Natureza
“A morte
de um dos dois rinocerontes-brancos machos remanescentes é prova de quão
destrutivo pode ser o ser humano em relação com a natureza” Jennifer Ann Thomas
Ararinha-azul
(extinta desde 2000)
Ararinha-azul,
quantidade 86 (todas em cativeiro)
A
Ararinha-Azul, também conhecida como Arara-Celeste, Arara-do-Nordeste e
Arara-Spixi, foi considerada extinta na Natureza em 2002, pelo IBAMA. O último
espécime selvagem conhecido, batizado de Severino (foto), desapareceu,
provavelmente capturado ou atacado por algum predador, em outubro de 2000.
Era endêmica do Nordeste do Brasil, principalmente nos estados da Bahia, Piauí, Maranhão e áreas mais úmidas do sertão.
Era endêmica do Nordeste do Brasil, principalmente nos estados da Bahia, Piauí, Maranhão e áreas mais úmidas do sertão.
Seu tamanho máximo é de 57 cm de comprimento e com cerca de 400 g de peso. A plumagem é azul variando de tonalidade, sendo quase branca na cabeça e azul mais escuro na cauda e asas. O bico é negro e os olhos amarelo-mostarda.
É herbívora, alimentando-se de frutos. Na Natureza dava preferência para sementes de caraibeiras, de pinhão, entre outras árvores típicas de seu habitat natural.
Araras e demais psitacídeos são animais monogâmicos, tendo um único parceiro por toda a vida. Na morte de um dos membros do casal, o restante muito dificilmente volta a formar um novo casal, no máximo ingressa em um novo grupo. Esta aves são gregárias, formando grupos numerosos. Faziam ninhos em ocos de árvores altas como seus demais parentes. O desmatamento na Caatinga contribuiu para a destruição de seus locais de nidificação, dificultando a reprodução da espécie. A reprodução em cativeiro desta e outras espécies de psitacídeos é muito rara, condenando-a à extinção também em cativeiro.
Um outro fator que contribuiu para sua extinção foi a caça para o comércio de aves exóticas. Um exemplar chega a valer 100.000 dólares no mercado negro de aves exóticas.
Severino, o último espécime em estado natural, estava solitário. De tão só, arranjou companheira de outra espécie, uma Maracanã (Ara maracana), que vive no mesmo habitat destas araras. A companheira de Severino chegou a botar ovos, mas nunca nasceram filhotes desta união.
Existem apenas 8 exemplares de Ararinha-Azul no Brasil, os demais encontram-se em zoológicos e com particulares pelo mundo afora, somando um total de 78 aves com paradeiro conhecido. É a ave mais rara que existe atualmente.
Rinoceronte-branco-do-norte
Vivem na
reserva OI Pejata, no Quênia, e em zoológicos dos Estados Unidos e da República
Checa. A caça para a comercialização dos seus chifres, aos quais a
pseudomedicina chinesa atribui poderes curativos, quase milagrosos, se
constitui no risco de acelerar o processo de extinção dessa espécie. Como só
existem seis exemplares do animal vivos, sendo apenas um macho, todos em
cativeiro, é quase nula a chance de sua sobrevivência.
Tigre-de-sumatra
É muito
pequena a chance de sobrevivência deste belo animal. Ao todo seu plantel é
constituído de 711 animais. Vivem na
Ilha de Sumatra e estão espalhados por diversos zoológicos no mundo. Também
neste caso, os caçadores são os maiores responsáveis pela sua mais que provável
extinção. A esperança é que o governo se sensibilize com esse drama e imponha
maior fiscalização, não só da caça, na venda ilegal de exemplares na China.
Entufado baiano
A esperança de
salvar da extinção o entufado-baiano (Merulaxis stresemanni), um
pássaro raro que vive na Mata Atlântica, continua viva graças ao empenho e
determinação de um grupo de pesquisadores e ambientalistas. A única população
conhecida desta espécie, reduzida a um número que pode variar de quatro a seis
indivíduos, vive em um pequeno e ameaçado fragmento de floresta de 3 mil
hectares, na divisa de Minas Gerais e Bahia. Além de preservar esta mata é
preciso encontrar novas populações para garantir que a espécie não seja
extinta.
Pesquisadores buscam novos indivíduos do passarinho em uma infinidade de fragmentos florestais no norte de Minas e sul da Bahia. “Ainda atemos algumas esperanças de encontrá-lo em algum fragmentos remanescentes do médio Jequitinhonha. Mas é como buscar agulha num palheiro e com o palheiro pegando fogo”, destaca ornitólogo Rômulo Ribon, da Universidade Federal de Viçosa (MG).
A pequena população do pássaro foi registrada pela bióloga Sueli Souza Damasceno, da Universidade Federal de Ouro Preto, durante o curso de mestrado. Encontrar o entufado-baiano foi um grande desafio. Ela precisou se mudar para uma fazenda, onde não tinha sequer uma linha de telefone à disposição, dormir em barracas montadas em velhas casas de fazenda, percorrer trajetos à pé na lama e a cavalo. Isto sem contar as três vezes que topou com jararacas pelo caminho.
Esta grande aventura teve como recompensa um tesouro para quem busca um pássaro raro: ela conseguiu não só encontrar, mas até filmar uma fêmea do entufado-baiano. “Nesse dia, eu nem consegui dormir, de tão excitada que fiquei, queria contar para o Rômulo e amigos, mas nem telefone e net lá tinha. E a filmagem foi perfeita, consegui pegar a fêmea cantando”, comemora Sueli.
Pesquisadores buscam novos indivíduos do passarinho em uma infinidade de fragmentos florestais no norte de Minas e sul da Bahia. “Ainda atemos algumas esperanças de encontrá-lo em algum fragmentos remanescentes do médio Jequitinhonha. Mas é como buscar agulha num palheiro e com o palheiro pegando fogo”, destaca ornitólogo Rômulo Ribon, da Universidade Federal de Viçosa (MG).
A pequena população do pássaro foi registrada pela bióloga Sueli Souza Damasceno, da Universidade Federal de Ouro Preto, durante o curso de mestrado. Encontrar o entufado-baiano foi um grande desafio. Ela precisou se mudar para uma fazenda, onde não tinha sequer uma linha de telefone à disposição, dormir em barracas montadas em velhas casas de fazenda, percorrer trajetos à pé na lama e a cavalo. Isto sem contar as três vezes que topou com jararacas pelo caminho.
Esta grande aventura teve como recompensa um tesouro para quem busca um pássaro raro: ela conseguiu não só encontrar, mas até filmar uma fêmea do entufado-baiano. “Nesse dia, eu nem consegui dormir, de tão excitada que fiquei, queria contar para o Rômulo e amigos, mas nem telefone e net lá tinha. E a filmagem foi perfeita, consegui pegar a fêmea cantando”, comemora Sueli.
“É clichê dizer que o homem é como um vírus
para o planeta. Resta saber se a humanidade escolherá corresponder a essa
imagem destrutiva, ou se aprenderá a controlar seus instintos animais.”
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