sábado, 20 de setembro de 2014

O PANTEÃO – ROMA

Arquitetura: monumento romano


Construído por Agrippa no ano 27 A.C., foi um templo que homenageava todos os deuses. Têm uma série de aberturas e fechamentos, foi em 608 que se tornou num igreja dedicada a Santa Maria e aos Mártires. Tem uma abertura no teto através da qual entra luz.

Panteão, situado em RomaItália, também conhecido como Panteão de Agrippa, é o único edifício construído na época greco-romana que, atualmente, se encontra em perfeito estado de conservação. Desde que foi construído que se manteve em uso: primeiro como templo dedicado a todos os deuses do panteão romano (daí o seu nome) e, desde o século VII, como templo cristão. É famoso pela sua cúpula.

O Panteão original foi construído em 27 a.C., durante a República Romana, durante o terceiro consulado de Marco Vipsânio Agripa. Efetivamente, o seu nome está inscrito sobre o pórtico do edifício. Lê-se aí: M.AGRIPPA. L.F.COS. TERTIUM. FECIT, o que significa: "Construído por Marco Agripa, filho de Lúcio, pela terceira vez cônsul".

Corte do Panteão

De fato, o Panteão de Agripa foi destruído por um incêndio em 80 d.C., sendo totalmente reconstruído em 125, durante o reinado do imperador Adriano, como se pode comprovar pelas datas impressas nos tijolos que fazem parte da sua estrutura. A inscrição original, referindo-se à sua fundação por Agripa foi, então, inserida na fachada da nova construção de acordo com uma prática habitual nos projetos de reconstrução devidos a Adriano, por toda a Roma.

Interior do Panteão no século XVIII (pintura de Giovanni Panini).

O Panteão nasceu do desejo de se fundar um templo dedicado a todos os deuses, num gesto ecuménico ou sincretista que abarcasse os novos povos sob a dominação do Império Romano, já que estes ou não adoravam os antigos deuses romanos ou (o que acontecia cada vez mais) adoravam-nos sob outras designações, adoptando deuses estrangeiros.


O edifício, circular, tem um pórtico (também denominado pelo termo grego "pronaos") com três filas de colunas (8 colunas na fila frontal, 16 ao todo), sob um frontão. O interior é abobadado, sob uma cúpula que apresenta alvéolos (em forma de caixotões) no interior, em direção a um óculo que se abre para o zénite. Estes alvéolos, além de serem utilizados esteticamente, também foram pensados para diminuir a quantidade de concreto (betão) a ser utilizado na estrutura, tornando-a mais leve. Da base da rotunda até ao óculo vão 43 metros - a mesma medida do diâmetro da base - o que significa que o espaço da cúpula se inscreve no interior de um cubo imaginário.
Em 608, o imperador bizantino Focas ofereceu o edifício ao Papa Bonifácio IV que o consagrou, em 609, como igreja cristã dedicada a Santa Maria e Todos-os-Santos (Mártires) - nome que mantém atualmente. A sua cúpula é a maior que chegou até nós da antiguidade e foi durante muito tempo a maior de toda a Europa Ocidental, até que Brunelleschi criou a cúpula (duomo) de Florença, completada em 1436.
A consagração do edifício como igreja salvou-o do vandalismo e destruição deliberada que as antigas construções da Roma antiga sofreram durante o início do período medieval. A única perda a registar prende-se com as esculturas que adornavam o tímpano do frontão, acima da inscrição relativa a Agripa. O interior de mármore e as grandes portas de bronze resistiram ao passar do tempo, ainda que estas últimas tenham sido restauradas mais de uma vez.

Aspecto actual do interior do Panteão

Desde o Renascimento que o Panteão é utilizado como última morada de personalidades italianas ilustres, como os pintores Rafael e Annibale Carracci , o arquiteto Baldassare Peruzzi, além de dois reis de Itália: Vítor Emanuel II e Humberto I. A mulher de Humberto IMargarida I, também foi aí sepultada.
Ainda que a Itália seja uma república desde 1947, membros voluntários de organizações monárquicas italiana mantêm uma vigília contínua junto dos túmulos reais, no Panteão. Os republicanos insurgem-se frequentemente contra a prática. As autoridades católicas, contudo, autorizam-na, ainda que seja o Ministério do Património Cultural Italiano o responsável pela sua segurança e manutenção.
No seu estatuto de exemplar mais bem conservado da arquitetura monumental romana, o Panteão influenciou muito várias gerações de arquitetos ocidentais e não só, do Renascimento até ao século XIX. Podemos referir, por exemplo, Andrea Palladio.
 Muitos auditórios de cidades, universidades e bibliotecas copiam o seu estilo formado pela junção do pórtico à rotunda. A "Rotunda" Thomas Jefferson, na Universidade da Virgínia; a Law Library da Universidade de Columbia ou a Biblioteca Estadual de Victoria, em MelbourneAustrália, são exemplos que não esgotam a versatilidade do modelo.

Uma celebração no Altar-mor do Panteão.

Tal como o nome o sugere, o Panteão de Roma foi dedicado a todos os deuses, ou, mais especificamente, às divindades planetárias que, em número de sete, justificam os nichos com altares existentes no interior da cella.


O edifício que atualmente se observa no Campo de Marte foi mandado erguer entre 118 e 128 pelo imperador Adriano que, segundo alguns autores, terá participado ativamente na sua concepção. Substitui uma construção menor, consagrada a Júpiter, construída por Marcus Agrippa em 27 a. C. que sofrera um devastador incêndio. Exteriormente, este edifício é formado por um tambor cilíndrico liso de quarenta e quatro metros de diâmetro, sem decoração, que contém a cella do templo, coroada por uma cúpula de curvatura suave, rematada interiormente por uma série de degraus concêntricos. A entrada no templo é marcada por um profundo pórtico, solução tradicional para os templos romanos de planta retangular. Originalmente este pronaus apresentava um envasamento alto ao qual se subia por largos degraus, no entanto, a subida do nível da praça soterrou este elemento arquitetônico. Para além de constituir um átrio que resolve a transição enrte exterior e interior, este pórtico de três naves e oito colunas responde a uma vontade genuinamente romana de criação de uma fachada monumental. No entablamento desta fachada, coroada por um amplo frontão, Adriano mandou colocar uma inscrição de Agripa, aproveitada dos restos do edifício anterior.

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