O chapéu (vocábulo que deriva
do francês antigo chapel, atual chapeau)
é um item do vestuário, com
inúmeros variantes, que tem a função principal de proteger ou enfeitar a cabeça.
Chapeleira antiga
Várias palavras estão relacionadas ao chapéu e seu
uso, confecção e tipos. Chapeleiro é aquele que confecciona o
chapéu, ao passo que a chapelaria é o local onde este é feito
ou vendido. Já chapeleira é a caixa onde o mesmo é
acondicionado. O hábito antigo de saudar
alguém tirando-se o chapéu era denominado chapelada.
Nas casas,
no comércio e em repartições públicas até meados do século XX o porta-chapéus era
um móvel presente e indispensável - uma vez que as
regras de etiqueta não
permitiam o uso do adereço em lugares cobertos.
Copa é a
parte superior do ornamento, cujo lado interno tem a boca, ao passo
que aba é o rebordo proeminente, externo. Na parte interna
tem-se o forro e acarneira; são ainda partes do chapéu
a faixa e a pala, respectivamente a faixa externa
e o "corpo" da aba. Muitos formatos, entretanto, não possuem esses
componentes.
Para a confecção do chapéu usava-se o arcão,
máquina destinada a dar o formato curvo (em arco, donde o nome)
à lã com
que se fazem chapéus de feltro (uma
camada desse material é usada como reforço, chamada, por sua vez de capada).
A copa é feita em fôrmas, em diversos tamanhos, obedecendo a
numerações que são variáveis, até mesmo entre fábricas. As abas eram feitas num
instrumento denominado formilhão, ao passo que a boca da copa é
determinada pela formilha.
A tira
de couro, usada
para reforço nos chapéus masculinos, é chamada de carneira, e é
colocada na parte interna, próximo à aba.
O casco é como se chama, nos
chapéus femininos, à armadura que recebem para dar-lhe o formato.
Cinteiro é o
laço que orna o chapéu; já o cocar eram os adereços, como
penachos, que os distinguiam. Chapéus antigos chegavam a ter fivelas).
Diz-se gebada à pancada que se dá,
no chapéu, para que se amasse, apresentando curvaturas (vide foto acima).
A propriagem é
o trabalho de acabamento, feito pelo chapeleiro, depois de tinto o chapéu. A pelota é
a almofada usada
por estes a fim de alisarem o chapéu, depois da engomação.
O egrete (ou egreta)
era o ornato confeccionado em penas finas e compridas, inspirado em penachos da
cabeça de algumas aves, especialmente das garças, foi um
enfeite bastante usado em chapéus femininos no século XX. O tope é
o nome do laço de fita, que por vezes enfeitava tais modelos.
O uso do
chapéu variava conforme a moda. Assim, por
exemplo, usá-lo à zamparina era o modo de inclinar o adereço
para frente e à direita, entre os séculos XVIII a XIX.
Tem-se, para tais ornamentos, partes específicas,
que podem ou não estar presentes, a depender do seu uso ou modelo.
Assim, a pala estará na parte
inferior frontal da barretina ou boné militar, e outros. A orelheira é
o apêndice que protege as orelhas, e o tapa-nuca o destinado à
proteção do pescoço. A viseira é a pala prolongada dos bonés.
No futebol, um drible onde o jogador conduz a bola
e dá um tapa na redonda fazendo-a passar por cima da cabeça de seu marcador, em
seguida controla a bola novamente completando o drible. Esse drible é conhecido
como chapéu, lençol, touca, sombreiro (caso esse drible for muito bem
executado) ou carretilha, chaleira (uma variação mais difícil deste mesmo
drible)
O chapéu
surgiu para a proteção da cabeça, ainda nos povos primitivos da pré-história, das
intempéries climáticas (sol escaldante, frio, chuva), como prerrogativa
masculina - sendo o homem o responsável pela defesa da tribo ou do clã, sendo
depois estendido para a caracterização dos níveis sociais: os reis usavam
coroas, os sacerdotes a mitra e os guerreiros o elmo.
Teriam,
assim, nos mais primitivos formatos, uma espécie de gorro feito em couro, ou em tecido, nos antigos turbantes já presentes
cerca de 4.500 anos a.C..
Cerca de
3000 a.C., na Mesopotâmia, surgem os
chapéus que trazem um misto de elmo com capuz, que uns mil anos depois (2.000
a.C.) evolui para um formato mais aprimorado. Torna-se, neste mesmo período, um adereço
de dignidade, nobiliárquica, militar e sacerdotal do Antigo Egito. O primeiro
chapéu que encontra em suas formas mais semelhantes com o formato
"clássico" (ou seja, contendo as partes principais do adorno), é
o pétaso grego, cuja origem remonta ao século IV a.C., junto ao
píleo. O primeiro encontrou sua forma romana, junto aocapucho,
sendo este povo o primeiro a criar um capacete.
Até a década de 1940, os automóveis tinham o teto
alto, de forma que o uso de chapéus dentro dos utilitários era possível, mas
com a modernização dos veículos já não era possível usar o acessório. Com o tempo, passou-se a ser aceitável a
visão de um homem sem chapéu. Em 20 de janeiro de 1961, John Kennedy foi o
primeiro presidente estadunidense a recusar o objeto, tornando-o opcional. Durante as décadas de 1960 e 70, os hippies usavam cabelos compridos como expressão de
rebeldia - recusando escondê-los. Os chapéus passaram a serem vistos como uma
formalidade ultrapassada.
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