Por Consuelo Pondé
Escritora, Jornalista,
Professora, Presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e Imortal
da Academia de Letras da Bahia
O evento conta com o
patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado, Secretaria de Desenvolvimento,
Turismo e Cultura da Prefeitura, Ucsal, Bahiatursa e apoio da Rádio Metrópole e
Irdeb. Será coordenado pela professora Maria Helena Flexor, que realizou
idêntica tarefa no IV e V Congressos do Instituto (1999 e 2001), ambos coroados
de completo êxito.
Ao contrário dos conclaves
precedentes, nos quais se celebraram datas e acontecimentos históricos, desta
vez, optamos por um tema de interesse geral, de motivação coletiva: “Festa e
Comida”, por nos parecer tão presentes na Cultura Baiana. Ademais disso, tais
assuntos têm mobilizado o interesse dos pesquisadores das Ciências Sociais,
multiplicando–se uma bibliografia pouco explorada no passado.
Se consultarmos as
relações das dissertações e teses de mestrado e doutorado das mais diversas
instituições de ensino superior do país, poderemos confirmar essa assertiva. Os
pesquisadores, cada vez mais, se dedicam a esses temas de interesse das
comunidades, porque não existe um só deles que se preocupe com a alimentação e
o lazer.
Se pensarmos na
Gastronomia, veremos que já faz parte de cursos universitários em várias
faculdades, diplomando profissionais capacitados a cuidar do preparo das
refeições, a arrumação do local onde serão servidas, o número das pessoas a
serem atendidas, o tipo de clientela, enfim, uma série de exigências que a
pós-modernidade impõe como requisitos indispensáveis em nossos dias.
Para os irracionais, o ato
de comer tem a ver com a sensação de saciedade, da satisfação apenas de uma
necessidade. O homem criou o ritual básico social que é a refeição e, mais
adiante, o festim, outrora realizado para ganhar a proteção e o favor dos
deuses. Lembremo-nos que comer é o instinto que mais cedo desperta,
constituindo-se na base da vida animal. Por outro lado os hábitos culinários de
uma nação são sempre o reflexo de sua história, do seu clima, das suas
tradições e, até, de suas crenças religiosas.
Outro aspecto a ser
destacado diz respeito a comensalidade, seja do ponto de vista religioso
como profano, sempre entendida como uma forma importante de promover a
solidariedade e de reforçar laços entre membros de um grupo.
O outro tema diz respeito
a Festas, entendidas como atos de celebrar, distrair, causar prazer e, nesse
capítulo, os baianos são mestres. Um dos primeiros estudiosos das festas no
Brasil foi o escritor e poeta Mello Morais Filho, que recolheu tradições
antigas da Bahia, de Sergipe, do Rio de Janeiro, legando à Cultura Brasileira
valiosa pesquisa e segura interpretação de usos e costumes, transformados ou
desaparecidos, preservados nas páginas da sua escrita.
Na linha de pesquisa de
Mello Morais Filho atuaram Hildegardes Vianna, José Calasans, Waldir Freitas
Oliveira, além de outros de grande valor para a reconstrução dessas atividades
em nosso meio.
O VI Congresso tem a
“cara” da Bahia e deverá ser um farol a iluminar o interesse de novos
pesquisadores.
Dessa forma, durante os
três dias de encontro, estarão reunidos, em mesas redondas, estudiosos baianos,
brasileiros e estrangeiros, que tratarão de temas como comida espiritual
católica, comida do sertão, de santo, de índio, de turista na Bahia, bem como
vários outros sobre festas.
Vale lembrar que as
inscrições com apresentação de trabalhos encerram dia 26 de agosto.
Interessados em se inscrever como ouvintes terão até o dia 20 de setembro. Poderão
participar historiadores, geógrafos, antropólogos, sociólogos, estudiosos do
patrimônio, arte, dentre outros. Da mesma forma estarão aptos a se inscrever,
estudantes e estudiosos sem formação acadêmica, mas com conhecimentos sobre os
assuntos abordados. O formulário de inscrição, valores, programação e outras
informações estão disponíveis no site www.ighb.org.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário