Arquitetura: monumento romano
Construído por Agrippa no ano
27 A.C., foi um templo que homenageava todos os deuses. Têm uma série de
aberturas e fechamentos, foi em 608 que se tornou num igreja dedicada a Santa
Maria e aos Mártires. Tem uma abertura no teto através da qual entra luz.
O Panteão,
situado em Roma, Itália, também
conhecido como Panteão de Agrippa, é o único edifício construído
na época greco-romana que, atualmente, se encontra em perfeito estado de
conservação. Desde que foi construído que se manteve em uso:
primeiro como templo dedicado
a todos os deuses do panteão romano
(daí o seu nome) e, desde o século VII, como
templo cristão. É famoso pela sua cúpula.
O Panteão original
foi construído em 27 a.C., durante a
República Romana, durante o terceiro consulado de Marco Vipsânio Agripa. Efetivamente, o seu nome está inscrito sobre o
pórtico do edifício. Lê-se aí: M.AGRIPPA. L.F.COS. TERTIUM. FECIT, o que
significa: "Construído por Marco Agripa, filho de Lúcio, pela terceira vez cônsul".
Corte do
Panteão
De fato, o Panteão
de Agripa foi destruído por um incêndio em 80 d.C., sendo
totalmente reconstruído em 125, durante o reinado
do imperador Adriano, como se
pode comprovar pelas datas impressas nos tijolos que fazem parte da sua
estrutura. A inscrição original, referindo-se à sua fundação por Agripa foi,
então, inserida na fachada da nova construção de acordo com uma prática
habitual nos projetos de reconstrução devidos a Adriano, por toda a Roma.
O Panteão nasceu do
desejo de se fundar um templo dedicado a todos os deuses, num gesto ecuménico ou sincretista que
abarcasse os novos povos sob a dominação do Império Romano, já que
estes ou não adoravam os antigos deuses romanos ou (o que acontecia cada vez
mais) adoravam-nos sob outras designações, adoptando deuses estrangeiros.
O edifício, circular, tem um pórtico (também
denominado pelo termo grego "pronaos") com três filas de colunas (8
colunas na fila frontal, 16 ao todo), sob um frontão. O
interior é abobadado, sob uma cúpula que
apresenta alvéolos (em forma
de caixotões) no interior, em direção a um óculo que
se abre para o zénite. Estes
alvéolos, além de serem utilizados esteticamente, também foram pensados para
diminuir a quantidade de concreto (betão) a ser utilizado na estrutura,
tornando-a mais leve. Da base da rotunda até ao óculo vão 43 metros - a mesma
medida do diâmetro da base - o que significa que o espaço da cúpula se inscreve
no interior de um cubo imaginário.
Em 608, o imperador bizantino Focas ofereceu
o edifício ao Papa Bonifácio IV que o consagrou, em 609, como igreja
cristã dedicada a Santa Maria e Todos-os-Santos (Mártires) - nome que mantém atualmente.
A sua cúpula é a maior que chegou até
nós da antiguidade e foi durante muito tempo a maior de toda a Europa Ocidental, até que Brunelleschi criou
a cúpula (duomo) de Florença,
completada em 1436.
A consagração do edifício como igreja salvou-o do vandalismo e
destruição deliberada que as antigas construções da Roma antiga sofreram
durante o início do período medieval. A única perda a registar prende-se com as esculturas que
adornavam o tímpano do frontão, acima da
inscrição relativa a Agripa. O interior de mármore e as
grandes portas de bronze resistiram
ao passar do tempo, ainda que estas últimas tenham sido restauradas mais de uma
vez.
Aspecto
actual do interior do Panteão
Desde o Renascimento que o
Panteão é utilizado como última morada de personalidades italianas ilustres,
como os pintores Rafael e Annibale Carracci , o arquiteto Baldassare Peruzzi, além de dois reis de Itália: Vítor Emanuel II e Humberto I. A mulher
de Humberto I, Margarida I, também
foi aí sepultada.
Ainda que a Itália
seja uma república desde 1947, membros
voluntários de organizações monárquicas italiana mantêm uma vigília contínua
junto dos túmulos reais, no Panteão. Os republicanos insurgem-se frequentemente
contra a prática. As autoridades católicas, contudo, autorizam-na, ainda que
seja o Ministério do Património Cultural Italiano o responsável pela sua
segurança e manutenção.
No seu estatuto de exemplar mais bem conservado da arquitetura monumental romana, o Panteão influenciou muito várias gerações de arquitetos ocidentais e não só, do Renascimento até
ao século XIX. Podemos referir,
por exemplo, Andrea Palladio.
Muitos auditórios de cidades, universidades e
bibliotecas copiam o seu estilo formado pela junção do pórtico à rotunda. A
"Rotunda" Thomas Jefferson, na Universidade da Virgínia; a Law Library da Universidade de Columbia ou a Biblioteca
Estadual de Victoria, em Melbourne, Austrália, são
exemplos que não esgotam a versatilidade do modelo.
Tal como o nome o sugere, o Panteão
de Roma foi dedicado a todos os deuses, ou, mais especificamente, às divindades
planetárias que, em número de sete, justificam os nichos com altares existentes
no interior da cella.
O edifício que atualmente se observa
no Campo de Marte foi mandado erguer entre 118 e 128 pelo imperador Adriano
que, segundo alguns autores, terá participado ativamente na sua concepção.
Substitui uma construção menor, consagrada a Júpiter, construída por Marcus
Agrippa em 27 a. C. que sofrera um devastador incêndio. Exteriormente, este
edifício é formado por um tambor cilíndrico liso de quarenta e quatro metros de
diâmetro, sem decoração, que contém a cella do templo, coroada por uma cúpula
de curvatura suave, rematada interiormente por uma série de degraus
concêntricos. A entrada no templo é marcada por um profundo pórtico, solução
tradicional para os templos romanos de planta retangular. Originalmente este
pronaus apresentava um envasamento alto ao qual se subia por largos degraus, no
entanto, a subida do nível da praça soterrou este elemento arquitetônico. Para
além de constituir um átrio que resolve a transição enrte exterior e interior,
este pórtico de três naves e oito colunas responde a uma vontade genuinamente
romana de criação de uma fachada monumental. No entablamento desta fachada,
coroada por um amplo frontão, Adriano mandou colocar uma inscrição de Agripa,
aproveitada dos restos do edifício anterior.
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