O juramento dos médicos
O Juramento de Hipócrates é um
juramento solene efetuado pelos médicos, tradicionalmente por ocasião de sua
formatura, no qual juram praticar a medicina honestamente.
De forma
geral, acredita-se que o juramento tenha sido escrito por Hipócrates —
amplamente considerado como o pai da medicina ocidental
— ou por um dos seus alunos. O juramento original foi escrito em grego jónico (século V a.C.).
Existem
duas versões do Juramento de Hipócrates: a
original, escrita em Lausana em 1771, e uma outra, ratificada em 1948
pela Declaração de Genebra e
posteriormente atualizada em 1968 e 1983 , a qual vem sendo utilizada em
vários países por se mostrar social e cientificamente mais próxima da atual
realidade.
Prefácio
São estes
os estatutos da arte médica que o aluno deve aceitar e confirmar por
juramento, Contêm os preceitos sobre a gratidão para com o professor; sobre a
integridade do doente e sobre os mais graves casos cirúrgicos não curáveis,
como a extração de cálculos da bexiga, como se debus pela divisão da medicina
em três partes, Os antigos aceitavam-na, os Mercuriales rejeitam-na,
Argumento
Os
deveres que o médico deve ter para com o professor e para com a profissão
são: a integridade de vida, a assistência aos doentes e o desprezo pela sua
própria pessoa,
Juramento
Juro por
Apolo Médico, por Esculápio por Hígia (ou
Hygéia, ou ainda Higeia) por Panaceia e por todos os Deuses e Deusas que
acato este juramento e que o procurarei cumprir com todas as minhas forças
físicas e intelectuais,
Honrarei o
professor que me ensinar esta arte como os meus próprios pais; partilharei
com ele os alimentos e auxiliá-lo-ei nas suas carências,
Estimarei
os filhos dele como irmãos e, se quiserem aprender esta arte, ensiná-la-ei
sem contrato ou remuneração.
A partir
de regras, lições e outros processos ensinarei o conhecimento global da
medicina, tanto aos meus filhos e aos daquele que me ensinar, como aos alunos
abrangidos por contrato e por juramento médico, mas a mais ninguém.
A vida
que professar será para benefício dos doentes e para o meu próprio bem, nunca
para prejuízo deles ou com malévolos propósitos.
Mesmo
instado, não darei droga mortífera nem a aconselharei; também não darei
abortivo às mulheres.
Guardarei
castidade e santidade na minha vida e na minha profissão.
Operarei
os que sofrem de cálculos, mas só em condições especiais; porém, permitirei
que esta operação seja feita pelos praticantes nos cadáveres,
Em todas
as casas em que entrar, fá-lo-ei apenas para benefício dos doentes, evitando
todo o mal voluntário e a corrupção, especialmente a sedução das mulheres,
dos homens, das crianças e dos servos,
Sobre
aquilo que vir ou ouvir respeitante à vida dos doentes, no exercício da minha
profissão ou fora dela, e que não convenha que seja divulgado, guardarei
silêncio como um segredo religioso,
Se eu
respeitar este juramento e não o violar, serei digno de gozar de reputação
entre os homens em todos os tempos; se o transgredir ou violar que me
aconteça o contrário.
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A versão de
1983 é usada atualmente em Portugal no momento em que o clínico é admitido como
Membro da Profissão Médica.
Prometo
solenemente consagrar a minha vida ao serviço da Humanidade.
Darei aos
meus Mestres o respeito e o reconhecimento que lhes são devidos.
Exercerei
a minha arte com consciência e dignidade.
A Saúde
do meu Doente será a minha primeira preocupação.
Mesmo
após a morte do doente respeitarei os segredos que me tiver confiado.
Manterei
por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão
médica.
Os meus
Colegas serão meus irmãos.
Não
permitirei que considerações de religião, nacionalidade, raça, partido
político, ou posição social se interponham entre o meu dever e o meu Doente.
Guardarei
respeito absoluto pela Vida Humana desde o seu início, mesmo sob ameaça e não
farei uso dos meus conhecimentos Médicos contra as leis da Humanidade.
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No Brasil
também se utilizam tanto o texto original quanto a versão atualizada pela Associação Médica Mundial, ente outros
juramentos, a critério da instituição de ensino.
Eu juro,
por Apolo, médico,
por Esculápio, Higeia e Panaceia, e tomo
por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder
e minha razão, a promessa que se segue:
Estimar,
tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum
e, se necessário for, com ele partilhar meus bens;
Ter seus
filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem
necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer
participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus
filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da
profissão, porém, só a estes.
Aplicarei
os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca
para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio
mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma
mulher uma substância abortiva.
Conservarei
imaculada minha vida e minha arte.
Não
praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa
operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a
casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano
voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as
mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo
que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da
sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu
conservarei inteiramente secreto.
Se eu
cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da
vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me
afastar ou infringir, o contrário aconteça.
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Algumas outras
versões também são utilizadas no Brasil; segue-se uma delas, adotada pela
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais:
Texto do juramento
Prometo que, ao
exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da
honestidade, da caridade e da ciência.
Penetrando
no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os
segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra.
Nunca me
servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime.
Se eu
cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a
minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele
afastar-me, suceda-me o contrário.
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