Literatura
A mais difícil das
formas poéticas, porém a mais inteligente
Trova inicialmente
era qualquer poema ou canção,
chamando-se trovador o
poeta — ou vate —, aquele que declamava a trova. Depois, passou-se a chamar
trova a forma fixa que hoje é empregada, isto é, o poema autônomo de quatro
versos em redondilha maior.
A definição de
trova que foi adotada como definitiva, segundo Luiz Otávio, é "composição poética de quatro versos
de sete sílabas cada um, rimando pelo menos o segundo com o quarto verso e
tendo sentido completo".
Para Jorge Amado: "Quanto à trova, não pode
haver criação literária mais popular, que fale mais diretamente ao coração do
povo. É através da Trova que o povo toma contato com a poesia e sente a sua
força. Por isso mesmo, a Trova e o Trovador são imortais."
Fernando Pessoa
considera que "A Trova é o vaso de
flores que o povo põe à janela de sua alma."
Exemplo de trova de
autoria de Luiz Otávio:
Às vezes o mar bravio
dá-nos lição engenhosa:
afunda um grande navio,
deixa boiar uma rosa!
Às vezes o mar bravio
dá-nos lição engenhosa:
afunda um grande navio,
deixa boiar uma rosa!
Trova é um poema monotrófico (contém uma estrofe apenas) com
quatro versos heptassílabos (redondilha maior), sem
título, que se completa em seus quatro versos, como nos exemplos a seguir,
de Pedro Ornellas:
O acerto, sim,
amedronta,
mas creio que estamos quites:
Para os meus erros sem conta
Deus tem perdão sem limites.
mas creio que estamos quites:
Para os meus erros sem conta
Deus tem perdão sem limites.
A situação tá tão feia,
minha grana tão escassa,
que o vizinho churrasqueia
e eu passo o pão na fumaça.
A trova também é chamada de "quadra" ou "quadrinha", mas esta
sinonímia não é perfeita, uma vez que as regras rígidas da trova não se fazem
necessariamente na quadra. Entre os atuais cultores desta forma de poesia, é
preferível o termo "trova" como designativo.
Há a necessidade de se diferenciar a trova da quadra que compõe um poema
maior, uma vez que a trova se completa em si, sem aceitar mais nenhuma estrofe.
Para os concursos
literários, atualmente, as trovas de rima simples ABCB foram preteridas em
função das trovas de rima completa ABAB, como segue:
Trova de rima
simples (ABCB), de autoria de Luiz Otávio:
Desconfio que a
saudade (A)
não gosta de ti, meu bem: (B)
quando tu vens, ela vai...(C)
quando tu vais, ela vem! (B)
não gosta de ti, meu bem: (B)
quando tu vens, ela vai...(C)
quando tu vais, ela vem! (B)
Trova de rima
completa (ABAB) de autoria de Antonio Augusto de Assis:
Tem muito mais
graça a vida (A)
quando a gente tem com quem (B)
repartir bem repartida (A)
a graça que a vida tem. (B)
quando a gente tem com quem (B)
repartir bem repartida (A)
a graça que a vida tem. (B)
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