Literatura,
resenha do livro e o processo de sua criação
Um dos mais famosos personagens da literatura
Universal
Autora: Mary Shelley
Mary Wollstonecraft Shelley, inglesa, mais
conhecida por Mary Shelley foi uma escritora britânica, filha do filósofo
William Godwin e da pedagoga e escritora Mary Wollstonecraft
Mary Shelley
Frankenstein tnc ou o Moderno Prometeu (Frankenstein:
or the Modern Prometheus, no original em inglês), mais
conhecido simplesmente por Frankenstein, é um romance de terror gótico com inspirações do movimento romântico, de
autoria de Mary Shelley, escritora britânica nascida em Londres. É considerada a primeira obra de ficção
científica da história. O romance relata a história de Victor Frankenstein,
um estudante de ciências naturais que constrói um monstro em
seu laboratório. Mary Shelley escreveu a história quando tinha apenas 19 anos,
entre 1816 e 1817, e a obra
foi primeiramente publicada em 1818, sem
crédito para a autora na primeira edição. Atualmente
costuma-se considerar a versão revisada da terceira edição do livro, publicada
em 1831, como a
definitiva.
O romance
obteve grande sucesso e gerou todo um novo gênero de horror, tendo grande
influência na literatura e cultura popular ocidental.
Frankenstein
O romance é narrado através de cartas escritas pelo capitão Robert
Walton para sua irmã enquanto ele está ao comando de uma expedição náutica que
busca achar uma passagem para o Polo Norte. O navio sob o comando do capitão
Walton fica preso quando o mar se congela, e a tripulação avista a criatura de
Victor Frankenstein viajando em um trenó puxado por cães. A seguir o mar se
agita, liberando o navio, e em uma balsa de gelo avistam o moribundo doutor
Victor Frankenstein. Ao ser recolhido, Frankenstein passa a narrar sua história
ao capitão Walton, que a reproduz nas cartas a irmã. A história do capitão Walton é chamada de narrativa moldura (às vezes
também narrativa quadro), onde uma história contém outra.
Victor Frankenstein começa contando de sua infância em Genebra como
filho de um aristocrata suíço e
adolescência como estudante autodidata dedicado e talentoso. Neste ponto ele
apresenta Elizabeth, criada como irmã adotiva, e Henry Clerval, seu amigo para
a vida toda. Frankenstein interessa-se pelas ciências naturais, e acaba
estudando livros de mestres alquimistas,
especialmente Cornélio Agripa, Paracelso e Albertus Magnus até
os 17 anos de idade, quando seus pais enviam-no para estudar na Universidade de Ingolstadt, na Alemanha. Porém,
antes da partida sua mãe vem a falecer.
Ao chegar em Ingolstadt o jovem Victor procura seus futuros mestres, que
condenam fortemente o tempo de estudo dedicado aos mestres alquimistas, e
apresentam-lhe as modernas ciências naturais. Empenhado em descobrir os mistérios da criação,
Victor estuda febrilmente e acaba encontrando o segredo da geração da vida, o qual se
recusa a detalhar ao seu interlocutor, o capitão Walton.
Frankenstein então se dedica a criar um ser humano gigantesco,
sacrificando o contato com a família e a própria saúde, e após dois anos obtém
sucesso. Porém, Victor enoja-se com sua criação, e abandona-a, fugindo. É
encontrado por seu amigo Clerval, que viera a Ingolstadt estudar. Exausto,
sucumbe à febre, sendo cuidado por seu amigo pelos meses seguintes, até seu
restabelecimento.
Victor Frankenstein recebe uma carta de
seu pai relatando o assassinato de William, o seu irmão mais novo, e pedindo a
sua volta. Ao chegar em Genebra, é informado que Justine, uma criada muito
querida da casa dos Frankenstein, é acusada do crime, sendo encontrada com ela
a jóia que o menino levava antes de desaparecer, e que não estava junto ao
cadáver. Mesmo assim Victor está convencido de que Justine é inocente, e o
verdadeiro culpado é a sua criatura. Porém as evidências contra ela são fortes
e Justine é condenada a morte e executada pelo crime. Frankenstein passa a se
sentir culpado por ter criado o monstro, e o segredo e a culpa passaram a lhe
torturar.
Originalmente
era amarelo e não verde como o cinema o retratou
Lutando contra o desespero, o doutor Frankenstein resolve escalar o Monte Branco. Durante a
subida, é encontrado por sua criatura, que é surpreendentemente articulada e
eloqüente. O monstro conta sua história, narrando como fugiu do laboratório de
Frankenstein para uma floresta próxima, onde aprendeu a comer frutas e
vegetais, e a usar o fogo. Porém, ao encontrar seres humanos era sempre
escorraçado e agredido, então eventualmente esconde-se no depósito de lenha
anexo a uma cabana. Lá, observa através de frestas na parede a vida de uma família pobre
de ex-nobres, afeiçoando-se a eles e ajudando-os em segredo. A família
consistia de um pai cego e um casal de irmãos. Aprende a língua e a escrita
espionando as aulas que davam à noiva árabe do
irmão, e encontra livros onde aprende sobre a vida e a virtude. Após longo
tempo toma coragem para se apresentar a família, e consegue conversar com o pai
cego, mas quando os filhos chegam e o veem junto ao pai também escorraçam o
monstro, e fogem para sempre da cabana. A criatura torna-se amargurada e
resolve procurar seu criador, cujo diário descobrira no bolso do casaco que
levou do laboratório na noite da fuga. Durante a travessia é sempre agredido
pelos humanos.
Lord Byron
Ao chegar em Genebra encontra o irmão mais novo de Victor, William, e
assassina-o, incriminando depois Justine. Ao terminar sua história, o monstro
exige a promessa de que Frankenstein construa uma fêmea para ele, prometendo
por sua vez deixar a humanidade em
paz e ir viver com a sua noiva nas selvas sul-americanas. Caso o
cientista se recusasse, o monstro promete fazê-lo passar por tormentos
inimagináveis. Extremamente contrariado, Frankenstein concorda, e ao voltar
para Genebra torna-se noivo de Elizabeth, partindo com Clerval para a
Inglaterra, a fim de cumprir a sua promessa.
Na Grã-Bretanha,
Frankenstein, após passar por Londres, onde havia os mais recentes avanços das
ciências naturais e algumas cidades da Escócia vai
para uma das ilhas do arquipélago das Orkneys, onde
começa a construir a fêmea. Entretanto, ele muda de ideia, temendo criar uma
raça de monstros que pudesse se virar não só contra ele, mas contra toda a raça
humana. Após fazer várias considerações, Frankenstein decide que ele tem que
sofrer as consequências por seus atos e não a humanidade, destruindo a criatura
incompleta. O monstro acompanha o ato, e jura se vingar. Em seguida assassina
Clerval. Frankenstein chega a ser acusado do crime, mas é inocentado por
possuir um forte álibi. Seu pai vem lhe buscar e ambos retornam à Suíça.
Mesmo devastado pela culpa e pela tristeza, Victor casa-se com Elizabeth
e no mesmo dia sai para viajar em lua de mel. Na noite de núpcias, fica
vigiando a casa, temendo um ataque da criatura contra ele, mas o monstro ataca
Elizabeth e a estrangula. Victor volta a Genebra, e com a notícia da morte de
Elizabeth, seu pai adoece e morre em seguida. Jurando vingança, o criador passa
a perseguir a criatura, que o leva através de uma longa caçada em direção ao
norte, prosseguindo pelos mares congelados, onde eventualmente são avistados
pelo capitão Walton e sua tripulação.
O navio dos exploradores fica preso no gelo, e Victor, já bastante
doente, acaba morrendo. O capitão Walton então surpreende a criatura na cabine,
no leito de morte de Frankenstein, pranteando seu criador. Ela diz para Walton
que não havia mais o que temer pois seus crimes terminaram com a morte de Frankenstein,
e prometeu ir ao extremo Norte e lá ela cometeria o suicídio trazendo paz aos
humanos.
Em 1815 o Monte Tambora na
ilha de Sumbawa, na atual Indonésia, entrou em
erupção. Como consequência, um milhão e meio de toneladas de poeira foram
lançadas na atmosfera, bloqueando a luz solar, deixando o ano de 1816 sem verão
no hemisfério norte.
John
Polidori, criador do Vampiro
Neste ano,
Mary Shelley, então com 19 anos e ainda com o nome de solteira Mary
Wollstonecraft Godwin, e seu futuro marido, Percy Bysshe Shelley, foram
passar o verão a beira do Lago Léman, onde
também se encontrava o amigo e escritor Lord Byron. Forçados
a ficar confinados por vários dias em ambiente fechado pelo clima hostil
anormal para a época e local, os três e mais outro hóspede, o também escritor John Polidori, passavam
o tempo lendo uns para os outros historias de horror, principalmente histórias
de fantasmas alemãs traduzidas para o francês.
Eventualmente Lord Byron propôs que os quatro escrevessem, cada um, uma
história de fantasmas. Byron escreveu um conto que usaria em parte mais tarde
na conclusão de seu poema Mazzepa. Inspirado por outro fragmento de história de
Byron desta época, Polidori mais tarde escreveria o romance “O Vampiro”, que seria a primeira história ocidental contendo
o vampiro como conhecemos hoje, e que décadas depois inspiraria Bram Stoker no
seu Drácula. Porém,
passados vários dias, Mary Shelley ainda não conseguira criar uma história.
Eventualmente ela veio a ter uma visão sobre um estudante dando vida a uma
criatura. Essa visão tornou-se a base da história de Frankenstein, a qual Mary
Shelley veio a desenvolver em um romance, encorajada pelo seu futuro marido.
Desta forma, é curioso notar que o Frankenstein e o Vampiro vieram a ter
sua gênese literária na mesma ocasião.
Shelley relatou sua versão da gênese da história no prefácio à terceira
edição de seu romance.
Embora a cultura popular tenha associado o nome Frankenstein à criatura,
esta não é nomeada por Mary Shelley. Ela é referida como “criatura”, “monstro”,
“demônio”, “desgraçado” por seu criador. Após o lançamento do filme Frankenstein em 1933 o
público passou a chamar assim a criatura. Isso foi adotado mais tarde em outros
filmes. Alguns argumentam que o monstro é, de certa forma, um “filho” de
Victor, e portanto pode ser chamado pelo mesmo sobrenome.
Frankenstein é o antigo nome de uma antiga cidade na Silésia, local de
origem da família Frankenstein. Mary Shelley teria conhecido um membro desta
família, o que possivelmente influenciou sua criação.
Ao contrário da forma como se tornou conhecida no cinema, a criatura de
Frankenstein não era verde e sim amarelo, como a própria autora o descreve no
capítulo 5 da obra: "(...) Sua pele amarela mal cobria o relevo dos músculos
e das artérias que jaziam por baixo; seus cabelos eram corrido e de um negro lustroso;
seus dentes eram alvos como pérolas. Todas essas exuberâncias, porém, não
formavam senão um contraste horrível com seus olhos desmaiados, quase da mesma cor
acinzentada das órbitas onde se cravavam, e com a pele encarquilhada e os
lábios negros e retos. (...)"
Mary Shelley completou o romance em 1817 e Frankenstein ou o
moderno Prometeu foi publicado em 1 de janeiro de
1818 por uma pequena editora de Londres, a
Lackington, Hughes, Harding, Mavor & Jones, após ter sido rejeitada por
duas outras editoras. A publicação não continha o nome da autora, somente um
prefácio escrito por Percy Bysshe Shelley, seu noivo, e uma dedicatória a
William Godwin, seu pai. A primeira edição foi feita em três volumes e teve
impressas somente 500 cópias.
Apesar das críticas desfavoráveis, a edição teve um sucesso de público
quase imediato. Ficou bastante conhecida, principalmente através de adaptações
para o teatro, e a obra foi traduzida para o francês.
A segunda edição de Frankenstein foi publicada em 11 de agosto de 1823 em
dois volumes, desta vez com o crédito como autora para Mary Shelley.
Em 31 de outubro de 1831 a editora Henry Colburn & Richard
Bentley lançou a primeira edição popular em um volume. Esta edição foi
significativamente revisada por Mary Shelley, e continha um novo e longo
prefácio escrito por ela, relatando a gênese da história. Esta edição é a mais
conhecida e mais usada como base para traduções.
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