Sinos: marcadores do tempo em que se deram os eventos
A história foi marcada por eles
“Sino vem do Latim, da palavra signum ou sinal. Sua menção
mais antiga é do século VI, e mais tarde os sinos serviriam a todas as igrejas
cristãs do mundo, inclusive como única forma de anunciar as horas para a
população.
Já em terras brasileiras, do século XVI ao XVIII, serviram
também para avisar sobre os ataques de índios e posteriormente dos piratas.
Quanto não devem ter tocado, durante a invasão que culminou com o milagre do Monte Serrat...
Existe uma diferença quanto ao lugar onde estão os sinos de uma igreja. Sineira
é a parede sem guarnição de um telhado, onde os sinos ficam expostos às
intempéries, sendo também o nome do nicho onde estão os mesmos, quase sempre
repicados. Campanário é uma palavra de origem castelhana (da palavra campana, o
mesmo que sino). É um local alto, guarnecido de telhado e que não expõe os
sinos às intempéries. Eles são quase sempre bimbalhados e em alguns casos
repicados, como na igreja do Rosário,
que, para afastar os pombos e suas pestilências, colocou grades nas sineiras.
Encimando todas essas estruturas há sempre uma cruz ricamente adornada, que fica mais alta que as cabeças humanas que a contemplam, por ser digna e importante para
o cristão, recordando-lhe uma profecia do antigo testamento
que afirma que o messias "Levantará o seu estandarte sobre as nações"
(conforme o livro de Isaías, capítulo 11, versículo 12). Assim, a cruz - que é
o símbolo dos cristãos – e se ergue em todas as nações do mundo. Mas, em alguns
casos, a estrutura exibe também a figura de um
galo, cujo significado, muito catequético, é o seguinte:
Obediência - Lembrando que assim como o galo serve ao homem que irá matá-lo, igualmente o homem serve a Deus, que um dia lhe tirará a vida terrena.
Fraqueza - O galo é um animal fraco, qualquer golpe o mata, e assim é o ser humano, igualmente fraco.
Sinceridade - Obediente e sincero, o galo é pontual para anunciar as horas, lembrando as obrigações aos demais galináceos; igualmente o homem deve ser sincero com o seu próximo por toda sua vida.
Obediência - Lembrando que assim como o galo serve ao homem que irá matá-lo, igualmente o homem serve a Deus, que um dia lhe tirará a vida terrena.
Fraqueza - O galo é um animal fraco, qualquer golpe o mata, e assim é o ser humano, igualmente fraco.
Sinceridade - Obediente e sincero, o galo é pontual para anunciar as horas, lembrando as obrigações aos demais galináceos; igualmente o homem deve ser sincero com o seu próximo por toda sua vida.
Outro significado importante é a recordação de que assim como o galo cantou três vezes anunciando o cumprimento da profecia de Jesus ser negado por São Pedro quando lhe faltava a fé e o entendimento (conforme o Evangelho de São Mateus, capítulo 26, versículos 69/75), nós devemos estar prontos para confessar nosso salvador e nunca negá-lo diante dos homens e mulheres deste mundo.
Mas o nome científico e complicado que deram para esse adorno é Anemoscópio, visto que a chapa metálica, com que é feito o galo, funciona como um leme que gira ao sabor dos ventos, apontando a direção destes. Existem soluções como na Basílica de São Pedro em Roma, em que a torre não foi construída, mas aproveitada uma das extremidades do prédio para a instalação dos sinos, como podem ser vistos hoje na Praça de São Pedro (Vaticano), e em algumas igrejas coloniais em Minas Gerais.Os sinos têm importância tão grande para os cristãos que fazem parte da cultura de muitos povos, inclusive com concertos tocados por sinos ao invés de outros
instrumentos musicais. Quando um sino era levado para uma
torre, passava por uma cerimônia semelhante (nunca igual), a um batismo,
recebendo um nome e a benção de um bispo que lhe fazia a unção com o óleo do
Santo Crisma, com a presença de seus doadores como se fossem padrinhos. Os
sinos possuem as sete notas musicais, sendo o toque mais comum quando são
tangidos, conhecido como "Toque de Jerusalém", em alusão à
onomatopéia "Je-ru-sa-lém, Je-ru-sa-lém, Je-ru-sa-lém, (ou dó ré mi
fá)". Também é conhecido o toque típico de defuntos: um som grave e dois
agudos, de forma espaçada como ocorre no Vaticano quando são sepultados os
papas. elodias não faltam para os mesmos e às vezes são guardadas em segredo
por gerações de sineiros, que tem Santa Bárbara como sua padroeira (festejada
em 4 de dezembro), motivo pelo qual possui a irmandade do Rosário uma imagem
dessa Mártir. Segundo os mais antigos, quando se faz um sino soar, Deus nos
observa e escuta com mais atenção nossas preces sinceras. Existiu no Monte
Serrat, até os anos 60, um senhor conhecido pelo apelido de "Piru",
que tinha o rosto típico de caiçara (tez avermelhada e um grande gogó saliente
no pescoço), conhecido também pelo nome de "Seu Amary". Ele era do
litoral e sua forma única de tocar sinos atraía a atenção de todos,
especialmente das crianças, pois o mesmo se deitava ao chão da torre do
Santuário e, com cordas atadas aos pés e mãos, tangia os quatro sinos de uma só
vez, nas festas da Padroeira. Vivia "seu Piru" cortando cana doce no
morro e moendo garapa, principalmente nas festas, e recebia uma pequena ajuda
da igrejinha, conforme informação cedida por Clóvis Benedicto Almeida (santista
há 70 anos). Na igreja de Nossa Senhora do Rosário, o campanário foi a última
parte da construção, erguido em 1822, finalizando assim suas obras e sendo a
igreja considerada acabada. Sabemos que os sinos eram colocados muitas vezes em
armações de madeira na frente das igrejas, como ainda hoje existem exemplos em
Minas Gerais. Essa solução era usada enquanto não era construída a torre para
poder fazer uso dos mesmos. Não temos registros sobre isso para com a Igreja do
Rosário de Santos, que por vários motivos, depois de erguida, durou apenas 59
anos, ocorrendo seu desmoronamento em 30 de março de 1881, sendo reiniciada a
sua reconstrução que terminaria em 1889; também não se sabe o motivo pelo qual
um sino foi roubado em 1893, justamente quatro anos depois da construção.
Talvez o sino estivesse aguardando a hora de ser levado para a sineira e assim,
permanecesse em local acessível a vândalos. É provável que tal sino fosse do
século XVIII. Esse mesmo campanário foi demolido em 1935, por ocasião do
alinhamento da rua fronteira a ele, restando apenas fotos da antiga estrutura.
A atual tem quatro sinos, os quais possuem nome e nota musical”.
O sino é um dispositivo simples de produzir som. É um instrumento de percussão e um idiofone. A sua
forma é aproximadamente um cone oco que ressoa ao ser golpeado.
O instrumento de percussão pode ser uma
lingueta suspensa dentro do sino, (também se usam os nomes "badalo"
para a lingueta interna, ou "martelo", quando é uma peça que bate o
sino por fora), de uma esfera pequena, livre, incluída dentro do corpo do sino,
ou de um malho separado.
Os sinos são feitos geralmente de bronze, mas os
sinos pequenos podem também ser feitos de cerâmica ou
de vidro.
Os sinos podem ser de todos os tamanhos: dos acessórios
minúsculos do vestido aos sinos da igreja que
pesam toneladas.
Um sino muito famoso é o Liberty Bell, que está em Filadélfia, nos EUA.
O maior sino já fundido em bronze é o Tsar
Kolokol, exposto atualmente no Kremlin de Moscovo, capital da Rússia.
O mais antigo sino do mundo de expressão oficial portuguesa
foi identificado na vila de Coruche, Portugal, datando de 1287.
O maior sino do mundo está no Kremlin, em Moscovo. Foi fundido
em 1735 e pesa 201,9 toneladas. Para encontrar o segundo maior sino do mundo
havia que ir até ao Japão, a Osaca. Em 1944, quando a cidade foi bombardeada, o
seu sino, que pesava 164 toneladas, ficou destruído. Mas o Japão possui dois
sinos gigantes, o do Templo de Shi-Te-nmo-Ji, em Quioto, de 154 toneladas e o
de Chonasn, com 75 toneladas.
Na lista dos dez maiores sinos do mundo contam-se o sino da
catedral de Colónia, na Alemanha, fundido em 1923 e que pesa 25 toneladas, o
sino da catedral de Lisboa, fundido em 1344 e pesa 24,4 toneladas, o da igreja
de Boudon em Nova Iorque(EUA), de 18,5 toneladas, e o da Catedral de
Toledo (Espanha), com 17,2 toneladas.
Na Bahia os sinos foram de capital importância.
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