Segunda Grande Guerra Mundial:
o mais famoso estrategista militar de todos os tempos
A raposa do deserto
Erwin Johannes Eugen Rommel (Heidenheim, 15 de
Novembro de 1891 – Herrlingen, 14 de
Outubro de 1944) (conhecido popularmente como A
Raposa do Deserto, Wüstenfuchs, ouvir) foi um marechal-de-campo do exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial.
Rommel ficou mundialmente famoso por
sua intervenção na África
do Norte entre 1941 e 1943, no comando do Afrika
Korps, um destacamento do exército alemão destinado
a auxiliar as forças italianas que então batiam em retirada frente ao exército britânico. Por
sua audácia e domínio das táticas de guerra com blindados, granjeou o apelido
de A Raposa do Deserto e entre os árabes como O Libertador .
Teve o início da
Segunda Guerra Mundial, entrando Rommel em ação no dia 4 de Setembro ao chegar
o trem do Führer, de codnome Amerika, vindo mais tarde o Heinrich,
trem de Himmler e o
dos jovens ministros do partido nazi, tendo Rommel organizado a segurança ao
redor da Estação.
Rommel
juntamente com Hitler na Polônia 1939.
O pensamento de
Rommel no princípio era de que Hitler estava
fazendo apenas uma visita breve ao fronte, mas permaneceu por lá mais três
semanas. Durante este tempo, Rommel visitava o fronte com frequência para
observar as táticas usadas nesse novo meio de guerra, a Blitzkrieg, onde as
tropas faziam um avanço rápido enquanto que recebiam suporte aéreo para abrir
caminho. No seu caminho ainda havia atiradores de elite poloneses escondidos
nas florestas e encontrava as ultrapassadas armas polonesas destruídas ao lado
da estrada.
Após a Invasão da Polônia, Rommel disse a Hitler que
gostaria de comandar uma divisão, sendo indicado para dirigir uma Divisão de
Montanha em Innsbruck ou Munique devido
a experiência de combate que tinha e pela fama que conquistou atuando nestas
unidades na Primeira Guerra Mundial. Mas Rommel não
ficou satisfeito e pediu a Hitler para comandar algo melhor, como uma Divisão
Panzer, pedido este recusado pelo chefe do Exército já que Rommel tinha
experiência somente como oficial de infantaria e não tinha conhecimento sobre
tanques, mas esta negação não foi acolhida por Adolf Hitler que
enviou um telegrama para Rommel no dia 6 de Fevereiro de 1940 para comparecer
no dia 10 em Bad Godesberg, no Rhine, ao chegar
recebeu o comando da 7ª Divisão Panzer.
A unidade de Rommel
estava equipada com os Panzer III e IV, com 20
toneladas, 320 cavalos de potência com um motor a gasolina e que atingia no
máximo os 25 km/h, mas a maioria de seus tanques eram
os Panzer 38(t), que fora originalmente projetado para o Exército
Checoslovaco, mas com a queda da mesma em 1939, a produção passou para os
alemães, que pesavam 9 toneladas e era mais rápido em relação aos Panzer, tendo
um total de 218 tanques na unidade, sendo metade destes de fabricação checa. A
divisão era formada principalmente pelo pessoal vindo da Turíngia.
A 7.ª Divisão Panzer, juntamente com a 5ª Divisão Panzer (5ª Divisão Panzergrenadier SS Wiking) ficaram sob
o comando do XV Corpo de Exército do General Hermann Hoth, estando
este sob comando do 4º Exército do General Günther Hans von Kluge que avançaria
sobre a Bélgica quando
fosse dada a ordem do Führer, criando
assim uma distração para as forças britânicas que se dirigiriam para a área com
a finalidade de conter o avanço alemão, enquanto que a verdadeira frente de
avanço seguiria a partir do Meuse, onde
conseguiriam cercar as tropas Aliadas.
A Divisão foi
movida do Rhine para a
fronteira com a Bélgica, começando
os ataques com a artilharia e o avanço blindado no dia 9 de Maio de 1940 na
área de Wahn. Recebeu às 13:45 a palavra chave "Dortmund", que
significava que o ataque pelo oeste iria iniciar às 5:45 do outro dia. Neste
dia se iniciou uma grande ofensiva aérea onde não era possível se escutar
nenhum disparo, somente as explosões dos belgas que derrubavam as suas pontes e
destruíam as estradas. Às vezes Rommel avançava em seu Panzer III especialmente
adaptado e outras avançava com o Panzer IV do Coronel Rothenburg,
e outras vezes ainda sobrevoava o campo de batalha com o planador de observação
Storch.
No dia 12 de Maio a
divisão chegou no rio Meuser, cruzando-o às 4:30 com botes de borracha, onde
sofreu muitas baixas, tendo cruzado na noite seguinte os seus tanques e armas
pesadas por uma ponte que havia construído sobre o rio passando após pela
floresta de Cerfontaine no
dia 16 de Maio tendo
na noite seguinte avançado 35 quilômetros, tendo como objetivo chegar até Avesnes. A essa
altura a 5ª Divisão Panzer , que estava avançando juntamente com a unidade de
Rommel, estava 30 quilômetros atrás, decidindo Rommel parar e esperar
impacientemente pela sua chegada até que então escutou o ronco de tanques que
se dirigiam para a sua posição e continuou o avanço imaginando que eram as
forças da 5ª Divisão Panzer.
Na verdade os sons
que Rommel ouviu foram de uma Unidade Blindada Pesada francesa que estava
atacando a sua unidade pela retaguarda, conseguindo destruir alguns tanques ao
alcança-la. Para responder ao ataque os Panzer IV de
Hanke recuaram e contra-atacaram a unidade sozinhos, sendo este comandante
recomendado por Rommel para receber a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro. Após
continuaram com a avanço e chegaram até a ponte de Landrecies sobre o Sambre,
tendo até este dia feito 3 500 prisioneiros.
Erwin
Rommel em um desfile em Paris no dia da vitória sobre a França (junho de 1940).
Nos próximos 10
quilômetros de avanço a unidade deixou para trás centenas de tanques e veículos
militares destruídos, muitos destes queimavam com soldados mortos e feridos em
seus interior. O número de franceses que se rendiam era cada vez maior.
Chegaram até o vilarejo de Pommereuil e entraram em formação no alto da colina
próxima do local e Rommel disse: A sua rota agora será Le Cateau, Arras, Amiens, Rouen e Le Havre…encham os
tanques, avante!.
Tomou a cidade
de Cambrai com
pequena oposição tendo neste dia, 19 de Maio, capturado 650 soldados inimigos e
outros 500 no dia seguinte. Foi neste dia, 20 de Maio, que Rommel enfrentou
pela primeira vez os soldados britânicos, que tentavam sair rapidamente do
Bolsão de Flanders no
dia 21, tendo a infantaria e as armas antitanques de Rommel passado a enfrentar
os blindados pesados Matilda Mark II, sendo o seu avanço parado devido a um
contra-ataque no setor de Arras.
O único meio
encontrado por Rommel para conter o avanço dos Matilda era utilizar os disparos
de Flak 88, tendo se
seguido uma batalha sangrenta. Durante o avanço foram atacados por atiradores
de elite Aliados que mataram muitos dos comandantes da 4ª e 7ª Companhia
antitanque, tendo Rommel conseguido escapar.
No dia 27 de Maio Rommel
recebeu o comando temporário de duas unidades da 5ª Divisão Panzer para
atacar Lille, ajuda
esta muito bem vinda, pois estes dois Regimentos estavam armados com os mais
modernos blindados da Wehrmacht. Ao sair
de uma reunião com os comandantes destas unidades, Rommel recebeu a notícia de
que receberia a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro, mas
estava determinado a dominar Lille primeiro,
tendo esta ação auxiliado o bloqueio da retirada de Dunquerque.
Foi iniciado uma
operação do Primeiro Exército Francês para tentar tomar Lille de
volta, tendo Rommel conseguido formar uma defesa eficiente, tendo aprisionado
um total de 6 849 soldados, capturou 48 tanques leves e destruiu 18 tanques
pesados e 295 tanques leves.
Impressionado com
as ações de Rommel, Hitler o
chamou de volta para Charleville, na área
de Ardenas no
dia 2 de Junho de 1940 para
discutir as ações dos últimos dias de combate na França,
anunciando nesta ocasião que uma nova ofensiva iria começar no dia 5 de Junho.
No dia 5 de Junho a
divisão de Rommel cruzou o Somme usando
duas pontes férreas que o inimigo não havia derrubado, encontrando a
resistência da artilharia que atacou durante muitas horas, seguido da
infantaria que era composta por sua maioria de soldados negros que vinham de
colônias francesas e nunca estiveram na França.
Chegou ao rio Sena onde
tentou cruzar pelas pontes de Elbeuf que
haviam sido derrubadas se dirigindo em seguida para Sotteville na
meia-noite do dia 8 de Junho, chegando
ao mar no dia10 de
Junho próximo de Dieppe, chegando
24 horas mais tarde em Saint-Valéry onde encontraram soldados britânicos e franceses que esperavam na praia para serem resgatados.
Rommel anunciou que as tropas na praia deveriam se render às 9:00. Os franceses
logo se renderam, mas os britânicos continuaram lutando, tendo Rommel ordenado
um ataque de artilharia e um bombardeio. No dia seguinte os equipamentos
estavam destruídos e restavam poucos soldados vivos, tendo o comandante do 9º
Corpo Francês se rendido a ele, seguido por mais 9 generais britânicos. O Major General Victor
Fortune, comandante da 51ª Divisão de Infantaria não gostou nenhum pouco do
fato de ter de se render a um general tão jovem.
No dia 16 de Junho, Rommel e
a sua unidade cruzaram uma ponte erguida pela Wehrmacht sobre
o rio Sena. No outro
dia Rommel ouviu pelo rádio que os franceses estavam pedindo a assinatura de um
armistício, tendo então sido ordenado por Hitler a tomar as praias até a divisa
com a Espanha,
percorrendo 160 km no dia 16 e outros 320 km no dia 17 de Junho,
tendo encontrado resistência somente no dia 18 de Junho em Cherbourg, mais importante
porto marítimo francês da época. Embora tenha encontrado resistência neste dia,
conseguiu avançar mais 350 km, sendo conhecida como a Divisão
Fantasma pela velocidade com que se movia sem ser barrada pelos
inimigos. Rommel encerrou a campanha na França com
um total de 97 000 prisioneiros tendo perdido somente 42 blindados.
Com o final da
vitoriosa campanha francesa a Alemanha passava
a se preparar para uma possível invasão da Inglaterra permanecendo a 7ª Divisão Panzer na França por todo o verão de 1940.
Enquanto isso,
Rommel foi convidado para participar do Filme Vitória no Oeste (título
em alemão: Siege im Westen) pelo Ministro da Propaganda Joseph Goebbels onde
foram encenadas as ações da Divisão Fantasma ao cruzar o Somme, sendo
utilizados prisioneiros de guerra franceses negros para fazer as cenas da
rendição de uma vila.
No dia 9 de
Setembro foi chamado para comparecer na Chancelaria de Hitler sendo condecorado
com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro com
Folhas de Carvalho. Retornou ao Canal da Mancha no
dia 14 de Setembro em Rouen, tendo
nesta data quase todos os seus veículos blindados e pesados embarcado, apenas
esperando a ordem de invasão, mas se passaram semanas e esta ordem não foi
dada, tendo decidido Hitler atacar em outro fronte. Foi novamente convocado
para comparecer em Berlim no
dia 6 de Fevereiro de 1941, onde
recebeu as instruções para o seu novo trabalho.
Benito Mussolini havia
declarado guerra contra a Inglaterra e
a França duas
semanas após as forças destas nações terem saído de Dunquerque em
Junho de 1940, tendo
convocado todos os soldados que a Itália tinha
na Líbia, sendo um
total de 220 000 soldados, para iniciar um combate contra os britânicos no
Egito e realizar a captura do Canal de Suez. Esta
ofensiva teve inicio no mês de setembro de 1940 sob comando do Marechal Rodolfo Graziani. A
ofensiva não avançou muito em território inimigo, chegando somente até Sidi
Barrani. Foi oferecido auxílio de Hitler que pretendia enviar para a área uma
de suas novas armas, as Divisões Panzer, que foram recusados, já que se
consideravam capazes de controlar a situação.
Mussolini continuou
a sua campanha invadindo o delta do Nilo e em
seguida a Albânia, o que
provocou o descontentamento de Hitler, já que tinha planos para a região e
convocou o General Wilhelm von Thomas para enviar uma força Panzer para
auxiliar os italianos, pois um possível fracasso poderia prejudicar muito as
estratégias alemãs.
Rommel foi nomeado
comandante do Afrika Korps e chegou ao Norte de África no
dia 12 de Fevereiro de 1941 enquanto
que as forças italianas estavam recuando através de Tripoli. No dia
seguinte fez um voo de reconhecimento com um Heinkel onde pôde ver as defesas
existentes ao redor do porto de Tripoli.
Após Rommel
sobrevoou o deserto de Sirte, vendo após a estrada construída pelo Marechal Balbo
que ia de Tripoli até a fronteira egípcia. Rommel se encontrou com os Generais
Gariboldi e o Chief of General Staff das forças italianas, Mario Roatta. Mais
tarde jantou com os generais num hotel de Tripoli, onde foi perguntado por um
dos presentes como havia ganhado a sua Pour le Mérite. Sem
pensar duas vezes respondeu: "Longarone".
Esta resposta não os agradou já que os italianos nunca aceitaram o fato de
perder esta batalha na Primeira Guerra Mundial, o que encerrou as
conversas entre eles naquela noite.
No dia 14 de Fevereiro de 1941 as
primeiras tropas de Rommel começaram a desembarcar, entre elas estavam o 3º
Batalhão de Reconhecimento e o 39.º Batalhão Antitanque, sendo desembarcados na
noite seguinte 6 000 toneladas de equipamentos, entre estes estavam: armas
pesadas, munição, veículos de transporte e veículos blindados. No dia seguinte
foi realizada uma parada militar assistida por Rommel e os generais italianos,
além de muitos curiosos italianos e árabes. Era
esperado por Rommel a chegada da 15ª Divisão Panzer e da 5ª Divisão Leve, sendo
realizado uma parada militar quando havia chegado esta última em Tripoli. Para
confundir as aeronaves de reconhecimento Aliadas, Rommel ordenou que fossem
construídos centenas de tanques com árvores e restos de carros, fazendo parecer
que a força alemã era bem maior.
Rommel no
Norte da África em 1943.
Havia muitos
soldados aliados em Tobruk e arredores, com um intenso movimento de navios que
chegavam e partiam diariamente, sendo assim, Rommel não sabia ao certo o que os
inimigos pretendiam, se os aliados estavam enviando reforços para a África ou
se as tropas estavam sendo evacuadas para outro fronte. Tentando conter uma
grande ofensiva alemã, os britânicos enviaram para Tobruk as
suas melhores unidades.
Os primeiros
combates entre as forças da Afrika Korps e as
forças britânicas iniciaram no dia 24 de Fevereiro em El Agheila e no dia 31 de
Março foi realizado um ataque contra as forças britânicas em Mersa Brega, onde
Erwin Rommel mais uma vez utilizou as táticas da Blitzkrieg. O avanço
alemão continuou, passando por Tripolitania, Cirenaica e Benghazi,
capturando em seguida Bardia e Salum no
dia 15 de
Abril, conseguindo as suas forças chegar até a fronteira com o Egito, forçando
os britânicos a recuarem até os arredores de Tobruk.1
Tomar Tobruk era
de vital importância para a continuação da campanha na África pois
era o melhor porto de todo o Norte da África, podendo
facilitar a logística para o Afrika Korps e
para chegar até o Egito teriam de acabar com a resistência Aliada que estava
neste porto, pois poderiam facilmente atacar as tropas que levariam suprimentos
para o fronte.
Rommel se aproximou
de Tobruk e iniciou o ataque no dia 11 de Abril tendo o avanço iniciado às 4:45
com o 8º Batalhão de Metralhadoras pelo sul enquanto que mais de 20 avançaram
pela direita. O avanço dos blindados não durou muito pois havia uma barreira antitanques
que impossibilitava a passagem No dia seguinte Rommel decidiu retomar a
ofensiva utilizando uma tempestade de areia como cobertura. Pouco antes do
ataque a tempestade parou, mas o ataque se iniciou mesmo assim.
A batalha durou até
o domingo, dia 13 de abril, quando iniciou um ataque de artilharia seguido após
pelas tropas batalhão que tinham como objetivo estabelecer uma cabeça-de-ponte
que possibilitaria a chegada das tropas. Mas o ataque não deu certo pois eram
500 soldados alemães com 20 blindados contra os 34 000 defensores do Exército
Britânico. Ao sair de lá na noite seguinte as tropas de Rommel contavam com
apenas 116 soldados, sendo o resto feito prisioneiro ou morrido durante os
combates. Rommel pensou em realizar um novo ataque, mas decidiu permanecer na
defesa até o final do mês.
Rommel x
Montgomery
O novo ataque
ocorreu no dia 30 de Abril quando Rommel se dirigiu para a linha de frente onde
observou a tomada da Colina 209 na noite do mesmo dia,
conseguindo o controle da colina às 9:00 da manhã do dia seguinte. Mas neste
dia a 15ª Divisão Panzer, comandada por Hans-Karl Freiherr von Esebeck, sofreu
grandes baixas contra as tropas aliadas, tendo as perdas em algumas unidades
chegado a 50%. As baixas do lado alemão chegado a 1 200 soldados, entres estes
estavam os mortos, feridos ou desaparecidos em ação.
Mesmo não tendo
conseguido tomar Tobruk, a linha
de frente alemã avançou mais 700 milhas em território inimigo, estando a esta
altura a 1 110 milhas de distância de Tripoli, de onde vinham os seus
suprimentos, que nesta época eram de 24 000 toneladas por mês, sendo necessários
mais 20 000 toneladas para continuar com o avanço.
Durante este tempo
em que esteve lutando em Tobruk, a outra parte da Afrika Korps havia
capturado a passagem de Halfaya. Este fronte era muito importante para Rommel,
pois era nesta passagem e em Sollum onde os tanques podiam facilmente alcançar
o deserto e chegar até à Líbia,
deixando-o vulnerável a um ataque britânico vindo do Egito.
Foram realizadas
duas ofensivas aliadas (Operação Brevity e Operação Battleaxe) para tentar
romper o Cerco de Tobruk mas ambas falharam, sendo que para a Operação Battleaxe foram enviados 238 novos tanques para
auxiliar os aliados, tendo a batalha iniciado no dia 14 de Junho. Os aliados
atacavam com os tanques pesados Matilda que tinham uma
blindagem elevada sendo necessário o uso dos Flak 88 para
destruí-los, tendo, ao final do dia 15, sido destruídos 11 dos 12 Matilda no
alto do planalto e outros quatro haviam sido destruídos em minas pela costa,
sendo destruídos ainda um total de outros 60 tanques.
Foi realizado no
dia 16 um contra-ataque que tomou de volta o Forte Capuzzo que os
britânicos haviam capturado na noite passada. Mas este contra-ataque não durou
muito, sobrando apenas 35 de seus 80 tanques. Enquanto isso a 5.ª Divisão Leve
estava enfrentado uma grande ofensiva aliada em Sidi Omar. Numa das mensagens
interceptadas dos aliados, o comandante da 7ª Brigada Blindada diz: A
situação é desesperadora e pede reforços de Cairo para
continuar com os combates, assim Rommel iniciou uma grande ofensiva contra os
aliados. Nestes poucos dias as unidades sob comando de Rommel destruíram um
total de 180 a 200 blindados inimigos, enquanto que as forças de Rommel
perderam apenas 12.
Estas suas vitórias
na África voltaram a atenção da mídia alemã para Rommel que passou a ser visto
como um herói, tendo o Oberkommando der Wehrmacht decidido
criar um Panzergruppe Rommel onde iria comandar o Afrika Korps e o
21º Corpo de Infantaria Italiano, mas depois foi nomeado oficialmente
como Panzergruppe Afrika.
Mais tarde, passada
meia hora da meia noite de 17-18 de novembro de 1941 ocorreu um ataque ao QG
do Panzergruppe Afrika com a
intenção de matar Rommel, terminando com a morte dos invasores, como o Major
Keyes que foi morto acidentalmente por um de seus homens e morreram ainda dois
oficiais e dois soldados alemães. Todos estes mortos, inclusive o Major
Geoffrey Keyes, foram enterrados com honras militares dias mais tarde.
Esta ação era o
inicio de uma grande ofensiva aliada que já havia sido detectada na metade de
Outubro, quando se percebeu a grande movimentação de tropas no Egito. Esta
ofensiva iniciou no dia 18 de Novembro, quando os britânicos atacaram o flanco
sul. Estas eram tropas do 8º Exército Britânico que tinham como objetivo:
destruir as forças alemãs-italianas, libertar Tobruk e avançar para ocupar a
Tripolitania. Pelo deserto avançou o XXX Corpo Britânico em direção a Tobruk.
A vantagem
britânica era bem evidente, contava com 724 tanques e 1 100 aeronaves enquanto
que Rommel tinha a disposição 414 blindados, dos quais 154 eram italianos e 50
estavam em manutenção e tinha 120 aeronaves alemãs e em torno de 200 italianas
a disposição. Por estas ações, Rommel decidiu não continuar com o ataque
a Tobruk e
concentrou as atenções na parte norte, onde as forças britânicas avançaram por
Gabr Saleh. Esta ofensiva forçou Rommel a recuar pela primeira vez na vida.
Com sua brilhante intervenção naquele teatro de operações, não obstante as enormes dificuldades logísticas que enfrentou, foi capaz de desequilibrar o combate a favor das forças do Eixo, por pouco não conseguindo uma vitória decisiva sobre as forças britânicas.
Durante o período
de comando no Norte da África, tornou-se mundialmente conhecido como "A
Raposa do Deserto" devido à sua reconhecida astúcia como líder militar.
Mesmo com todo o
empenho de Rommel, as forças do Eixo na África acabaram sendo derrotadas,
principalmente por falta de apoio logístico e de ênfase do Alto Comando Alemão
do que por incompetência. Rommel retira-se para a Itália e
trabalhou no comando da organização das linhas de resistência contra as tropas
aliadas que haviam invadido o país.
Rommel em
Dezembro de 1943.
Em novembro
de 1943, Rommel
foi escolhido para supervisionar as defesas das áreas costeiras ocupadas
da Dinamarca, Países Baixos, Bélgica e França contra
possíveis desembarques aliados, devendo-se a ele grande parte das melhorias que
se verificaram posteriormente nessas defesas.
Em Janeiro de 1944,
é designado como comandante do Grupo de Exércitos B, estacionado na França ocupada,
cobrindo a região que se estendia de Ostende ao rio Loire. Neste
comando, Rommel passou ativamente a implementar melhorias naquilo que os
alemães chamavam de Muralha do Atlântico, que consistia numa rede de casamatas, áreas
minadas e obstáculos posicionados na região litorânea de forma a impedir uma
possível e esperada invasão do continente europeu por parte das forças aliadas. É de se
ressaltar que Rommel, ao contrário de outros comandantes alemães, acreditava
que os possíveis desembarques aliados ocorressem na região da Normandia, o que de
fato ocorreu no Dia D. Em 6 de junho de 1944, dia do
desembarque aliado, Rommel não se encontrava no local pois havia retornado para
casa a fim de comemorar o aniversário de sua esposa. Ao saber da invasão
aliada, Rommel voltou imediatamente para França. Porém, já era tarde, e os
Aliados tinham estabelecido além de uma forte cabeça de ponte, uma grande
superioridade aérea.
Em 17 de Julho de 1944, 41 dias
após o início dos desembarques aliados lançados no Dia D, Rommel
foi gravemente ferido por um caça Spitfire canadense
e permaneceu hospitalizado por vários dias. Nesse período, Claus von Stauffenberg executou
o atentado de 20 de julho de 1944 contra
Hitler, que escapou por pouco, com ferimentos leves (a mesa da conferência
acabou por lhe servir de escudo). Sem nunca ter feito parte do partido nazista, Rommel
tornara-se cada vez mais crítico ao governo do Führer.
Funeral de
Rommel.
Implicado no
atentado por suas ligações com os oficiais conspiradores membros da resistência alemã, Rommel, ainda em recuperação médica, recebe em
sua casa a visita de dois oficiais generais em 14 de Outubro de 1944.
Devido ao seu
prestígio nacional, estes oficiais, leais a Hitler, trazem os termos do Führer a
Rommel: ir a Berlim, passar
por um julgamento popular e inevitavelmente ser condenado à morte, condenando
também sua família a ser confinada em um campo de concentração ou, sozinho,
acompanhar os dois oficiais e ingerir veneno para suicidar-se, opção esta que
garantiria a integridade de seus familiares. Rommel sem dúvida escolhe a
segunda alternativa, despede-se da família e acompanha os dois oficiais
embarcando em seu automóvel.
Às 13:25 os
Generais Burgdorf e Maisel, fizeram a entrega do cadáver de Rommel ao Hospital
de Ulm. O médico-chefe, que se dispunha a proceder a autópsia, foi prontamente interrompido
por Burgdorf que lhe disse: "Não toque no corpo. Em Berlim já se tomaram
todas as providências." Talvez jamais se venha a saber o que exatamente se
passou no caminho de Ulm. Burgdorf pereceu com Hitler, no subterrâneo da
chancelaria do Reich. Maisel, que ao final da guerra foi condenado juntamente
com o motorista da SS, afirmam terem recebido ordens de abandonar o carro por
alguns momentos, quando retornaram encontraram Rommel agonizando.
Seu funeral foi
celebrado em 18 de Outubro de 1944 com as mais altas honrarias militares
do III Reich e,
oficialmente sua "causa mortis" foi anunciada como
efeito dos ferimentos que recebera meses antes.
Seus restos
mortais, depois de cremados foram sepultados em Herrlingen, Alemanha, no
cemitério próximo de sua casa. Sua família não foi perseguida após sua morte.
Um dos seus filhos chegou ao cargo de presidente da câmara (Bürgermeister)
da cidade de Stuttgart.
Muitas lendas foram
criadas a partir do mito Rommel, porém nunca questionado do ponto de vista
militar e da conduta no campo de batalha. Histórias como "fazer um
Rommel", que para os soldados do 8º Exército Britânico, significava fazer
algo de forma impecável. Sua astúcia e faculdade de improvisação granjearam-lhe
o apelido de Raposa do Deserto. Certa vez encontrando-se sob violenta pressão
Britânica, o general conseguiu inverter a situação dando-lhes impressão de
comandar grandes destacamentos. Sabia que a RAF fotografava diariamente as
linhas alemãs, então, ordenou que todos os veículos fossem movimentados a
noite, crivando o solo do deserto com milhares de sulcos, e projetando a
movimentação de um grande destacamento de blindados. Diante disto os ingleses
bateram em retirada.
Fonte: Wikipédia
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