História
Carl Grimberg, em a História da Civilização
Já tratamos neste Blog do faraó
Tut-Ank-Ámon, contudo, como se trata de uma personagem polêmica da história da
civilização, nada melhor que apresentarmos diversos documentos sobre a mesma
figura, produzidos por diferentes historiadores, para que melhor tenhamos uma
ideia mais próxima do real da representatividade dela.
Akenaton
era o último ramo masculino de uma família voltada à extinção. O pai tivera
pouca saúde e todos os seus irmãos e irmãs morreram novos. O próprio Akenaton
teve, pelo menos, seis filhas, mas nenhum filho para lhe perpetuar o nome, sucederam-lhe
dois dos seus genros, mas reinaram durante pouco tempo. O primeiro usava
inicialmente o nome de Tut-Ank-Áton ( aquele que vive em Áton). Mas depressa os
sacerdotes de Ámon o forçaram a retornar ao seio da velha religião e a tomar o
nome de Tut-Ank-Ámon ( aquele que vive em Ámon).
A
personalidade de Tut-Ank-Ámon não era suficientemente forte para resistir à
pressão do clero. Capitulou em toda a linha. “Investiu sacerdotes e profetas
escolhidos”, assim diz um texto propiciatório, “entre os filhos dos nobres das
suas cidades e entre os filhos das pessoas de nomes conhecidos... Todos os bens
dos templos foram duplicados, triplicados, quadruplicados por doações em ouro,
prata, lápis-lazúli e turquesas... do serviço dos santuários encarregou-se o
palácio, a expensas do Senhor das Duas Terras.” Como é natural, Tut-Ank-Ámon
abandonou a cidade do deus sol e reinstalou a capital em Tebas.
A
mudança parece ter-se efetuado às pressas. Nas ruínas do palácio real foram
encontrados os esqueletos de trinta hebreus, o que prova que os pobres bichos
tinham sido abandonados em Amarna, onde morreram de fome. Os funcionários de
todas as pessoas empregadas na corte acompanharam a família real. Deste modo, a
esplendida cidade de Áton esvaziou-se de todos os seus habitante. Templos e
palácios caíram em ruínas; o vento do deserto sepultou-os na areia. Só 3000
anos depois esta Pompeia do Egito foi arrancada ao esquecimento para
testemunhar o período mais notável da história dos faraós.
Tut-Ank-Ámon
morreu alguns anos depois de começar a reinar. Não deixou filhos, mas uma viúva
que se tornou mais conhecida do que seu marido. As placas do Boghaz-Keui
revelam um interessante pequena intriga em que a jovem rainha desempenhara o
primeiro papel. Para preservar o trono precisava encontrar um marido influente,
e isso no mais breve espaço de tempo. Para tanto, escreveu a seguinte carta ao
rei dos Hititas: “Meu marido morreu e eu
não tenho filhos. Disseram-me que tendes vários filhos adultos. Mandai-me um,
que eu farei dele meu marido e tornar-se-á rei do Egito”.
Não
havia um minuto a perder. Imagina-se facilmente a impaciência da rainha; após
um mês de espera, não recebeu o marido pedido, mas uma carta prudente.
Desesperada, renovou seu pedido. O rei dos Hititas decidiu-se finalmente a
fazer o que esperavam dele. Demasiado tarde. O príncipe hitita nunca chegou ser
rei do Egito. Alguém sucedeu a Tut-Ank-Ámon e a viúva, a viva menina dos
desenhos de E—Amarna, desapareceu definitivamente do teatro da história.
Múmia
de Tutancâmon
Quanto
a Tut-Ank-Ámon, o seu nome nunca teria sido anunciado nestas páginas sem a
descoberta do seu túmulo quase intato, descoberta que de um dia para outro lhe
deu renome mundial. A coisa mais importante que se pode dizer a respeito do
Faraó é que morreu e foi enterrado...
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