Série: castelos e palácios
Castelo Real de Blois
Depois de ter sido o feudo dos poderosos Condes de
Blois e o de Carlos, Duque de Orleães, o Castelo de Blois, uma grande cidade
situada nas margens do rio Loire, a meio caminho entre Tours e Orleães,
torna-se, com Luís XII, nascido em Blois em 1462, a residência preferida dos
reis franceses durante mais de um século. Uma fascinante aula de arquitetura e
história.
O Castelo Real de Blois é a introdução ideal para a
visita do Vale do Loire, porque sintetiza a arquitetura e a história dos
Castelos do Loire. O seu pátio oferece uma verdadeira panorâmica da arquitetura
francesa da Idade Média no século XVII.
Vale do Loire
Residência de sete reis e dez rainhas de França, é
um local que evoca o poder e o quotidiano da Corte Renascentista, sendo exemplo
disso os apartamentos reais ricamente mobilados e ornamentados com magníficas
decorações policromas.
A ala Luís XII, de
estilo gótico flamejante
Entra-se no castelo pela ala Luís XII, edificada no
final do século XV, que se distingue pelo seu conjunto de tijolo vermelho unido
por pedras brancas, construção comum nos edifícios de estilo
franco-flamengo, gótico flamejante, com alguns elementos a evocarem já o
estilo renascentista.
A ala Francisco I,
maravilha renascentista
Apenas doze anos separam a construção da ala
Francisco I, no centro, da construção da ala Luís XII. No entanto, esta é
puramente renascentista, com uma arquitetura e uma ornamentação caracterizadas
pela influência italiana. A inspiração italiana não influenciou apenas os
motivos decorativos, mas também a organização e a forma completa do edifício.
Grande escadaria
monumental
O elemento central desta ala é a escadaria
monumental em espiral, saliente e octogonal, com três dos lados embutidos no
próprio edifício. A escadaria, «explorada como um marfim da China», segundo
Balzac, está recoberta de finas esculturas renascentistas, de ornamentos
italianizantes (estátuas, balaústres, candelabros) e de emblemas reais.
Ala Gastão de
Orleães
Finalmente, em frente à ala Luís XII, ainda no
pátio interior, a construção da ala Gastão de Orleães foi entregue a François
Mansart, pai de Jules-Hardouin, no século XVII. É de estilo clássico.
O primeiro castelo
restaurado
Em 1845, Blois foi um dos primeiros monumentos
históricos a ser restaurado, servindo de modelo para o restauro de muitos
outros castelos.
O Castelo Real de Blois, considerado Museu de
França, possui mais de 30 000 obras, sendo parte das suas coleções exibidas nos
apartamentos reais da ala Francisco I, no Museu de Belas Artes situado na ala
Luís XII, mas também no âmbito de inúmeras exposições temporárias.
A não perder
Os apartamentos reais situados na ala Francisco I foram objeto de
restauro. Tinham sido reconstituídos por Félix Duban no século XIX segundo o
espírito romântico da época. O primeiro andar é o andar dos apartamentos da
rainha.
A Sala dos Capitães da Guarda da Rainha está ornamentada por duas
chaminés com decoração renascentista.
O chão em mosaico da Galeria da Rainha, criado por Félix Duban em
terracota vidrada, com base num modelo do século XV, foi restaurado no final do
século XX. Tem a forma de uma rede de formas geométricas azuis, brancas e
amarelas.
O Quarto da Rainha Maria de Médicis ou studiolo, onde painéis de madeira
dissimulam quatro armários com mecanismo secreto de abertura, que lhe valeu o
nome de "quarto dos segredos".
A Sala de Guise alberga uma coleção de quadros célebres que retratam as
personagens principais e os acontecimentos trágicos das Guerras de Religião.
O Quarto do Rei é o quarto onde, segundo reza a lenda, o Duque de Guise
morreu, atirando-se para os pés da cama do rei, depois de ser atingido por oito
espadachins. Como evocação ao rei, Duban enriqueceu propositadamente a
decoração da sala com ouro e incrustou flores-de-lis na alcova real.
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