Ainda
sob análise e estudos científicos
O Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) estuda uma estrutura feita de granitos, que pode vir a ser a
primeira pirâmide do Brasil. O geólogo e especialista em
sensoriamento remoto, Paulo Roberto
Martini, chegou a uma conclusão inicial. Essa composição de rochas foi
feita pelo homem. O monumento foi descoberto por acaso, numa fazenda no município paulista de Natividade da
Serra, nos limites do Parque
Estadual da Serra do Mar. São imensas pedras cortadas e empilhadas na forma
de degraus até seu topo. “Ainda é cedo
para afirmar algo de concreto, mas estamos diante de uma construção feita por
uma civilização primitiva avançada”, destaca o cientista.
Além
de um amontoado de pedras, esse também é
o mais novo mistério da arqueologia brasileira e coloca sob discussão a
historia atual da ocupação do território brasileiro no período
pré-descobrimento.
Basta
ter contato com os milhares de blocos graníticos recortados e distribuídos na
encosta de um morro para que surjam inúmeros questionamentos. Que cultura seria
está? Em quanto tempo fizeram essa edificação? Por que e quando foi construída?
Perguntas que dificilmente serão respondidas de pronto, mas que prometem gerar
um turbilhão de dúvidas, polêmicas e especulações.
O
local fica próximo a um riacho, que poucos metros a frente deságua no Rio
Paraibuna. Os imensos blocos graníticos,
cortados com precisão, continuam parcialmente empilhados. Com o tempo
acabaram por perder o traço construtivo original, mais inclinado e no formato
de uma grande escada ascendente. Os imensos tijolos podem ser visto na
superfície. Uma boa parte se encontra
soterrada pela erosão e outra ainda sustenta a estrutura em largas paredes.
Vários, porém, se deslocaram com a ação do tempo. As chuvas e o peso das rochas
recalcou o terreno, fazendo-os escorregar ou mesmo criar pequenos
empilhamentos.
Basta
remover um pouco da terra acumulada para se desvendar uma complexa armação. As
pedras, geralmente em formato retangular, variam de 1 a 2 metros de
comprimento, de 0,40 a 0,70 metro de espessura por 0,80 a 1 metro de largura.
Foram assentadas bem unidas e os vãos – quando existiam – foram completados com
pedras menores e fixadas por uma mistura de barro, semelhante à argamassa. Duas
faces do monumento estão recobertas pela mata. Nestes locais se encontram
centenas de pedras, tendo as raízes das árvores tendo movimentado diversas
delas.
Numa
tentativa de desvendar maiores detalhes do monumento, uma das faces acabou
sendo alvo de escavações sem qualquer critério feitas pelos empregados da
fazenda, incluindo a remoção de grandes pedras com o uso de tratores de
esteira. A lateral da esquerda ainda não foi mexida. Entretanto, outro aspecto
intrigante está nos ecos que podem ser provocados. As batidas de um vergalhão
de ferro dentro dos buracos que surgiram é possível ouvir a ressonância.
Provavelmente
o efeito do som refletido numa câmara existente no interior da pirâmide. Usando
a barra de ferro como instrumento improvisado foi capaz também de se ter uma
noção da largura da parede. Provavelmente ela ultrapasse a um metro.
Técnica
desconhecida
Entretanto,
o intrigante é que essa região era habitada pelos índios Tamoios, que
desconheciam a tecnologia empregada no corte de blocos de pedra e sequer tinham
a tradição de criar monumentos neste estilo. Segundo moradores do lugar, outras construções semelhantes se encontram
numa propriedade vizinha. Essas, porém, estão recobertas pela Mata Atlântica e
o acesso é dificultado pela densa vegetação.
Para o arqueólogo da Universidade de
São Paulo (USP) e especializado nos sítios na costa paulista, Plácido Cali,
essa composição é única no País. E esse achado por revelar a presença de outras
culturas, mais avançadas tecnologicamente, que as tradicionais nações indígenas
que povoavam essa faixa da América do Sul. “Com certeza isto não é obra dos
índios que conhecemos”, comenta o pesquisador. As
primeiras imagens deste monumento foram encaminhadas ao INPE pelo proprietário
da Fazenda Palmeiras, Carlos Frahya,
no final do ano passado. As fotos chegaram no final do ano passado ao
pesquisador Paulo Roberto Martini. Uma surpresa enigmática, que passou a ser
alvo de estudos do cientista. E como qualquer mistério, quanto mais se pesquisa
maior é o crescimento das dúvidas. “A textura das pedras é diferente,
principalmente em alguns locais da edificação”, comenta o geólogo.
Segundo Martini, o tipo de rocha
encontrada no local tem cerca de 2 bilhões de anos e fazem parte do Complexo de
Varginha. Essa formação natural se estende pela Serra do
Mar, começando nas proximidades de São Paulo seguindo até a Serra da Bocaina,
na divisa com o Rio de Janeiro, e adentra a porção fluminense. Porém sua
largura é pequena, alcançando algo próximo a 6 quilômetros. “Uma explicação geológica seria a erosão ter
chegado à raiz das montanhas e provocado esse afloramento granítico, mas não há
como explicar os cortes e a disposição das pedras”.
Esse
tipo de rocha é de origem vulcânica e se forma com os primeiros derrames de
lava no fundo do oceano, quando se dá início a formação das cadeias
montanhosas. O tipo de entalhe das
pedras é muito próximo ao utilizado pelas civilizações pré-incaicas, que
habitaram os Andes. Ou mesmo dos fenícios, que eram exímios navegadores e
utilizavam grandes marcos de pedras para que grupos de sua mesma cultura
pudessem se orientar tanto no mar como em terra.
Como
Natividade da Serra é situada dentro do eixo Rio-São Paulo, os indígenas
encontrados na época do descobrimento nesta região só usavam pedras para ponta
de fechas, arpões e machadinhas. “Até o momento não há registros que esses
povos nativos fizessem monumentos de pedras entalhadas, principalmente usando
grandes e pesados blocos”, salienta o cientista.
Em
suas pesquisas, Martini descobriu em manuais de sensoriamento remoto (sistema
que produz imagens da superfície do planeta a partir de satélite) semelhanças
na formação de Natividade da Serra com outras construções de culturas
primitivas avançadas, que habitaram o próprio continente americano. “Os monumentos de sinalização do Novo México
são muito parecidos com esse encontrado aqui”, afirma.
Mistério
reforçado
Na
tentativa de evitar algum aspecto meramente especulativo, o geólogo chega a uma
conclusão óbvia. “Não há dúvida que
aquilo é algo muito antigo e feito pelo homem”. O cientista foi buscar
outras informações no Manual sobre Arqueologia Brasileira e pode constatar que
o uso das rochas cristalinas pelo indígena brasileiro é desconhecido. Embora
existam as edificações nas Reduções Jesuíticas, no Sul do país. “Mas lá se
trata de arenitos. A típica cultura rochosa-granítica conhecida na América do Sul
é a dos Incas”, observa.
Entretanto,
outra formação encontrada na altura da entrada da estrada de Salesópolis, que
liga a Rodovia dos Tamoios, no litoral norte paulista até a região
metropolitana, foi identificada em pesquisas anteriores feitas pelo INPE a
ocorrência de granulitos, rochas muito antigas compatíveis com aquelas próximas
do cume da Serra da Mantiqueira.
A
dúvida agora é saber se há ligação entre a possível pirâmide com outros
monumentos e formações encontradas. “Não sei ainda se ela poderia estar
alinhada com o que encontramos próximo a Tamoios ou se há ligação entre elas,
apesar de estarem relativamente bem próximas”, comentou Martini.
A
descoberta desta possível pirâmide reabriu a discussão sobre a presença dos
Incas no território brasileiro. Eles teriam percorrido um caminho entre os
Andes e a costa atlântica, conhecido como Peabiru. Essa antiga estrada e seus
ramais cortavam os territórios atuais dos estados de São Paulo, Paraná e Santa
Catarina. Um possível elo entre ambas ocorrências tem surgido como lógica aos
pesquisadores, que dão agora seus primeiros passos para desvendar esse
mistério.
Fontes:
Extraído:
http://teoriadaconspiracao.org/
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