quinta-feira, 14 de agosto de 2014

OPOSIÇÃO EM TEMPO DE ELEIÇÃO

 Por
Antonio Lins


 Antes tarde do que nunca, ainda bem que a oposição dá sinais de que começa a despertar da profunda letargia em que esteve mergulhada nos últimos anos, desde que o PT assumiu o poder.
Eleição faz milagres, caro leitor. Exímio manipulador das massas com a sedução de seu populismo despudorado, durante os oito anos de mandato presidencial Lula da Silva conquistou índices estratosféricos de aprovação popular e, vendendo a falácia de uma “herança maldita”, deu um nó na oposição, botou todos no bolso, de Fernando Henrique, Aécio Neves a José Serra, o enfezado paulistano da Zona Leste.

A oposição não teve competência para barrar a reeleição de 2006, apesar da eclosão do escândalo do mensalão de José Dirceu e sua quadrilha. Daí para a frente o petismo se firmou no poder. Deu-se ao requinte de eleger uma coluna fincada no chão, um poste apagado. A patranha de que sua candidata era uma gerentona competente, somada a seu prestígio, foi bastante para eleger Dilma, mas não para esconder, depois, o fracasso que é este governo medíocre e desmoralizado.


O que existe hoje é um desgoverno escandalosamente alicerçado sobre o fisiologismo e a ladroagem, a preocupação eleitoreira com as aparências e, de quebra, um anacrônico dogmatismo ideológico. Aí estão para comprová-lo, os indicadores econômicos persistentemente insatisfatório e, sobretudo, a crescente insatisfação difusa dos brasileiros com os governos petistas transbordando para as ruas desde junho do ano passado.

Isso tudo até a estrábica oposição conseguiu enxergar, mas ficou muda, não abriu o bico. Só agora, em tempo de eleição, ela sai do casulo e vai  se juntar ao povo.
O teor das declarações feitas nas últimas semanas pelos principais pré-candidatos a enfrentar o poste apagado nas urnas de outubro parece indicar que as oposições finalmente estão dispostas a deixar seu berço esplêndido e assumir postura mais contundente diante do desgoverno petista que arrebenta o país.
 O pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, foi incisivo ao apresentar o seu programa de governo: “O país saiu dos trilhos (...) esse novo pacto social que está no seio do povo brasileiro não tolera mais o velho pacto político que mofou. Não há nesse país, em nenhum recanto, ninguém que ache que mais quatro anos do que está aí vai fazer bem ao povo brasileiro”. E ainda: “Vamos legar o quê para as futuras gerações?”. Merda, diria Glauber Rocha, se vivo estivesse.  

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