sexta-feira, 12 de setembro de 2014

TROVA

Literatura

A mais difícil das formas poéticas, porém a mais inteligente


Trova inicialmente era qualquer poema ou canção, chamando-se trovador o poeta — ou vate —, aquele que declamava a trova. Depois, passou-se a chamar trova a forma fixa que hoje é empregada, isto é, o poema autônomo de quatro versos em redondilha maior.
A definição de trova que foi adotada como definitiva, segundo Luiz Otávio, é "composição poética de quatro versos de sete sílabas cada um, rimando pelo menos o segundo com o quarto verso e tendo sentido completo".



Para Jorge Amado: "Quanto à trova, não pode haver criação literária mais popular, que fale mais diretamente ao coração do povo. É através da Trova que o povo toma contato com a poesia e sente a sua força. Por isso mesmo, a Trova e o Trovador são imortais."
Fernando Pessoa considera que "A Trova é o vaso de flores que o povo põe à janela de sua alma."
Exemplo de trova de autoria de Luiz Otávio:
Às vezes o mar bravio
dá-nos lição engenhosa:
afunda um grande navio,
deixa boiar uma rosa!


Trova é um poema monotrófico (contém uma estrofe apenas) com quatro versos heptassílabos (redondilha maior), sem título, que se completa em seus quatro versos, como nos exemplos a seguir, de Pedro Ornellas:
O acerto, sim, amedronta,
mas creio que estamos quites:
Para os meus erros sem conta
Deus tem perdão sem limites.

A situação tá tão feia,
minha grana tão escassa,
que o vizinho churrasqueia
e eu passo o pão na fumaça.
A trova também é chamada de "quadra" ou "quadrinha", mas esta sinonímia não é perfeita, uma vez que as regras rígidas da trova não se fazem necessariamente na quadra. Entre os atuais cultores desta forma de poesia, é preferível o termo "trova" como designativo.


Há a necessidade de se diferenciar a trova da quadra que compõe um poema maior, uma vez que a trova se completa em si, sem aceitar mais nenhuma estrofe.
O esquema rítmico da trova é de rimas alternadas (ABAB) ou cruzadas (ABBA).
Para os concursos literários, atualmente, as trovas de rima simples ABCB foram preteridas em função das trovas de rima completa ABAB, como segue:
Trova de rima simples (ABCB), de autoria de Luiz Otávio:
Desconfio que a saudade (A)
não gosta de ti, meu bem: (B)
quando tu vens, ela vai...(C)
quando tu vais, ela vem! (B)
Trova de rima completa (ABAB) de autoria de Antonio Augusto de Assis:

Tem muito mais graça a vida (A)
quando a gente tem com quem (B)
repartir bem repartida (A)
a graça que a vida tem. (B)

Nenhum comentário:

Postar um comentário