quarta-feira, 10 de setembro de 2014

MARECHAL ERWIN JOHANNES EUGEN ROMMEL

Segunda Grande Guerra Mundial: o mais famoso estrategista militar de todos os tempos

 A raposa do deserto


Erwin Johannes Eugen Rommel (Heidenheim, 15 de Novembro de 1891  Herrlingen, 14 de Outubro de 1944) (conhecido popularmente como A Raposa do Deserto, Wüstenfuchs,  ouvir) foi um marechal-de-campo do exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial.
Rommel ficou mundialmente famoso por sua intervenção na África do Norte entre 1941 e 1943, no comando do Afrika Korps, um destacamento do exército alemão destinado a auxiliar as forças italianas que então batiam em retirada frente ao exército britânico. Por sua audácia e domínio das táticas de guerra com blindados, granjeou o apelido de A Raposa do Deserto e entre os árabes como O Libertador .
Teve o início da Segunda Guerra Mundial, entrando Rommel em ação no dia 4 de Setembro ao chegar o trem do Führer, de codnome Amerika, vindo mais tarde o Heinrich, trem de Himmler e o dos jovens ministros do partido nazi, tendo Rommel organizado a segurança ao redor da Estação.



Rommel juntamente com Hitler na Polônia 1939.

O pensamento de Rommel no princípio era de que Hitler estava fazendo apenas uma visita breve ao fronte, mas permaneceu por lá mais três semanas. Durante este tempo, Rommel visitava o fronte com frequência para observar as táticas usadas nesse novo meio de guerra, a Blitzkrieg, onde as tropas faziam um avanço rápido enquanto que recebiam suporte aéreo para abrir caminho. No seu caminho ainda havia atiradores de elite poloneses escondidos nas florestas e encontrava as ultrapassadas armas polonesas destruídas ao lado da estrada.
Após a Invasão da Polônia, Rommel disse a Hitler que gostaria de comandar uma divisão, sendo indicado para dirigir uma Divisão de Montanha em Innsbruck ou Munique devido a experiência de combate que tinha e pela fama que conquistou atuando nestas unidades na Primeira Guerra Mundial. Mas Rommel não ficou satisfeito e pediu a Hitler para comandar algo melhor, como uma Divisão Panzer, pedido este recusado pelo chefe do Exército já que Rommel tinha experiência somente como oficial de infantaria e não tinha conhecimento sobre tanques, mas esta negação não foi acolhida por Adolf Hitler que enviou um telegrama para Rommel no dia 6 de Fevereiro de 1940 para comparecer no dia 10 em Bad Godesberg, no Rhine, ao chegar recebeu o comando da 7ª Divisão Panzer.


A unidade de Rommel estava equipada com os Panzer III e IV, com 20 toneladas, 320 cavalos de potência com um motor a gasolina e que atingia no máximo os 25 km/h, mas a maioria de seus tanques eram os Panzer 38(t), que fora originalmente projetado para o Exército Checoslovaco, mas com a queda da mesma em 1939, a produção passou para os alemães, que pesavam 9 toneladas e era mais rápido em relação aos Panzer, tendo um total de 218 tanques na unidade, sendo metade destes de fabricação checa. A divisão era formada principalmente pelo pessoal vindo da Turíngia.
7.ª Divisão Panzer, juntamente com a 5ª Divisão Panzer (5ª Divisão Panzergrenadier SS Wiking) ficaram sob o comando do XV Corpo de Exército do General Hermann Hoth, estando este sob comando do 4º Exército do General Günther Hans von Kluge que avançaria sobre a Bélgica quando fosse dada a ordem do Führer, criando assim uma distração para as forças britânicas que se dirigiriam para a área com a finalidade de conter o avanço alemão, enquanto que a verdadeira frente de avanço seguiria a partir do Meuse, onde conseguiriam cercar as tropas Aliadas.
A Divisão foi movida do Rhine para a fronteira com a Bélgica, começando os ataques com a artilharia e o avanço blindado no dia 9 de Maio de 1940 na área de Wahn. Recebeu às 13:45 a palavra chave "Dortmund", que significava que o ataque pelo oeste iria iniciar às 5:45 do outro dia. Neste dia se iniciou uma grande ofensiva aérea onde não era possível se escutar nenhum disparo, somente as explosões dos belgas que derrubavam as suas pontes e destruíam as estradas. Às vezes Rommel avançava em seu Panzer III especialmente adaptado e outras avançava com o Panzer IV do Coronel Rothenburg, e outras vezes ainda sobrevoava o campo de batalha com o planador de observação Storch.


No dia 12 de Maio a divisão chegou no rio Meuser, cruzando-o às 4:30 com botes de borracha, onde sofreu muitas baixas, tendo cruzado na noite seguinte os seus tanques e armas pesadas por uma ponte que havia construído sobre o rio passando após pela floresta de Cerfontaine no dia 16 de Maio tendo na noite seguinte avançado 35 quilômetros, tendo como objetivo chegar até Avesnes. A essa altura a 5ª Divisão Panzer , que estava avançando juntamente com a unidade de Rommel, estava 30 quilômetros atrás, decidindo Rommel parar e esperar impacientemente pela sua chegada até que então escutou o ronco de tanques que se dirigiam para a sua posição e continuou o avanço imaginando que eram as forças da 5ª Divisão Panzer.
Na verdade os sons que Rommel ouviu foram de uma Unidade Blindada Pesada francesa que estava atacando a sua unidade pela retaguarda, conseguindo destruir alguns tanques ao alcança-la. Para responder ao ataque os Panzer IV de Hanke recuaram e contra-atacaram a unidade sozinhos, sendo este comandante recomendado por Rommel para receber a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro. Após continuaram com a avanço e chegaram até a ponte de Landrecies sobre o Sambre, tendo até este dia feito 3 500 prisioneiros.

Erwin Rommel em um desfile em Paris no dia da vitória sobre a França (junho de 1940).

Nos próximos 10 quilômetros de avanço a unidade deixou para trás centenas de tanques e veículos militares destruídos, muitos destes queimavam com soldados mortos e feridos em seus interior. O número de franceses que se rendiam era cada vez maior. Chegaram até o vilarejo de Pommereuil e entraram em formação no alto da colina próxima do local e Rommel disse: A sua rota agora será Le Cateau, ArrasAmiensRouen e Le Havre…encham os tanques, avante!.
Tomou a cidade de Cambrai com pequena oposição tendo neste dia, 19 de Maio, capturado 650 soldados inimigos e outros 500 no dia seguinte. Foi neste dia, 20 de Maio, que Rommel enfrentou pela primeira vez os soldados britânicos, que tentavam sair rapidamente do Bolsão de Flanders no dia 21, tendo a infantaria e as armas antitanques de Rommel passado a enfrentar os blindados pesados Matilda Mark II, sendo o seu avanço parado devido a um contra-ataque no setor de Arras.


O único meio encontrado por Rommel para conter o avanço dos Matilda era utilizar os disparos de Flak 88, tendo se seguido uma batalha sangrenta. Durante o avanço foram atacados por atiradores de elite Aliados que mataram muitos dos comandantes da 4ª e 7ª Companhia antitanque, tendo Rommel conseguido escapar.
No dia 27 de Maio Rommel recebeu o comando temporário de duas unidades da 5ª Divisão Panzer para atacar Lille, ajuda esta muito bem vinda, pois estes dois Regimentos estavam armados com os mais modernos blindados da Wehrmacht. Ao sair de uma reunião com os comandantes destas unidades, Rommel recebeu a notícia de que receberia a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro, mas estava determinado a dominar Lille primeiro, tendo esta ação auxiliado o bloqueio da retirada de Dunquerque.


Foi iniciado uma operação do Primeiro Exército Francês para tentar tomar Lille de volta, tendo Rommel conseguido formar uma defesa eficiente, tendo aprisionado um total de 6 849 soldados, capturou 48 tanques leves e destruiu 18 tanques pesados e 295 tanques leves.
Impressionado com as ações de Rommel, Hitler o chamou de volta para Charleville, na área de Ardenas no dia 2 de Junho de 1940 para discutir as ações dos últimos dias de combate na França, anunciando nesta ocasião que uma nova ofensiva iria começar no dia 5 de Junho.
No dia 5 de Junho a divisão de Rommel cruzou o Somme usando duas pontes férreas que o inimigo não havia derrubado, encontrando a resistência da artilharia que atacou durante muitas horas, seguido da infantaria que era composta por sua maioria de soldados negros que vinham de colônias francesas e nunca estiveram na França.
Chegou ao rio Sena onde tentou cruzar pelas pontes de Elbeuf que haviam sido derrubadas se dirigindo em seguida para Sotteville na meia-noite do dia 8 de Junho, chegando ao mar no dia10 de Junho próximo de Dieppe, chegando 24 horas mais tarde em Saint-Valéry onde encontraram soldados britânicos e franceses que esperavam na praia para serem resgatados. Rommel anunciou que as tropas na praia deveriam se render às 9:00. Os franceses logo se renderam, mas os britânicos continuaram lutando, tendo Rommel ordenado um ataque de artilharia e um bombardeio. No dia seguinte os equipamentos estavam destruídos e restavam poucos soldados vivos, tendo o comandante do 9º Corpo Francês se rendido a ele, seguido por mais 9 generais britânicos. O Major General Victor Fortune, comandante da 51ª Divisão de Infantaria não gostou nenhum pouco do fato de ter de se render a um general tão jovem.


No dia 16 de Junho, Rommel e a sua unidade cruzaram uma ponte erguida pela Wehrmacht sobre o rio Sena. No outro dia Rommel ouviu pelo rádio que os franceses estavam pedindo a assinatura de um armistício, tendo então sido ordenado por Hitler a tomar as praias até a divisa com a Espanha, percorrendo 160 km no dia 16 e outros 320 km no dia 17 de Junho, tendo encontrado resistência somente no dia 18 de Junho em Cherbourg, mais importante porto marítimo francês da época. Embora tenha encontrado resistência neste dia, conseguiu avançar mais 350 km, sendo conhecida como a Divisão Fantasma pela velocidade com que se movia sem ser barrada pelos inimigos. Rommel encerrou a campanha na França com um total de 97 000 prisioneiros tendo perdido somente 42 blindados.
Com o final da vitoriosa campanha francesa a Alemanha passava a se preparar para uma possível invasão da Inglaterra permanecendo a 7ª Divisão Panzer na França por todo o verão de 1940.
Enquanto isso, Rommel foi convidado para participar do Filme Vitória no Oeste (título em alemão: Siege im Westen) pelo Ministro da Propaganda Joseph Goebbels onde foram encenadas as ações da Divisão Fantasma ao cruzar o Somme, sendo utilizados prisioneiros de guerra franceses negros para fazer as cenas da rendição de uma vila.
No dia 9 de Setembro foi chamado para comparecer na Chancelaria de Hitler sendo condecorado com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro com Folhas de Carvalho. Retornou ao Canal da Mancha no dia 14 de Setembro em Rouen, tendo nesta data quase todos os seus veículos blindados e pesados embarcado, apenas esperando a ordem de invasão, mas se passaram semanas e esta ordem não foi dada, tendo decidido Hitler atacar em outro fronte. Foi novamente convocado para comparecer em Berlim no dia 6 de Fevereiro de 1941, onde recebeu as instruções para o seu novo trabalho.

Rommell (esq.) e seus oficiais no deserto da África do Norte.

Benito Mussolini havia declarado guerra contra a Inglaterra e a França duas semanas após as forças destas nações terem saído de Dunquerque em Junho de 1940, tendo convocado todos os soldados que a Itália tinha na Líbia, sendo um total de 220 000 soldados, para iniciar um combate contra os britânicos no Egito e realizar a captura do Canal de Suez. Esta ofensiva teve inicio no mês de setembro de 1940 sob comando do Marechal Rodolfo Graziani. A ofensiva não avançou muito em território inimigo, chegando somente até Sidi Barrani. Foi oferecido auxílio de Hitler que pretendia enviar para a área uma de suas novas armas, as Divisões Panzer, que foram recusados, já que se consideravam capazes de controlar a situação.
Mussolini continuou a sua campanha invadindo o delta do Nilo e em seguida a Albânia, o que provocou o descontentamento de Hitler, já que tinha planos para a região e convocou o General Wilhelm von Thomas para enviar uma força Panzer para auxiliar os italianos, pois um possível fracasso poderia prejudicar muito as estratégias alemãs.
Rommel foi nomeado comandante do Afrika Korps e chegou ao Norte de África no dia 12 de Fevereiro de 1941 enquanto que as forças italianas estavam recuando através de Tripoli. No dia seguinte fez um voo de reconhecimento com um Heinkel onde pôde ver as defesas existentes ao redor do porto de Tripoli.
Após Rommel sobrevoou o deserto de Sirte, vendo após a estrada construída pelo Marechal Balbo que ia de Tripoli até a fronteira egípcia. Rommel se encontrou com os Generais Gariboldi e o Chief of General Staff das forças italianas, Mario Roatta. Mais tarde jantou com os generais num hotel de Tripoli, onde foi perguntado por um dos presentes como havia ganhado a sua Pour le Mérite. Sem pensar duas vezes respondeu: "Longarone". Esta resposta não os agradou já que os italianos nunca aceitaram o fato de perder esta batalha na Primeira Guerra Mundial, o que encerrou as conversas entre eles naquela noite.
No dia 14 de Fevereiro de 1941 as primeiras tropas de Rommel começaram a desembarcar, entre elas estavam o 3º Batalhão de Reconhecimento e o 39.º Batalhão Antitanque, sendo desembarcados na noite seguinte 6 000 toneladas de equipamentos, entre estes estavam: armas pesadas, munição, veículos de transporte e veículos blindados. No dia seguinte foi realizada uma parada militar assistida por Rommel e os generais italianos, além de muitos curiosos italianos e árabes. Era esperado por Rommel a chegada da 15ª Divisão Panzer e da 5ª Divisão Leve, sendo realizado uma parada militar quando havia chegado esta última em Tripoli. Para confundir as aeronaves de reconhecimento Aliadas, Rommel ordenou que fossem construídos centenas de tanques com árvores e restos de carros, fazendo parecer que a força alemã era bem maior.

Rommel no Norte da África em 1943.

Havia muitos soldados aliados em Tobruk e arredores, com um intenso movimento de navios que chegavam e partiam diariamente, sendo assim, Rommel não sabia ao certo o que os inimigos pretendiam, se os aliados estavam enviando reforços para a África ou se as tropas estavam sendo evacuadas para outro fronte. Tentando conter uma grande ofensiva alemã, os britânicos enviaram para Tobruk as suas melhores unidades.
Os primeiros combates entre as forças da Afrika Korps e as forças britânicas iniciaram no dia 24 de Fevereiro em El Agheila e no dia 31 de Março foi realizado um ataque contra as forças britânicas em Mersa Brega, onde Erwin Rommel mais uma vez utilizou as táticas da Blitzkrieg. O avanço alemão continuou, passando por Tripolitania, Cirenaica e Benghazi, capturando em seguida Bardia e Salum no dia 15 de Abril, conseguindo as suas forças chegar até a fronteira com o Egito, forçando os britânicos a recuarem até os arredores de Tobruk.1
Tomar Tobruk era de vital importância para a continuação da campanha na África pois era o melhor porto de todo o Norte da África, podendo facilitar a logística para o Afrika Korps e para chegar até o Egito teriam de acabar com a resistência Aliada que estava neste porto, pois poderiam facilmente atacar as tropas que levariam suprimentos para o fronte.
Rommel se aproximou de Tobruk e iniciou o ataque no dia 11 de Abril tendo o avanço iniciado às 4:45 com o 8º Batalhão de Metralhadoras pelo sul enquanto que mais de 20 avançaram pela direita. O avanço dos blindados não durou muito pois havia uma barreira antitanques que impossibilitava a passagem No dia seguinte Rommel decidiu retomar a ofensiva utilizando uma tempestade de areia como cobertura. Pouco antes do ataque a tempestade parou, mas o ataque se iniciou mesmo assim.
A batalha durou até o domingo, dia 13 de abril, quando iniciou um ataque de artilharia seguido após pelas tropas batalhão que tinham como objetivo estabelecer uma cabeça-de-ponte que possibilitaria a chegada das tropas. Mas o ataque não deu certo pois eram 500 soldados alemães com 20 blindados contra os 34 000 defensores do Exército Britânico. Ao sair de lá na noite seguinte as tropas de Rommel contavam com apenas 116 soldados, sendo o resto feito prisioneiro ou morrido durante os combates. Rommel pensou em realizar um novo ataque, mas decidiu permanecer na defesa até o final do mês.


Rommel x Montgomery
O novo ataque ocorreu no dia 30 de Abril quando Rommel se dirigiu para a linha de frente onde observou a tomada da Colina 209 na noite do mesmo dia, conseguindo o controle da colina às 9:00 da manhã do dia seguinte. Mas neste dia a 15ª Divisão Panzer, comandada por Hans-Karl Freiherr von Esebeck, sofreu grandes baixas contra as tropas aliadas, tendo as perdas em algumas unidades chegado a 50%. As baixas do lado alemão chegado a 1 200 soldados, entres estes estavam os mortos, feridos ou desaparecidos em ação.
Mesmo não tendo conseguido tomar Tobruk, a linha de frente alemã avançou mais 700 milhas em território inimigo, estando a esta altura a 1 110 milhas de distância de Tripoli, de onde vinham os seus suprimentos, que nesta época eram de 24 000 toneladas por mês, sendo necessários mais 20 000 toneladas para continuar com o avanço.
Durante este tempo em que esteve lutando em Tobruk, a outra parte da Afrika Korps havia capturado a passagem de Halfaya. Este fronte era muito importante para Rommel, pois era nesta passagem e em Sollum onde os tanques podiam facilmente alcançar o deserto e chegar até à Líbia, deixando-o vulnerável a um ataque britânico vindo do Egito.
Foram realizadas duas ofensivas aliadas (Operação Brevity e Operação Battleaxe) para tentar romper o Cerco de Tobruk mas ambas falharam, sendo que para a Operação Battleaxe foram enviados 238 novos tanques para auxiliar os aliados, tendo a batalha iniciado no dia 14 de Junho. Os aliados atacavam com os tanques pesados Matilda que tinham uma blindagem elevada sendo necessário o uso dos Flak 88 para destruí-los, tendo, ao final do dia 15, sido destruídos 11 dos 12 Matilda no alto do planalto e outros quatro haviam sido destruídos em minas pela costa, sendo destruídos ainda um total de outros 60 tanques.


Foi realizado no dia 16 um contra-ataque que tomou de volta o Forte Capuzzo que os britânicos haviam capturado na noite passada. Mas este contra-ataque não durou muito, sobrando apenas 35 de seus 80 tanques. Enquanto isso a 5.ª Divisão Leve estava enfrentado uma grande ofensiva aliada em Sidi Omar. Numa das mensagens interceptadas dos aliados, o comandante da 7ª Brigada Blindada diz: A situação é desesperadora e pede reforços de Cairo para continuar com os combates, assim Rommel iniciou uma grande ofensiva contra os aliados. Nestes poucos dias as unidades sob comando de Rommel destruíram um total de 180 a 200 blindados inimigos, enquanto que as forças de Rommel perderam apenas 12.
Estas suas vitórias na África voltaram a atenção da mídia alemã para Rommel que passou a ser visto como um herói, tendo o Oberkommando der Wehrmacht decidido criar um Panzergruppe Rommel onde iria comandar o Afrika Korps e o 21º Corpo de Infantaria Italiano, mas depois foi nomeado oficialmente como Panzergruppe Afrika.
Mais tarde, passada meia hora da meia noite de 17-18 de novembro de 1941 ocorreu um ataque ao QG do Panzergruppe Afrika com a intenção de matar Rommel, terminando com a morte dos invasores, como o Major Keyes que foi morto acidentalmente por um de seus homens e morreram ainda dois oficiais e dois soldados alemães. Todos estes mortos, inclusive o Major Geoffrey Keyes, foram enterrados com honras militares dias mais tarde.
Esta ação era o inicio de uma grande ofensiva aliada que já havia sido detectada na metade de Outubro, quando se percebeu a grande movimentação de tropas no Egito. Esta ofensiva iniciou no dia 18 de Novembro, quando os britânicos atacaram o flanco sul. Estas eram tropas do 8º Exército Britânico que tinham como objetivo: destruir as forças alemãs-italianas, libertar Tobruk e avançar para ocupar a Tripolitania. Pelo deserto avançou o XXX Corpo Britânico em direção a Tobruk.
A vantagem britânica era bem evidente, contava com 724 tanques e 1 100 aeronaves enquanto que Rommel tinha a disposição 414 blindados, dos quais 154 eram italianos e 50 estavam em manutenção e tinha 120 aeronaves alemãs e em torno de 200 italianas a disposição. Por estas ações, Rommel decidiu não continuar com o ataque a Tobruk e concentrou as atenções na parte norte, onde as forças britânicas avançaram por Gabr Saleh. Esta ofensiva forçou Rommel a recuar pela primeira vez na vida.


Com sua brilhante intervenção naquele teatro de operações, não obstante as enormes dificuldades 
logísticas que enfrentou, foi capaz de desequilibrar o combate a favor das forças do Eixo, por pouco não conseguindo uma vitória decisiva sobre as forças britânicas.
Durante o período de comando no Norte da África, tornou-se mundialmente conhecido como "A Raposa do Deserto" devido à sua reconhecida astúcia como líder militar.
Mesmo com todo o empenho de Rommel, as forças do Eixo na África acabaram sendo derrotadas, principalmente por falta de apoio logístico e de ênfase do Alto Comando Alemão do que por incompetência. Rommel retira-se para a Itália e trabalhou no comando da organização das linhas de resistência contra as tropas aliadas que haviam invadido o país.

Rommel em Dezembro de 1943.

Em novembro de 1943, Rommel foi escolhido para supervisionar as defesas das áreas costeiras ocupadas da DinamarcaPaíses BaixosBélgica e França contra possíveis desembarques aliados, devendo-se a ele grande parte das melhorias que se verificaram posteriormente nessas defesas.
Em Janeiro de 1944, é designado como comandante do Grupo de Exércitos B, estacionado na França ocupada, cobrindo a região que se estendia de Ostende ao rio Loire. Neste comando, Rommel passou ativamente a implementar melhorias naquilo que os alemães chamavam de Muralha do Atlântico, que consistia numa rede de casamatas, áreas minadas e obstáculos posicionados na região litorânea de forma a impedir uma possível e esperada invasão do continente europeu por parte das forças aliadas. É de se ressaltar que Rommel, ao contrário de outros comandantes alemães, acreditava que os possíveis desembarques aliados ocorressem na região da Normandia, o que de fato ocorreu no Dia D. Em 6 de junho de 1944, dia do desembarque aliado, Rommel não se encontrava no local pois havia retornado para casa a fim de comemorar o aniversário de sua esposa. Ao saber da invasão aliada, Rommel voltou imediatamente para França. Porém, já era tarde, e os Aliados tinham estabelecido além de uma forte cabeça de ponte, uma grande superioridade aérea.
Em 17 de Julho de 1944, 41 dias após o início dos desembarques aliados lançados no Dia D, Rommel foi gravemente ferido por um caça Spitfire canadense e permaneceu hospitalizado por vários dias. Nesse período, Claus von Stauffenberg executou o atentado de 20 de julho de 1944 contra Hitler, que escapou por pouco, com ferimentos leves (a mesa da conferência acabou por lhe servir de escudo). Sem nunca ter feito parte do partido nazista, Rommel tornara-se cada vez mais crítico ao governo do Führer.

Funeral de Rommel.

Implicado no atentado por suas ligações com os oficiais conspiradores membros da resistência alemã, Rommel, ainda em recuperação médica, recebe em sua casa a visita de dois oficiais generais em 14 de Outubro de 1944.
Devido ao seu prestígio nacional, estes oficiais, leais a Hitler, trazem os termos do Führer a Rommel: ir a Berlim, passar por um julgamento popular e inevitavelmente ser condenado à morte, condenando também sua família a ser confinada em um campo de concentração ou, sozinho, acompanhar os dois oficiais e ingerir veneno para suicidar-se, opção esta que garantiria a integridade de seus familiares. Rommel sem dúvida escolhe a segunda alternativa, despede-se da família e acompanha os dois oficiais embarcando em seu automóvel.
Às 13:25 os Generais Burgdorf e Maisel, fizeram a entrega do cadáver de Rommel ao Hospital de Ulm. O médico-chefe, que se dispunha a proceder a autópsia, foi prontamente interrompido por Burgdorf que lhe disse: "Não toque no corpo. Em Berlim já se tomaram todas as providências." Talvez jamais se venha a saber o que exatamente se passou no caminho de Ulm. Burgdorf pereceu com Hitler, no subterrâneo da chancelaria do Reich. Maisel, que ao final da guerra foi condenado juntamente com o motorista da SS, afirmam terem recebido ordens de abandonar o carro por alguns momentos, quando retornaram encontraram Rommel agonizando.

Túmulo de Rommel.

Seu funeral foi celebrado em 18 de Outubro de 1944 com as mais altas honrarias militares do III Reich e, oficialmente sua "causa mortis" foi anunciada como efeito dos ferimentos que recebera meses antes.
Seus restos mortais, depois de cremados foram sepultados em HerrlingenAlemanha, no cemitério próximo de sua casa. Sua família não foi perseguida após sua morte. Um dos seus filhos chegou ao cargo de presidente da câmara (Bürgermeister) da cidade de Stuttgart.
Muitas lendas foram criadas a partir do mito Rommel, porém nunca questionado do ponto de vista militar e da conduta no campo de batalha. Histórias como "fazer um Rommel", que para os soldados do 8º Exército Britânico, significava fazer algo de forma impecável. Sua astúcia e faculdade de improvisação granjearam-lhe o apelido de Raposa do Deserto. Certa vez encontrando-se sob violenta pressão Britânica, o general conseguiu inverter a situação dando-lhes impressão de comandar grandes destacamentos. Sabia que a RAF fotografava diariamente as linhas alemãs, então, ordenou que todos os veículos fossem movimentados a noite, crivando o solo do deserto com milhares de sulcos, e projetando a movimentação de um grande destacamento de blindados. Diante disto os ingleses bateram em retirada.

Fonte: Wikipédia

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