leôncio e compra a dívida dos seus credores,
tornando-se proprietário de todos os seus bens, inclusive de seus escravos. No
dia do casamento de Isaura, antes que se celebrasse a cerimônia, Álvaro aparece
e reclama seus direitos a Leôncio. Vendo-se derrotado e na miséria, Leôncio
suicida-se. Tudo termina, portanto, com a punição dos culpados e o triunfo dos
justos.
A obra apresenta a tríade comum
aos romances populares românticos: vilão, heroína e herói. E, graças à ausência
de profundidade com que são construídos, os personagens do romance são planos,
estáticos e superficiais.
Isaura,
a heroína escrava, é branca, pura, virginal, possui um caráter nobre e
demonstra "conhecer o seu lugar": do princípio ao fim, suporta
conformada a perseguição de Leôncio, as propostas de Henrique, as desconfianças
de Malvina, sem jamais se revoltar.
Sobre Isaura, descreve o autor: "A tez é como o marfim
do teclado, alva que não deslumbra, embaçada por uma nuança delicada, que não
sabereis dizer se é leve palidez ou cor-de-rosa desmaiada. (.) Na fronte calma
e lisa como o mármore polido, a luz do ocaso esbatia um róseo e suave reflexo;
di-la-íeis misteriosa lâmpada de alabastro guardando no seio diáfano o fogo
celeste da inspiração."
Fonte: (leia mais) www.mundovestibular.com.br
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