segunda-feira, 20 de outubro de 2014

TUT-ANK-ÁMON – TUTANCÂMON

História

Carl Grimberg, em a História da Civilização

Já tratamos neste Blog do faraó Tut-Ank-Ámon, contudo, como se trata de uma personagem polêmica da história da civilização, nada melhor que apresentarmos diversos documentos sobre a mesma figura, produzidos por diferentes historiadores, para que melhor tenhamos uma ideia mais próxima do real da representatividade dela.


Akenaton era o último ramo masculino de uma família voltada à extinção. O pai tivera pouca saúde e todos os seus irmãos e irmãs morreram novos. O próprio Akenaton teve, pelo menos, seis filhas, mas nenhum filho para lhe perpetuar o nome, sucederam-lhe dois dos seus genros, mas reinaram durante pouco tempo. O primeiro usava inicialmente o nome de Tut-Ank-Áton ( aquele que vive em Áton). Mas depressa os sacerdotes de Ámon o forçaram a retornar ao seio da velha religião e a tomar o nome de Tut-Ank-Ámon ( aquele que vive em Ámon).

A personalidade de Tut-Ank-Ámon não era suficientemente forte para resistir à pressão do clero. Capitulou em toda a linha. “Investiu sacerdotes e profetas escolhidos”, assim diz um texto propiciatório, “entre os filhos dos nobres das suas cidades e entre os filhos das pessoas de nomes conhecidos... Todos os bens dos templos foram duplicados, triplicados, quadruplicados por doações em ouro, prata, lápis-lazúli e turquesas... do serviço dos santuários encarregou-se o palácio, a expensas do Senhor das Duas Terras.” Como é natural, Tut-Ank-Ámon abandonou a cidade do deus sol e reinstalou a capital em Tebas.
A mudança parece ter-se efetuado às pressas. Nas ruínas do palácio real foram encontrados os esqueletos de trinta hebreus, o que prova que os pobres bichos tinham sido abandonados em Amarna, onde morreram de fome. Os funcionários de todas as pessoas empregadas na corte acompanharam a família real. Deste modo, a esplendida cidade de Áton esvaziou-se de todos os seus habitante. Templos e palácios caíram em ruínas; o vento do deserto sepultou-os na areia. Só 3000 anos depois esta Pompeia do Egito foi arrancada ao esquecimento para testemunhar o período mais notável da história dos faraós.


Tut-Ank-Ámon morreu alguns anos depois de começar a reinar. Não deixou filhos, mas uma viúva que se tornou mais conhecida do que seu marido. As placas do Boghaz-Keui revelam um interessante pequena intriga em que a jovem rainha desempenhara o primeiro papel. Para preservar o trono precisava encontrar um marido influente, e isso no mais breve espaço de tempo. Para tanto, escreveu a seguinte carta ao rei dos Hititas:  “Meu marido morreu e eu não tenho filhos. Disseram-me que tendes vários filhos adultos. Mandai-me um, que eu farei dele meu marido e tornar-se-á rei do Egito”.
Não havia um minuto a perder. Imagina-se facilmente a impaciência da rainha; após um mês de espera, não recebeu o marido pedido, mas uma carta prudente. Desesperada, renovou seu pedido. O rei dos Hititas decidiu-se finalmente a fazer o que esperavam dele. Demasiado tarde. O príncipe hitita nunca chegou ser rei do Egito. Alguém sucedeu a Tut-Ank-Ámon e a viúva, a viva menina dos desenhos de E—Amarna, desapareceu definitivamente do teatro da história.

Múmia de Tutancâmon

Quanto a Tut-Ank-Ámon, o seu nome nunca teria sido anunciado nestas páginas sem a descoberta do seu túmulo quase intato, descoberta que de um dia para outro lhe deu renome mundial. A coisa mais importante que se pode dizer a respeito do Faraó é que morreu e foi enterrado...

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