quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ELOGIO DOS TEUS SEIOS

 Novas trovas


João Justiniano da Fonseca
Extraído do livro Cantigas de Fuga ao tédio

Teu seio são dois poemas
de perfeição infinita,
dois diamante, duas gemas,
ouro de lei em pepita.

Ao tocá-los com o dedo,
têm um frêmito supino
de que não guardas segredo:
- São cordas de violino.


Duas pérolas divinas
para enfeitar o teu colo,
sazonadas tangerinas
para os lábios de um Apolo.

Minha luz de fantasia,
este esperança, a ilusão,
só vão findar-se no dia
que parar meu coração.

As razões do coração
são perigosas razões
que põem fora da razão
nossos doídos corações.

Oh meu desejo maior,
que eu sonhei e não me veio...
Ter inteirinhas, de cor
as pulsações do teu seio.

O amor é chama que acende
o pavio da paixão.
Não há juízo que apague
o fogo do coração.

Ninguém me diga que o sonho
não tem nenhuma valia,
quando é nele que disponho
as forças todas do dia.

Toda poesia é intimista,
expõe a alma da gente.
Se não, não será poesia,
será verso simplesmente.

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