Por
Tamirys Machado
O Governo
do Estado está em negociação com a Caixa Econômica Federal para viabilizar a
permanência do Teatro Jorge Amado, localizado na Pituba. Um dos mais
tradicionais espaços culturais da Bahia, fundado em 1997, o Jorge Amado
comporta um público superior a 400 pessoas, possui palco italiano, e além dos
espetáculos teatrais recebe exposições de artes plásticas no foyer.
Porém, há algum tempo o espaço passa por uma situação complicada e quase
foi leiloado por conta de dívidas do antigo proprietário com o Desenbanco.
Em 2011, a
Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) assinou com o Tribunal de
Justiça da Bahia um Termo de Cessão de Uso, com opção de compra, referente ao
imóvel do antigo Curso de Inglês Universal English Course (UEC), situado na
Pituba, onde funciona o Teatro Jorge Amado. No ano seguinte, o curso
tornou-se inadimplente, obrigando a Desenbahia a ajuizar ação de execução objetivando
a recuperação do crédito. Conforme a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia
(Secult), caso o acordo entre o governo e a Caixa seja firmado, o projeto
comtempla a implantação de um Centro Cultural da Caixa no local. “O acordo
ainda não foi fechado, está em fase de negociação. Trata-se da cessão do
prédio, por tempo determinado, para a instalação de um Centro Cultural da
Caixa”, informou a Secult.
De acordo
com o órgão, “o projeto ainda será definido, porém ele seguirá as regras
determinadas pelo Termo de Cessão de Uso de Bem Imóvel, que está sendo
elaborado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Entre as cláusulas,
constam a manutenção dos nomes dos espaços (Teatro e Galeria) em homenagem a
notórios artistas baianos e a reserva de parte da pauta para produções do
estado”, revelou a Secult. Na próxima semana será realizada uma reunião para
definir prazos e quanto tempo o espaço ficará fechado para reforma. Enquanto
isso, os admiradores e frequentadores do local aguardam e torcem para que o
Jorge Amado não feche as portas.
A
jornalista Mariana Sena, 28, frequenta o teatro desde criança, e disse que
passou momentos marcantes da vida. “O Jorge Amado marca grandes momentos da
minha vida, já que assisti muitas peças por lá. Atualmente frequento o teatro
para assistir às apresentações dos meus sobrinhos (são 3, portando vou no
mínimo 3 vezes por ano lá) e também peças humorísticas que sempre estão em
cartaz. Considero a estrutura deficiente no sentido de ter apenas uma
lanchonete pequena com poucas opções para os frequentadores e um
estacionamento, porém as instalações internas suprem as necessidades
prioritárias, já que tem bastante lugar e a acústica é bacana”, pontuou. Ela
torce para que o acordo seja selado. “Fechar o Jorge Amado é acabar com o sonho
do artista em disseminar a cultura e nos privar de presenciar projetos sendo
realizados. Um teatro fechado são sonhos sendo destruídos”, disse.
O publicitário Fábio Passos, 27, tem uma lembrança importante da vida
através do teatro. “Foi no Teatro Jorge Amado que tive a certeza de qual curso
fazer no vestibular, depois de assistir uma palestra com pessoas da área de
comunicação, artistas e produtores”.
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