Monumentos históricos
Lisboa –
Portugal
A Torre de
Belém é um dos monumentos mais
expressivos da cidade de Lisboa.
Localiza-se na margem direita do rio Tejo, na
freguesia de Belém, onde existiu outrora a praia de Belém.
Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi
envolvida pela praia, até se
incorporar hoje à terra firme.
O monumento
destaca-se pelo nacionalismo implícito,
visto que é todo rodeado por decorações do Brasão de armas de Portugal, incluindo
inscrições de cruzes da Ordem de Cristo nas
janelas de baluarte; tais
características remetem principalmente à arquitetura típica
de uma época em que o país era uma potência global (a do início da Idade Moderna).
Classificada
como Património Mundial pela UNESCO desde 1983, foi
eleita como uma das Sete maravilhas de Portugal em
Originalmente sob a
invocação de São Vicente de Saragoça, padroeiro da
cidade de Lisboa, designada no século XVI pelo
nome de Baluarte de São Vicente a par de
Belém e
por Baluarte do Restelo, esta fortificação integrava o plano
defensivo da barra do rio Tejo projetado à época de João II de Portugal (1481-95), integrado na margem direita do rio
pelo Baluarte de Cascais e, na
esquerda, pelo Baluarte da Caparica.
"E assim
mandou fazer então a (…) torre e baluarte de Caparica, defronte de Belém, em
que estava muita e grande artilharia; e tinha
ordenado de fazer uma forte fortaleza onde
ora está a formosa torre de Belém, que el-Rei D. Manuel, que santa glória haja,
mandou fazer; para que a fortaleza de uma parte e a torre da outra tolhessem a
entrada do rio. A qual fortaleza eu por seu mandado debuxei, e com ele ordenei
a sua vontade; e tinha já dada a capitania dela [a] Álvaro da Cunha, seu
estribeiro-mor, e pessoa de que muito confiava; e porque el-Rei João faleceu,
não houve tempo para se fazer" (RESENDE, Garcia de. Crónica de D. João II, 1545.),
A estrutura só
viria a ser iniciada em 1514, sob o
reinado de Manuel I de Portugal (1495-1521), tendo como arquiteto Francisco de Arruda. Localizava-se sobre um afloramento rochoso nas
águas do rio, fronteiro à antiga praia de Belém, e destinava-se a substituir a
antiga nau artilhada,
ancorada naquele trecho, de onde partiam as frotas para as Índias. As suas
obras ficaram a cargo de Diogo Boitaca, que, à
época, também dirigia as já adiantadas obras do vizinho Mosteiro dos Jerónimos.
Com a evolução dos
meios de ataque e defesa, a estrutura foi, gradualmente, perdendo a sua função
defensiva original. Ao longo dos séculos foi utilizada como registo aduaneiro,
posto de sinalização telegráfico e farol. Os seus paióis foram
utilizados como masmorras para
presos políticos durante o reinado de Filipe II de Espanha (1580-1598), e, mais tarde, por João IV de Portugal (1640-1656). O Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, D. Sebastião de Matos de Noronha (1586-1641),
por coligação à Espanha e fazendo frente a D. João IV, foi preso e mandado
recluso para a Torre de Belém.
Sofreu várias
remodelações ao longo dos séculos, principalmente a do século XVIII que
privilegiou as ameias, o varandim do baluarte, o nicho
da Virgem, voltado para o rio, e o claustrim.
Classificada
como Monumento Nacional por Decreto de 10 de Janeiro de 1907, é
considerada como Património Mundial pela UNESCO desde1983. Naquele
mesmo ano integrou a XVII Exposição Europeia de Arte
Ciência e Cultura.
Torre de
Belém vista do rio Tejo.
O monumento reflete
influências islâmicas e
orientais, que caracterizam o estilo manuelino e
marca o fim da tradição medieval das torres de menagem, ensaiando
um dos primeiros baluartes para artilharia no
país (ver fortalezas).
Parte da sua beleza
reside na decoração exterior,
adornada com cordas e nós
esculpidos em pedra, galerias abertas, torres de
vigia no estilo mourisco e ameias em
forma de escudos decoradas
com esferas armilares, a cruz da Ordem de Cristo e
elementos naturalistas, como um rinoceronte,
alusivos às navegações. O interior gótico, por baixo
do terraço, que
serviu como armaria e prisão, é muito
austero.
A sua estrutura
compõe-se de dois elementos principais: a torre e o baluarte. Nos ângulos do
terraço da torre e do baluarte, sobressaem guaritas cilíndricas
coroadas por cúpulas de gomos, ricamente
decorada em cantaria de
pedra.
A torre
quadrangular, de tradição medieval, eleva-se em cinco pavimentos acima
do baluarte, a saber:
Primeiro andar
- Sala do Governador.
Segundo andar
- Sala dos Reis, com teto elíptico e fogão ornamentado com
meias-esferas.
Terceiro andar
- Sala de Audiências
Quarto andar
- Capela
Quinto andar -
Terraço da torre
A nave do baluarte
poligonal, ventilada por um claustrim, abre 16 canhoneiras para
tiro rasante de artilharia. O terrapleno,
guarnecido por
ameias, constitui
uma segunda linha de fogo, nele se localizando o santuário de Nossa Senhora do Bom Sucesso com o Menino,
também conhecida como a Virgem do Restelo por "Virgem das
Uvas".
Origem: Wikipédia
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