Por
Antonio Lins
Antes tarde do que nunca, ainda bem que a oposição
dá sinais de que começa a despertar da profunda letargia em que esteve
mergulhada nos últimos anos, desde que o PT assumiu o poder.
Eleição faz
milagres, caro leitor. Exímio manipulador das massas com a sedução de seu
populismo despudorado, durante os oito anos de mandato presidencial Lula da
Silva conquistou índices estratosféricos de aprovação popular e, vendendo a
falácia de uma “herança maldita”, deu um nó na oposição, botou todos no bolso,
de Fernando Henrique, Aécio Neves a José Serra, o enfezado paulistano da Zona
Leste.
A oposição não teve competência para
barrar a reeleição de 2006, apesar da eclosão do escândalo do mensalão de José
Dirceu e sua quadrilha. Daí para a frente o petismo se firmou no poder. Deu-se
ao requinte de eleger uma coluna fincada no chão, um poste apagado. A patranha
de que sua candidata era uma gerentona competente, somada a seu prestígio, foi
bastante para eleger Dilma, mas não para esconder, depois, o fracasso que é
este governo medíocre e desmoralizado.
O que existe hoje é um desgoverno escandalosamente
alicerçado sobre o fisiologismo e a ladroagem, a preocupação eleitoreira com as
aparências e, de quebra, um anacrônico dogmatismo ideológico. Aí estão para
comprová-lo, os indicadores econômicos persistentemente insatisfatório e,
sobretudo, a crescente insatisfação difusa dos brasileiros com os
governos petistas transbordando para as ruas desde junho do ano passado.
Isso tudo até a estrábica oposição conseguiu
enxergar, mas ficou muda, não abriu o bico. Só agora, em tempo de
eleição, ela sai do casulo e vai se juntar ao povo.
O teor das
declarações feitas nas últimas semanas pelos principais pré-candidatos a
enfrentar o poste apagado nas urnas de outubro parece indicar que as oposições
finalmente estão dispostas a deixar seu berço esplêndido e assumir postura mais
contundente diante do desgoverno petista que arrebenta o país.
O
pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, foi incisivo ao apresentar o seu programa de
governo: “O país saiu dos trilhos (...) esse novo pacto social que está no seio
do povo brasileiro não tolera mais o velho pacto político que mofou. Não há
nesse país, em nenhum recanto, ninguém que ache que mais quatro anos do que
está aí vai fazer bem ao povo brasileiro”. E ainda: “Vamos legar o quê para as
futuras gerações?”. Merda, diria Glauber Rocha, se vivo estivesse.
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