Novas trovas
João Justiniano da
Fonseca
Extraído do livro
Cantigas de Fuga ao tédio
Teu seio são
dois poemas
de perfeição
infinita,
dois
diamante, duas gemas,
ouro de lei
em pepita.
Ao tocá-los
com o dedo,
têm um
frêmito supino
de que não
guardas segredo:
- São cordas
de violino.
Duas pérolas
divinas
para
enfeitar o teu colo,
sazonadas
tangerinas
para os
lábios de um Apolo.
Minha luz de
fantasia,
este
esperança, a ilusão,
só vão
findar-se no dia
que parar
meu coração.
As razões do
coração
são
perigosas razões
que põem
fora da razão
nossos
doídos corações.
Oh meu
desejo maior,
que eu
sonhei e não me veio...
Ter
inteirinhas, de cor
as pulsações
do teu seio.
O amor é
chama que acende
o pavio da
paixão.
Não há juízo
que apague
o fogo do
coração.
Ninguém me
diga que o sonho
não tem
nenhuma valia,
quando é
nele que disponho
as forças
todas do dia.
Toda poesia
é intimista,
expõe a alma
da gente.
Se não, não
será poesia,
será verso
simplesmente.
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