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Propósito | Marcelo
Alcoforado
VOCÊ CONHECE POTIRETAMA, CEARÁ?
Potiretama é um
município cearense a 280 quilômetros de Fortaleza. Tem 6.129 habitantes, dos
quais 1.250 são beneficiários do Bolsa Família. Seu IDH – conforme dados de
2010 – é 0,604, o que leva o município a ocupar o 125º lugar no Ceará e o
4.055º no Brasil.
Potiretama não tem sequer um hospital ou mesmo escolas com um mínimo de
qualidade.
Falta até água, bastando dizer que no prédio da Prefeitura, sede da
maior autoridade municipal, falta água mesmo para lavar as mãos.
Quer saber o que
tal programa produz com invulgar competência? Ócio e votos.
Em 2010 uma empresa de Mossoró instalou no município uma unidade
industrial para processamento de castanha de caju. A Prefeitura, então, criou
uma cooperativa para disciplinar a atividade dos trabalhadores, mas a empresa,
que começara com 130 funcionários, só durou três meses. Motivo?
Falta de mão de obra! Será que os 6 mil habitantes estavam todos empregados?
Blog do Facó:
Abaixo, dois comentários reveladores do ânimo e das preocupações dos brasileiros quanto à finalidade do programa em foco.
Ei-los:
1º comentário -
” 1. ou eu não estou entendendo nada, porque 6.000 eleitores fazem a diferença num pleito eleitoral de mais de 100 milhões de votos;
2. ou nada entendo de história econômica,
e esqueço que o abandonado por décadas, secularmente miserável nordeste, árido,
sem água, sem saneamento, sem escolas, sem nada, absolutamente nada, como o
próprio articulista afirma, poderia com 6.000 pessoas miseráveis mudar o
destino do país.
A intenção, entretanto, é do tipo
terrorista tupiniquim, ou seja, desqualificar o governo eleito e as pessoas,
humilhar as pessoas, derrubar o que se construiu, porque R$90,00 por pessoa
mês, só um ingênuo acreditaria que o ócio se limita a esse valor, como se esse
"dinheirão" só servisse para comer o bolo na falta do pão como
arrogantemente gritou para os miseráveis famintos a Rainha Francesa gerando a
Revolução que ansiava por mais fraternidade, igualdade e liberdade... e que o
Bolsa, aí sim, vem atrasando sua deflagração, há muito tempo,
no Brasil.”
2º comentário
“O objetivo
principal da Bolsa família seria fazer os miseráveis melhorarem de vida e
passarem a integrar o mercado de trabalho, mas parece que muitos dos
beneficiados não gostariam de abandonar o ócio remunerado... Tudo indica que o
único esforço que eles se permitem é se dirigirem às urnas, de dois em dois
anos, para votar no PT...”
Nosso entendimento (BLOG): Não houve por parte do autor do
texto, Você conhece Potiretama, no Ceará?, a pretensão de desqualificar o
Programa Bolsa Família. Seu objetivo se restringiu em mostrar os desvios que
ele proporcionou, ou seja, não qualificar seus beneficiários à assunção de
posições mais compatíveis com a dignidade humana, quer através de mutirões de
alfabetização quer da implantação de saneamento básico, saúde, moradia. Serviços
abandonados em favor do miserável valor pecuniário pago aos assistidos. Deixando
ver que como está, tal programa se transformou em uma assistência meramente
política, quiçá eleitoreira. Haja vista que a vencedora da derradeira eleição
só superou seu adversário em estados onde tal programa existe como maior
incidência ou volume, justamente no norte e nordeste brasileiro, onde a
miserabilidade continua a grassar como no tempo dos coronéis – assim dizem as
estatísticas do IBGE, só divulgadas dois dias após as eleições. Tem razão o segundo
comentarista quando afirma que os beneficiários daquele programa assim pensam:
que venha mensalmente a esmola, porque do ócio já somos senhores.
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